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Respostas a este tópico

Oração ao Homem Público


Que todo homem público saiba honrar sua função na compreensão de que o poder é passageiro e fugaz, mas que uma única atitude sua pode ser permanente e prejudicar milhares ou milhões de pessoas por dezenas ou centenas de anos;

Que todo homem público possa discernir a diferença entre o poder da comunicação e a comunicação do poder para que a humildade seja sempre sua bussola orientando o norte a seguir;

Que todo homem público carregue em seus olhos, as lágrimas das pessoas mais simples, das vidas mais simples, para que a sua visão não se embace pelas névoas da vaidade e o sorriso enganador da fama;

Que todo homem público não se vanglorie nas vitórias, não se encante com as glórias, nem se perturbe pelo esquecimento, no entendimento de que nenhuma placa de homenagem ou discurso de reconhecimento pode substituir a alegria da missão cumprida;

Que todo homem público não seja apenas o gerúndio da intenção, mas o imperativo da ação no comprometimento com as necessidades prioritárias notadamente dos que mais dependem das ações públicas;

Que todo homem público ao tomar suas decisões tenha a inteligência que lhe possibilita a razão, sem olvidar da sensibilidade que antecede a tudo o que permeia o humano;

Que todo homem público não use a retórica para alcançar a subserviência do outro, não se comprometa com o que não possa cumprir, perceba a transparência como um dever e a dignidade como direito de todos;

Que todo homem público, enfim, tenha espelhado na mesa de seu gabinete, o pó das ruas sem asfalto, o sangue dos bairros sem saúde, o quadro negro das crianças sem escola, para que a sua caneta carregue sempre as tintas da integridade e da luta contra as injustiças sociais.

Assim seja.

Autoria: William Oliveira

Conversa com Jesus (Maria Dolores)

Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a penúria sem nome,
Porque sabemos que socorrerás
Os famintos de pão e os sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.
Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de angústia e cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.
Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de férrea cruz,
De vez que nós sabemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.
Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a dor.
É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença...
Inda que a provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração.

Pelo Espírito Maria Dolores
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Um caso de excesso de apego de esposa e filhos encarnados a um ente querido no plano espiritual



Alonso, um colaborador, de maneiras simpáticas, dirigiu a palavra ao nosso orientador, com grande interesse; tratava-se de um velhinho de humilde expressão, que lhe falava com mostras de justo respeito.

— E o senhor recebeu as notícias?

— Sim, nossos mensageiros certificaram-me dos detalhes mínimos. Sua viúva continua muitíssimo acabrunhada, os filhinhos gozam saúde, mas permanecem na mesma ansiedade por motivo de sua ausência.
O velho, que parecia muito bondoso, esboçou um gesto de confirmação e acrescentou:

— Tenho sentido tanta falta deles! Nos olhos transparecia a tristeza resignada, de quem deseja alguma coisa, medindo a extensão dos obstáculos.

— Você, porém, Alonso, não deve angustiar-se. Sei que está trabalhando agora pelo futuro da família.

NA TERRA, NA QUALIDADE DE PAIS, CONSEGUIMOS MOVIMENTAR MUITAS PROVIDÊNCIAS A FAVOR DOS FILHOS; 
ENTRETANTO, AQUI, NO PLANO ESPIRITUAL, PODEMOS REALIZAR CERTAS MEDIDAS EM BENEFÍCIO DELES, COM MAIOR SEGURANÇA. NEM SEMPRE AGIMOS NO MUNDO COM A NECESSÁRIA VISÃO; MAS AQUI É POSSÍVEL SENTIR, DE MAIS PERTO, OS INTERESSES IMPERECÍVEIS DAQUELES QUE AMAMOS.


O sentimento elevado é sempre um caminho reto para nossa alma; todavia, não podemos dizer o mesmo, a respeito do sentimentalismo cultivado no círculo da Crosta.
É preciso que você tenha muito cuidado em não desorganizar a mente. A saudade que fere, impedindo-nos atender à Vontade Divina, não é louvável nem útil. É enfermidade do coração, precipitando-nos em abismos insondáveis do pensamento.

Alonso deixou de sorrir, mostrou os olhos rasos dágua e falou em voz súplice.

— Reconheço, senhor Alfredo, a oportunidade de suas observações. Graças a Jesus, venho melhorando minha vida mental, nos deveres novos que me concedeu e, de fato, sinto-me renovado espiritualmente. Sei que sua palavra não me advertiria sem razão, mas, ousaria pedir licença para visitar a esposa e os filhos à noite, quando me concentro nas preces habituais, sinto, em torno de mim, os seus pensamentos. 

Esses pensamentos me penetram fundo, atraindo-me toda a atenção para a Terra. 
Às vezes, consigo repousar um pouco, mas com muita dificuldade. Sei que a esposa e os filhos estão chamando, dolorosamente, por mim. Esta certeza me perturba de algum modo. 
Não tenho sentido a mesma firmeza para o trabalho diário e desejaria remediar a situação.


Reconheço que minhas obrigações, presentemente, são outras e que devo estar conformado; no entanto, confesso que minha luta espiritual tem sido bem grande. Estou certo de que me perdoará a fraqueza. Que chefe de família não se sentiria atormentado, ouvindo angustiosos apelos do lar, sem meios de atender, como se faz indispensável?

E, revelando o enorme anseio da alma, enxugou os olhos e prosseguiu:

— Quisera rogar aos meus, calma e coragem, esclarecendo que meu coração inda é frágil e necessita do amparo deles; estimaria pedir-lhes esse auxílio para que eu possa atender as atuais obrigações, sem desfalecimentos. Quem sabe me concederá, agora, a permissão precisa? Temos bem perto de nossa casa um grupo de amigos espiritistas; talvez não me fosse difícil transmitir algumas palavras, breves que fossem, tentando tranqüilizar a esposa e os filhos!...

Alfredo, imperturbável, não respondeu negativamente. Parecia compreender toda a inquietação do servidor simpático e humilde. Observei-lhe no olhar, muito lúcido, o desejo sincero de atender, e, com extrema simpatia por sua conduta generosa, ouvi-o ponderar:

— Não será impossível satisfazê-lo, meu caro. Nossos emissários poderão conduzi-lo, nas viagens comuns; entretanto, creia que, como amigo, ficaria preocupado com você, pela manutenção de sua paz. Não posso abusar da autoridade e sei que cada um tem a experiência que lhe cabe, mas creio seja de seu vital interesse o fortalecimento do coração. É imprescindível conformarmo-nos com os desígnios do Eterno. Você e sua mulher não ficariam separados se não necessitassem de experiências novas. As dificuldades que ela vem amargando com a sua ausência, sofre-as também você com a separação dela. Tenho a impressão, Alonso, de que Deus nos deixa sozinhos, por vezes, a fim de refazermos o aprendizado, melhorando o coração. A soledade, porém, quando aproveitada pela alma, precede o sublime reencontro. Além disso, você não deve ignorar que os filhos pertencem a Deus, que cada um deles precisa definir responsabilidades e cogitar da própria realização. Por enquanto, vivem chorosos, desalentados. A revolta lhes visita a alma invigilante.

Estabeleceu-se a desordem doméstica, depois da sua vinda. Entretanto, que fazer senão pedir para eles e para nós a bênção do Eterno? Precisam eles da conformação com a realidade justa, e você, que já lhes deu o que era razoável, necessita, igualmente, evolver e aperfeiçoar-se na senda nova a que fomos chamados. Em que ficaria, meu caro, se permitisse a invasão total do sentimentalismo doentio em seus pensamentos? Tão dedicado é você à família do sangue, que, por agora, não o sinto com bastante preparo a tudo ver no antigo lar, sem sofrer desastrosamente. 

HÁ TEMPOS, AUTORIZEI A VISITA DE DOIS COLEGAS NOSSOS À ESFERA DA CROSTA, A FIM DE REVEREM AS VIÚVAS E ABRAÇAREM DE NOVO OS FILHINHOS; MAS FORAM TÃO VIOLENTAMENTE SURPREENDIDOS PELA SITUAÇÃO, QUE NÃO PUDERAM VOLTAR AOS SEUS DEVERES AQUI, LÁ FICANDO AGARRADOS AO NINHO QUE HAVIAM ABANDONADO. NÃO VIGIARAM O CORAÇÃO, CONVENIENTEMENTE. OUVIRAM, EM DEMASIA, OS PRANTOS FAMILIARES TERRESTRES, ENVOLVERAM-SE NOS PESADOS FLUIDOS DO CLIMA DOMÉSTICO E, PASSADA A SEMANA DE LICENÇA, NÃO CONSEGUIRAM ERGUER-SE PARA O REGRESSO. ESTAVAM COMO PÁSSAROS APRISIONADOS PELA VISÃO DAS TENTAÇÕES. OS ENCARREGADOS DO NOTICIÁRIO PARTICULAR VOLTARAM AO POSTO SEM ELES, COM GRANDE SURPRESA PARA MIM. E, FRANCAMENTE, NÃO SEI QUANDO PODERÃO REASSUMIR AS FUNÇÕES QUE LHES CABEM, O PREJUÍZO DE AMBOS É MUITO GRANDE.

Depois de pequena pausa, Alfredo rematou:

— Os vôos de grande altura pedem asas fortes. Alonso, que ouvia de olhos arregalados, considerou resignado:

— Desisto do pedido. O senhor tem razão.

O administrador abraçou-o e murmurou:

— Deus ilumine o seu entendimento.

OS MENSAGEIROS - Francisco Cândido Xavier – André Luiz


Médium
Chico Xavier

UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA

Num centro espírita famoso e muito frequentado, senhor Raimundo estava iniciando os trabalhos de desobsessão. Seu Raimundo, como bom doutrinador espírita há mais de 30 anos, fez uma prece de abertura e pediu a Jesus que ajudasse a libertar todos os irmãos que viessem a sala de desobsessão do sofrimento que atravessavam.
Raimundo viu o médium incorporar um espírito que dizia estar no umbral, sofrendo muito por conta da raiva e mágoa que sentia de um desafeto. Senhor Raimundo iniciou então os procedimentos da desobsessão clássica e disse que o espírito deveria perdoar o desafeto, pois a lei do amor é a nossa salvação.
O espírito incorporado, com olhar penetrante, disse:
– E porque devo confiar em você?
– Ora meu irmãozinho – disse Seu Raimundo – Estamos aqui num centro espírita, onde os ensinamentos de Jesus são praticados. Nós aqui ajudamos todos os espíritos sofredores e necessitados.
– E você também ajuda a si mesmo, ou só pensa em ajudar os outros? Perguntou o espírito. Seu Raimundo ficou surpreso com pergunta, mas como doutrinador experiente sabia que não podia cair nas artimanhas dos obsessores, e disse:
– Irmão... não estamos aqui para falar de mim. Você está no umbral e precisa de ajuda. Você não quer sair do umbral?
– Sim, eu quero. – disse o obsessor – Eu só fico me perguntando como existem tantas pessoas vivendo no nível ou no estado umbralino e não percebem, mesmo estando encarnados. Pois afinal, como o senhor mesmo ensina em suas palestras aqui no centro, o umbral é um estado de consciência e não um lugar ou espaço físico. Alguns espíritos vivem no umbral porque não conseguem se desprender da raiva e mágoa que sentem de um desafeto. Mas o senhor, seu Raimundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e mágoa de alguém?
Senhor Raimundo estava ficando irritado com o obsessor. Estava pensando numa resposta, mas o espírito completou:
– Não é verdade que o senhor também sente raiva e mágoa da sua ex-esposa, que te traiu com um dos seus amigos há aproximadamente 10 anos? Não é verdade que até hoje você não consegue perdoa-los?
Senhor Raimundo ficou assustado com aquelas colocações. “Como o espírito poderia saber disso?” pensou. Começou a sentir raiva do obsessor, e não muito confiante, disse:
– Não vou entrar na sua cilada. Você como obsessor experiente deve atacar as pessoas em seus pontos fracos. Portanto, saiba que…
– Eu sou um obsessor, senhor Raimundo? – perguntou o espírito interrompendo seu Raimundo. – Eu me pergunto se todos nós não somos um pouco obsessores das pessoas que dizemos amar, mas que no fundo as tentamos controlar e ganhar seu afeto a força. Não é verdade que você tem sido quase um obsessor da sua filha adolescente? Quantas vezes por dia você liga pra ela perguntando onde ela está? Quantas vezes você proibiu os namoros dela? Quantas vezes você tolheu a liberdade da sua menina por conta dos próprios medos e incertezas que guarda em seu íntimo? Você pode estar sendo um grande obsessor encarnado dela e nem perceber...
Seu Raimundo ficou atônito com aquelas revelações. Aquele espírito parecia saber tudo a seu respeito, e estava ali desnudando seus defeitos um a um. Seu Raimundo ainda não queria dar o braço a torcer e ficou com mais raiva. Resolveu fazer uma oração, dizendo:
– Senhor Jesus, peço que sua equipe conduza esse irmãozinho perturbado a um local de tratamento no plano espiritual. O espírito disse:
– Por que me chamas de irmãozinho, se nesse momento você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adianta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender nesse momento... Você precisa, Seu Raimundo, parar de fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisamos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demonstram os princípios que desejamos transmitir...
Seu Raimundo sentiu uma imensa vontade de chorar e desabou em prantos... O espírito incorporado veio falar com ele. Colocou as mãos em seu ombro e disse:
– Calma meu irmão. Você precisava dessa terapia de choque para poder enxergar a si mesmo e parar de ver os defeitos apenas nos outros. Precisava também parar de se ver como o “salvador” e os outros como “sofredores”, pois isso nada mais é do que uma forma de orgulho e soberba; é uma forma de se sentir superior e de ver os outros como inferiores. Chore, coloque tudo isso que você sente para fora, faça uma revisão desses pontos que eu te apresentei, e a partir de agora você poderá se tornar um verdadeiro ser humano, renovado, e pronto para ajudar ao próximo, realizando a verdadeira caridade... E dessa vez, sem hipocrisia.
Seu Raimundo, após alguns minutos de choro intenso, olhou para o espírito e perguntou:
– Quem é você?
O espírito olhou para seu Raimundo com todo o amor e carinho e disse:
– Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de abertura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado de Jesus, e a partir de agora, você será um novo homem...
Seu Raimundo chorou ainda mais. Agradeceu imensamente a Deus e a Jesus aquela sagrada lição de autoconhecimento... Depois desse episódio, tornou-se uma pessoa muito melhor…

Autor: Hugo Lapa

Viver Melhor

Todos queremos ser felizes, viver melhor.
Entretanto, ouçamos a experiência.
A felicidade não é um tapete mágico. Ela nasce dos bens que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente.
Tanto isto é verdade que a alegria é a única doação que você pode fazer sem possuir nenhuma.
Você pode estar em dificuldade e suprimir muitas dificuldades dos outros.
Conquanto às vezes sem qualquer consola-ção, você dispõe de imensos recursos para recon-fortar e reerguer os irmãos em prova ou desvali- mento.
A receita de vida melhor será sempre melhorar-nos, através da melhora que venhamos a realizar para os outros.
A vida é dom de Deus em todos.
E quem serve só para si não serve para os objetivos da vida, porque viver é participar, pro-gredir, elevar, integrar-se.
Se aspiramos a viver melhor, escolhamos o lugar de servir na causa do bem de todos.
Para isso, não precisa você condicionar-se a alheios pontos de vista.
Engaje-se na fileira dos servidores que se lhe afine com as aptidões.
Aliste-se em qualquer serviço no bem comum.
E tão importante colaborar na higiene do seu bairro ou na construção de uma escola, quanto auxiliar a uma criança necessitada ou prestar apoio a um doente.
Procure a paz, garantindo a paz onde esteja.
Viva em segurança, cooperando na segurança dos outros.
Aprendamos a entregar o melhor de nós à vida que nos rodeia e a vida nos fará receber o melhor dela própria.
Seja feliz, fazendo os outros felizes.
Saia de você mesmo ao encontro dos outros, mas não resmungue, nem se queixe contra ninguém. E os outros nos farão encontrar Deus.
Não julgue que semelhante instrução seja assunto unicamente para você que ainda se acha na Terra.' Se você acredita que os chamados mortos estão em paz gratuita, o engano é seu, porque os mortos se quiserem paz que aprendam a sair de si mesmos e a servirem também.


Autor André Luiz

Médium Chico Xvier

Algum dia você já se sentiu paralisado, sem poder se mexer, quando estava dormindo?

Acordei no meio da noite e senti uma presença no meu quarto. Ela se aproximou e pressionou meu peito. Eu estava imóvel sem conseguir me mexer. O que aconteceu afinal?

Esse tipo de relato não é tão raro como se pensa. Muitas pessoas têm a impressão de acordar no meio da noite e não conseguirem se mexer, estarem presas e sem qualquer movimento corporal. A esse fenómeno se dá o nome de “Catalepsia Projetiva” no Espiritualismo. Trata-se de um fenómeno que tem uma explicação científica e também uma explicação espiritualista. Eu acredito mais na explicação espiritualista do fenómeno, pois ela descreve com mais clareza todas as facetas desse acontecimento insólito.

Em primeiro lugar, não estamos totalmente acordados nesse momento. A impressão que uma pessoa tem quando se vê deitada na cama sem se mover é de que acordou e não consegue se mexer, pois ela pode enxergar tudo o que ocorre a sua volta, no quarto e até a si mesma. No entanto, ela está ainda em estado de sono, ou ao menos em estado de semi-despertar, e é possível que até os seus olhos estejam fechados no momento em que há o retorno de sua consciência. Isso ocorre porque em realidade a pessoa não está com seu corpo imóvel, ela simplesmente não consegue mover o corpo físico porque não acordou e está em estado de semi-projeção astral.

Mas o que significa semi-projeção astral? Os estudos espiritualistas nos revelam que nosso corpo espiritual sai do corpo físico todas as noites quando adormecemos. A grande maioria não se recorda de suas viagens pelos espaços astrais, mas de fato o corpo espiritual se libera do corpo material e flutua por vários locais, seja no nível da crosta terrestre, vendo pessoas e coisas, seja nos planos espirituais mais elevados, como o plano astral ou mental.

Durante a semi-projeção, diz-se que o corpo espiritual ou corpo astral não saiu adequadamente do corpo físico, ou não fez seu retorno ao corpo, para reacoplamento, de forma adequada. Isso significa que, no ato do retorno ao corpo físico, o corpo espiritual pode não conseguir “encaixar” adequadamente no corpo físico, e essa dificuldade de ajuste pode fazer com que a pessoa não adquira o controle de seus movimentos corporais. A pessoa pode ver seu aposento em nível astral, ver a si mesma, ver entidades espirituais, mas está com os olhos físicos fechados. Nesse momento, a pessoa em semi-projeção não está no controle de sua visão material, com os olhos físicos, mas sim com sua visão astral, que independe do olho humano. Por isso, no momento do retorno e da dificuldade do “acoplamento” ao corpo físico, a visão psíquica ainda está aberta, e nesse sentido, é possível visualizar nosso aposento tal como ele é em seu nível astral. Por esse motivo, uma ou mais entidades espirituais podem ser vistas, assim como outras energias do ambiente.

Todo esse processo é bastante propício à intervenção dos chamados “vampiros astrais”. Os vampiros astrais são entidades desencarnadas que vivem no nível da crosta terrestre sugando a energia de seres vivos para que consigam manter a integridade do seu corpo astral. Diz a literatura espiritualista que, após a morte, o corpo etérico e astral se dissolvem algum tempo após o desencarne, o corpo etérico antes e o corpo astral depois. Um espírito muito apegado a matéria pode desejar se manter no nível da Terra por mais tempo e o faz por vários motivos: 1) para continuar influenciando nos assuntos humanos; 2) para continuar ligado a encarnados que lhe sejam caros, como familiares e amigos; 3) para continuar usufruindo dos prazeres materiais em possessão aos encarnados, dentre outros motivos. Mas para que ele consiga se manter por um tempo maior, ou até indefinidamente, ele precisa sugar a energia dos seres vivos, animais e pessoas, e a melhor energia para ele é a humana.

De acordo com o relato, o espírito aproximou-se da pessoa e pressionou seu peito. Os vampiros astrais realizam esse procedimento para, com isso, extrair as energias das pessoas. Eles se aproveitam de uma situação de semi-projeção para ter contato com o corpo espiritual da vítima em ligação com o corpo físico, e assim obter mais sucesso no ato de sorver a energia dos encarnados. Existem muitos vampiros astrais atuando hoje em dia no planeta, e muitos deles ficam esperando o momento ideal para investir contra suas vítimas. Muitos vampiros astrais pressionam o peito das pessoas, e durante a semi-projeção, elas sentem como se o seu peito físico estivesse sendo tocado, mas na verdade essa sensação não é física, mas sim etérica. A sensação etérica é bem semelhante a sensação física, mas ela existe além do nível material, dentro de um nível vibratório.

A melhor forma de evitar a presença de vampiros astrais é manter uma vida elevada, de princípios morais, virtudes e atitudes solidárias e caridosas. Não guardar mágoa, não sentir raiva, perdoar e viver sob a égide do amor universal em Deus. Uma oração antes de dormir, elevando nossa mente a Deus também pode ajudar a nos manter numa vibração que os vampiros astrais não conseguem alcançar.

Autor: Hugo Lapa

Prece por Esperança (JESUS ABRE-ME UMA PORTA) - Chico Xavier

Deus!!!
Que neste momento sublime, que é o da prece, que possamos encontrar em nós mesmos sua centelha para que tenhamos nossos pensamentos elevados e consigamos alcançar nossas intenções.
Que nossa fé em Ti guie nossos passos.
Que nossas intenções pelos nossos entes queridos nos sejam concedidas pela sua misericórdia divina, se assim merecermos.

PRECE POR ESPERANÇA

Senhor, que em nosso coração jamais se arrefeça a esperança - a esperança em melhores dias, para nós e para toda a Humanidade...
A esperança de que nossos sonhos se realizem; de que venhamos a colimar os objetivos que anelamos; de que as nossas mais lídimas aspirações se concretizem...
Que a esperança sempre nos sustente na busca de paz que empreendemos.
Quando tudo conspire contra os nossos anseios de felicidade, que a esperança seja a estrela que nunca se apaga, em meio à espessa escuridão do caminho.
A esperança é a certeza do amanhã tranquilo.
Quem conseguirá viver sem esse divino êmulo no espírito?
Tu és, Senhor, a nossa esperança maior!... Em Ti esperamos e confiamos, hoje e sempre.

Carlos Baccelli, pelo espírito Irmão José
Do livro Preces e Orações.

JESUS ABRE-ME UMA PORTA!

Senhor, atende este clamor que brota do mais íntimo do meu coração: abre-me uma porta !
Só Tu sabes e conheces, Jesus, o momento de dificuldade pelo qual eu (diga aqui seu nome) e toda a minha família estamos passando por causa do desemprego.
Tu sabes também, Senhor, com quanta esperança eu me aproximo de Ti para pedir que vás à minha frente, abrindo uma porta e preparando um emprego, para que eu possa, através de um trabalho digno, dar à minha família “o pão de cada dia”.
Por que tu és, ó meu Deus, minha esperança!
Peço ainda que me concedas todo ânimo, confiança, destemor e fortaleza para sair de minha casa em busca desse trabalho, na certeza de que Tuas mãos, estendidas em meu favor, baterão nas portas antes de mim, preparando a minha entrada num emprego segundo a Tua vontade.
Confiando inteiramente na Tua Palavra que diz “Batei e abrir-se-á (...), ao que bater se lhe abrirá”, já agradeço, de todo o meu coração, porque acredito que “a Deus nenhuma coisa é impossível.”

CHICO XAVIER

Reze várias vezes por dia e, principalmente antes de sair para procurar um emprego: “Jesus Misericordioso, abre-me uma porta e concede-me esta graça!”


Médium: Chico Xavier

Oração da Cura

Pai celestial, que habitais o meu interior, impregna com a Tua Luz vital cada célula de meu corpo, expulsando todos os males, pois estes não fazem parte de meu ser. Na minha verdadeira realidade, como filho de Deus perfeito que sou, não existe doença; por isso que se afaste de mim todo o mal, todos os bacilos, micróbios, vírus, bactérias e vermes nocivos, para que a perfeição se expresse no meu corpo, que é templo de Divindade.
Pai teu Divino filho Jesus disse: pedi e recebereis, porque todo aquele que pede recebe, portanto, tenho absoluta certeza de que a minha oração da cura já é a própria cura. Para mim agora, só existe esta verdade: a cura total. Mesmo que a imagem do mal permaneça por algum tempo no meu corpo, só existe em mim agora a imagem mental da cura e a verdade da minha saúde perfeita.
Todas as energias curadoras existentes em mim estão atuando intensamente, como um exército poderoso e irresistível, visando os inimigos, fortalecendo as posições enfraquecidas, reconstruindo as partes demolidas, regenerando todo o meu corpo. Sei que é o poder de Deus agindo em mim e realizando o milagre maravilhoso da cura perfeita.
Esta é a minha verdade mental. Esta portanto é a verdade do meu corpo.
Agradeço-te, óh! pai, porque Tu ouvistes a minha oração.
Dou-te graças, com toda alegria e com todas as forças interiores porque tua vontade de perfeição e saúde aconteceram em mim, em resposta ao meu pedido.
Assim é e assim será.

Dr. Manoel Dantas

Autor:Dr. Manoel Dantas

Atitudes Essenciais

Maravilhoso texto amiga. Obrigada

Amigo Ingrato

Amigo Ingrato
Causa-te surpresa o facto de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia te pediu abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.

Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

Reprova-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.

Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

Não te desalentes! O mundo é impermanente.

O afecto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.

Persevera, tranquilo! Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

Não lhe guardes rancor.

Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.

Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar.

Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.

Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.

FONTE: LIVRO: Momentos de Felicidade
Autor Espiritual : Joanna de Ângelis
Psicografada por: Divaldo Pereira Franco

O Credo De Euripdes Barsanulfo

O CREDO DE EURÍPDES BARSANULFO

“CREIO que não temos nossa causa em nós mesmos; que existe acima do homem e superior à natureza um Ser Pensante, Infinito, Eterno, Imutável, um Supremo Legislador; que a existência de um Criador, de uma Razão primitiva, é um fato adquirido pela evidência material dos fatos, que o Universo não é nem surdo, nem cego; que a vida não é uma confusão sem fim, um caos informe; que tudo tem sua razão de ser, seu alvo, seu fim.

CREIO que o Nada é uma palavra vã; que a Morte não existe; que nada morre; que o ser sobrevive ao seu invólucro; que a morte não existe; que a morte não é um termo, mas. Uma metamorfose, uma transformação necessária, um renovamento; que som os eternos pela base do nosso ser; que nada do que existe pode ser aniquilado; que existiremos, porque existimos.

CREIO que não há aniquilamento, m as sempre estados sucedendo a outros estados, a eterna transmissão de outra ordem de coisas a outra, de uma economia a outra, de um serviço a outro; que tudo renasce; que tudo volta a sua hora, melhorado, aperfeiçoado pelo labor; que o nascimento não é o verdadeiro começo; que nascer não é principiar, mas mudar de figura; que nossas existências não são mais que continuações, séries, consequências; que o sono ou despertar, morte ou nascimento, são uma e a mesma coisa; transição semelhante, acidente previsto.

CREIO que tudo evolui e tende para um estado superior; que tudo se transforma e aperfeiçoa; que o homem marcha sempre e sempre se engrandece; que tudo rola, prolonga-se e renova-se; que a morte não é o único teatro se nossas lutas e de nossos progressos; que o universo é sem lacuna; que há mundos infinitos nesse universo infinito; que o mundo é um ponto que conduz a outro e que os há para todos os graus de crescimento.

CREIO que , saindo desta vida, não entramos em um estado definitivo; que nada se acaba neste mundo; que enquanto um destino humano tem alguma coisa a cumprir, isto é, um progresso a realizar, nada está para ele acabado ; que a morte não deve ser tomada senão como um descanso em nossa viagem; que a morte é feixe de caminhos em todas as direções do universo e nos quais efetuamos nosso destino infinito.

CREIO que DEUS não criou almas civilizadas; que a alma humana é o resultado do trabalho, que todos os homens são cidadãos da mesma pátria, membros da mesma família, ramos da mesma árvore; que todos têm origem, destino e aspiração comuns, que todos começaram a ascensão que estão somente mais ou menos altos; que os mais vis têm por lei alcançar os mais elevados.

CREIO que o homem não é o ultimo anel que une a criatura ao Criador; que não somos os primeiros depois de DEUS; que temos ao menos tantos degraus sobre a cabeça como abaixo dos pés; que a vida está em toda a parte, que a alma está em toda coisa, que o corpo envolve um espírito; que o homem não é o único; que é seguido de uma sombra; que todos , o próprio calhau miserável, tem atrás de si uma sombra, uma sombra diante deles; que todos são alma que vive, que viveu, que deve viver.

CREIO que a harmonia do Universo se resume em uma só lei; que o progresso por toda parte é para todos, para o animal como para a planta, para a planta como para o mineral; que tudo segue a mesma rotação, que tudo morre da mesma maneira e morre ultimamente; que a vida sorve todos os elementos da própria morte; que cresce por série continua de transformações infinitas, que parte do infinitamente pequeno marcha para o infinitamente grande.

CREIO que tudo que vive é encarnação; que toda evolução, toda transformação é encarnação, que as criaturas sobem no crescimento d'alma como no dos invólucros; que o homem é o espírito encarnado; que a alma não é criada ao mesmo tempo que o corpo , que ela é apenas incorporada; que a encarnação é uma lei da natureza, uma necessidade absoluta, consequência lógica da lei do progresso; que todo o homem é um resumo de existências anteriores, que se compõem de numerosos personagens, formando um só.

CREIO que neste universo, obra da Infinita Sabedoria, nada acontece pelo jogo do acaso; que nada se faz sem uma Soberana Justiça; que toda desordem não existe senão em aparência; que não há acaso, nem fatalidade; que as forças, leis, que ninguém pode derrogar; que todas as coisas do mundo têm ligação entre si; que nada é isolado; que o mundo material é solidário com o mundo espiritual e que ambos se penetram reciprocamente; que tudo se mantém, tudo se concorda, tudo se encadeia, e, se liga, sobre o ponto de vista moral, como físico; que na ordem dos fatos, dos mais simples aos mais complexos, tudo é regulado por uma lei.

CREIO que a lei moral é uma verdade absoluta; que a Justiça, a Sabedoria, a Virtude, existem na marcha do mundo, tanto quanto a realidade física; que não se pode transpor, sem trabalho e sem mérito, um grau na iniciação humana; que o espírito deve chegar só, por si, à verdade, e que tem de tornar-se merecedor de sua felicidade, que a felicidade para ter tido o seu preço, deve ser adquirida e não concedida.

CREIO que a vida não é um jogo, uma ilusão, que a verdadeira vida não é a que multiplica os gozos; que a felicidade tal qual a entendemos não pode existir; que é preciso que o esforço subsista neste mundo; que não estamos aqui para gozar, mas para lutar, trabalhar, combater; que a luta é necessária ao desenvolvimento do espírito, que Verdadeiro fim da vida consiste no dever que incumbe a todo ser humano de subjugar a matéria ao espírito.

CREIO que o homem é justificado não por sua fé, mas por suas obras; que a prática do bem é a lei superior, a condição "sine qua non" de nosso futuro; que a santidade é o alvo a que devem os chegar; que não se pode fazer tudo impunemente; que a felicidade e a desgraça dos homens dependem absolutamente da observação da lei universal, que regem a ordem em a natureza.
CREIO que existem um Inferno e um Paraíso filosóficos, isto é, um sistema natural que liga entre si, intimamente, as causas além e aquém do tempo; que sempre nos sucedemos a nós mesmos; que sempre determinamos, por nossa marcha presente a marcha que seguiremos mais tarde.

CREIO que o presente determina o futuro; que cada homem tece em volta de si o seu destino; que se torna sem cessar o que mereceu ser;que nenhum desvio do caminho reto fica impune; que os que dele se afastam serão a ele levados fatalmente; que o progresso é uma lei soberana a qual ninguém resiste; que não há um defeito, uma imperfeição moral, uma ação má que não tenha sua contradita e suas consequências naturais; que não há ato útil sem proveito, falta sem sanção; que não ação que possa sonegar-se.

CREIO que cada um deve a si mesmo sua sorte, que cada um cria as suas alegrias como as suas penas; que o homem é o seu próprio algoz; que se remunera e se pune a si mesmo; que colhe o que semeia e nutre-se do que colhe, debilitado ou fortificado pelos alimentos que ele próprio produziu; que a alma transporta em si mesma o seu próprio castigo, em todo o lugar em que possa encontrar; que o inferno não é um lugar, mas uma condição de ser, um estado da alma; que pertence a cada um de nós sair dele ou aí nos manter.

CREIO que a pena está senão na falta; que é impossível que coisas possam separar-se; que o sofrimento não é o resultado do acaso; que toda lágrima lava alguma coisa; que dor e culpabilidade são sinónimos; que o homem em evolução é tributário de seus erros e de seus maus pensamentos; que somos nós os instrumentos de nosso próprio suplicio.

CREIO que toda vida culposa deve ser resgatada; que toda falta cometida, todo mal causado é uma divida contraída, que deve ser paga no momento ou no outro, quer em uma existência quer na outra; que a fatalidade aparente, que sem eia de m ales o caminho da vida, não é senão a consequência do nosso passado, o efeito produzido pela causa; que a vida terrestre é ao mesmo tempo reparação e preparação; que nenhum de nós é o que deve ser e que é preciso que a razão se cumpra, que a justiça se faça e o bem seja.

CREIO que cada nova existência é um novo ponto de partida, em que o homem é aquilo que se fez; que renasce com seu débito e com seu crédito; que nada perde do que adquiriu; que o esquecimento temporário do passado é a condição indispensável de toda provação e de todo o progresso; que é preciso que o esforço seja livre e voluntário; que o conhecimento dos fatos anteriores e das sanções inevitáveis embaraçaria o homem, em lugar de ajudá-lo; que é justo e necessário que, em seu estado atual, o passado e o futuro lhe sejam ocultos.

CREIO, enfim, que a revelação é progressiva, que a verdade se desvenda sempre, segundo os tempos e os lugares; que estamos na aurora da vida consciente e que marchamos, todos, na solidariedade universal, através de vidas sucessivas para a infinita perfeição; que o futuro encerra e que tudo foi criado, tendo em vista um bem final; que o Bem é a lei do Universo e o Mal um estado transitório, sempre reparável, uma das fases inferiores da evolução dos seres para o bem ; que nada de irremediável pesa sobre nós; que tudo se apaga; tudo se dissolve; que a dor é libertadora, que nada é negro, nada é triste; que tudo acaba bem e que não se tem senão de esperar a sua hora em um mundo ou em outro.”

Eurípedes Barsanulfo, 31 de dezembro de 1913 

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