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No tempo dos Homens Antigos, havia um menino sonhador que se encantou com o Céu e queria agarrá-lo. Subiu, então, até ao último galho do pinheiro mais alto para se pendurar no azul.

Quando chegou lá acima, agitou os bracinhos no ar, à procura do azul sólido que fosse como os galhos, para se agarrar. Mas não o encontrava.

Já quase chorava, e estava prestes a desistir, quando o céu começou a abrir-se por cima dele e o enorme Dragão do Céu apareceu, cravejado de estrelas e brilhante de azuis. O menino tremeu de medo mesmo abaixo das asas grandes e mal conseguia segurar-se na pequena rama do pinheiro.

— Por que mexeste no meu Céu? — perguntou o dragão, a bufar azuis.

— Eu... eu só queria ver como era... — desculpou-se o pequenino.

— Então vem. Eu mostro-to — disse o bondoso Dragão, a rir um fogo azul.

O Dragão arrebatou o menino, mas não subiu com ele. Desceu. Foi-se enfiando terra adentro — e a terra fez-se azul. Entrou na água do rio — e a água fez-se azul. Dragão e menino ficaram muito pequeninos e meteram-se numa flor, depois, numa folha e, por fim, numa formiguita. E a flor, a folha e a formiguita fizeram-se azuis — eram Céu.

Depois disso, voltaram ao galho mais alto do pinheiro, já cada qual no seu tamanho normal.

— Estás a ver, menino curioso, como é o meu Céu? — disse o Dragão.

Dito isto, o Dragão do Céu desapareceu no buraco azul.

Quando desceu do pinheiro, o menino curioso tinha os olhos azuis, muito azuis. Mais tarde, ficaria conhecido como IAO-IEN, o Celeste, um dos maiores Sábios Antigos.

Floro Freitas de Andrade
O Fazedor de Cercas
Alma dos Livros, 2019


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Os comentários estão fechados para esta entrada de blog

Comentário de Margarida Maria Madruga em 13 abril 2022 às 22:35

Interessante.

Comentário de Elodina Nunes em 9 abril 2022 às 18:47

Ola boa tarde amiga Conceição Valadares o céu um lugar muito lindo que todos gostaríamos de um dia tocar mele, bjsssss

Comentário de Conceição Valadares em 9 abril 2022 às 10:14

Lindo meu amigo todos nós já encontramos esse céu mas como ser humanos que somos voltamos sempre para o purgatório e para o inferno e o céu nos deixa uma constante procura de nós mesmo.

Comentário de Elodina Nunes em 9 abril 2022 às 0:33

Ola boa noite meu querido, muito lindo este seu céu azul disse este dragão desapareceu. beijosss

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