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Blog de Alvaro Sertano (38)

O Anjo

O Anjo!



Vi um anjo sentado na pedra,

de asas enormes e pés muito brancos...

Numa veste bonita de fitas azuis...

De mangas e pala bordadas.

Não era igual aos que vi

nas igrejas e capelas...

Sobre ele descia em facho de luz

deixando que eu visse

a beleza dos anjos.

Naquele momento, chegeui a pensar

que outra Virgem seria escolhida.

Mas seus…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 31 outubro 2010 às 2:00 — Sem comentários

Amada

Amada!



Amada!

Ilumina inteira

a minha alma

para eu, musicar o teu sorriso...

Celebrar a nobreza

dos teus gestos...

Medrar teus ouvidos

com o vozerio

das cachoeiras uníssonas,

que serpenteiam caminhos.





Alvaro Sertano,

do livro "A Face do…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:30 — Sem comentários

Em ti

Em ti!



Descanso em ti

num súbito passado

alheio às lembranças

fluentes do porvir,

preposto ao pecado

indutor às certezas

redentoras do convir.



Excede o pensamento

refugiado no seblante

corrosivo no lamento

aparatado a virtude

coesa do quebranto,

refutado no sorrir,

profundo e inocente

à verdade alusiva.…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:30 — Sem comentários

Batalhas desiguais

Batalhas desiguais



Sou como as flores

sem escolha de tempo.

Sou acordes dos vendavais

na calada da noite finita.

Quero correr nas montanhas

além da minha vida,

mas estou fadado às lutas

nas batalhas desiguais.

Olhos perdidos de desejos

que desaparecem,

ante o vazio da solitude e

do silêncio,

prontos a mergulharem

no azul cobalto…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Canção da ausência

Canção da ausência!



Prá que manhã

se os olhos

semi-cerrados de ausência

não conseguem ver

Tuas lembranças

deixadas ao acaso...



Prá que tarde

se o corpo

cheio de saudade

se torna indferente

como as estátuas

e entorpecido como o ópio...



Prá que noite,

de solidão após o instante

se não sinto

tuas mãos…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Eu, mulher

Eu, mulher!



Vou a procura de mim mesma

navego nas marés altas...

merguho nas alma das áuas

deste mar tranquilo e

tropeço em barcos naufragados.

Levanto das ondas

a saia de rendas brilhantes,

a me procurar.

Neste marulhar, não me ausento

e me perco ainda mais.

Estarei presa

de correntes marítimas,

longe de mim?

Ou na liberdade…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Apocalipse

Apocalipse!



Escureceram meus olhos na janela...

meus lábos quais portas da rua

se fecharam...

Não me perguntem,

não sei os caminhos da vida.

Antes que se quebem o céu,

antes que semate a terra,

Ilumina meus pés,

para que nao tropecem

nos abraços rejeitados.

Iluminem meus olhos

para que ainda não durmam

o sono da morte.…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Falácias

Falácias!



Do amor lentivo

obstante a candura,

olvida o querer

aflorado e tênue

contido ao prazer

nefasto em dor

com a mão reter.

Inerte,

ufano o amor

incondiz a comunhão

no deleite inconstante

proibido à empáfia

no esvair dos sonhos,

Outrora coesos

em plenitude e reciprocidade

adoemecida aos encantos

aquem das…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Busca Infinita

Busca Infinita!



Agarra-te a águia

no seu vôo razante,

Mergulha:

Mergula fundo

na dimensão feérica

deste espaço azul poético.

Desvenda mistérios velados

de arcanjos bonachões

de riso fácil e largo,

que afagam teus soluços

e guardam tuas lágrimas

em seus olhos mansos. …





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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Poema a Águia

Poema a Águia!



Agarra-me,

em teu vôo razante

Oh! Mensageira alada

dos recados santos,

e, leva-me embora.

Sou criança mansa,

não temo o desconhecido.

Teu vôo razante,

ultrapassa o limiar da luz.

Impertubável mostra!

Quero sair do círculo...

caminhar reto...

Ouvir um som criado

no momento da celebração.…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Libertação

Libertação!



Ando no tempo da procura

batendo as asas de poeira e sal,

n'um riso amargo

qual gorjeta dada

nos bares sujos da periferia.

Ando sozinho margeando o cais

varrendo com o olhar,

embarcações que dançam,

delirando no vento

sua febril solidão.

De repente

desatam-se as amarras.

Atravesso,

o silencio da noite

em…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Êxtase

Êxtase!



Nestes silencios

o som se faz paz...

Acaricio a vida

na hospitalidade verde

das ramagens...

No murmurar dos regatos

que passeam;

Amo os gestos de amor,

amo tudo!

Danço na música,

que os ventos regem...

embavecido n'alma.

Solto-me!

Espalho-me nos gestos,

n'uma vibração frenética.

Vôo leve... solto,

em…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Celebração

Celebração!



Ergue a taça!

comemora comigo esta existencia

enquanto não passa.

O momento é agora.

O ontem deixou restos de sonhos,

na madrugada fria.

E... no amanhã que se avizinha

talvez não haja tempo.

Os pássaros emigram

hoje à noite,

como o adeus sentido no gesto

e no afastamento.

Alimentam regresso sem choro

e os seresteiros…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 30 outubro 2010 às 1:00 — Sem comentários

Torpor

Torpor!



Olvidar em desalinho

o torpor obcesno

d'um semblante aturdido

no teor subimsso

da verdade suprimida

à glória do amahã.



Síndrome eterna

alenta quão ensejo,

alusivo da quimera

suplantada na esperança

da virtude surpresa.



O sabor quão vivencia

fora ímpar à idade

sobreposta ao tempo

de inocência e lembrança…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 11 fevereiro 2010 às 6:00 — Sem comentários

Retidão

Retidão



Exprimir no desejo

o reflexo dos sonhos

refaz em candor

um sentimento torpor.



Ameno de idéias

a lutas, todavia

o presente jamais

o futuro desfaz.



Versejando o encanto

primaz do alento

conforta a tristeza

retida no prazer.



Sedento é o querer

confiscado a desdita

em lume sem brio,

etéreo no…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 11 fevereiro 2010 às 5:30 — Sem comentários

Desatino

Desatino!



Cantar em glória

o presente,

sonhar vitória

sobrepujar o desejo

viver tal destino.

Despertar

no encanto do amor

o delírio dos sonhos

fino ao desetino.

Acreditar

no futuro divinal

invocando louvor

ao nome bendito.

Sorrir

no conceito da emoção

ao lápso da ilusão,

infortúnio de paixão.

Acordar…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 11 fevereiro 2010 às 5:30 — Sem comentários

Para lembrar de você

Para lembrar de você!



Como te esquecer

se esse meu querer  

alimenta meu corpo

e só me dá prazer?

Esquecer de mim

prá lembrar de você!

Do seu jeito dengoso

desperta o meu querer

p'resse amor gostoso

só me dá prazer;

esquecer de mim

prá lembrar de você,

viver o encanto

germinar, ser verbo

fazer-nos carne,

"pecado",…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 11 fevereiro 2010 às 5:30 — Sem comentários

Sonho Dourado

Sonho Dourado!



Célebre esse cálice

sorvido ao gole

pela cor do sangue,

hóstia sagrada.

Comer e beber todos nós

do pão que alimenta,

beber do vinho

salutre "in vino veritas".

Paraíso de Adão, pecado de Eva,

sabor da fruta, belo pomar.

Sonho Dourado

nas asas do vento,

idade eterna, só felicidade.

Evidente regência

dos traços…

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Adicionado por Alvaro Sertano em 11 fevereiro 2010 às 5:30 — Sem comentários

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