Eles não entenderam nada

[Elvia Pereira]

Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?
João 8.33
Deus tinha um plano no Seu coração: criar um ser à Sua imagem e semelhança. Tudo o que o Altíssimo formou antes disso foi preparação para esse ser, o qual seria como Ele aqui na Terra. Após criá-lo, o Senhor viu tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom (Gn 1.31). Os atos do Criador são perfeitos, mas o homem não vigiou e caiu em transgressão. Com isso, os descendentes dele se tornam servos do diabo à proporção que nascem (Ef 2.1-3). Que herança!
O pecado consciente de Adão nos lançou sob o jugo de Satanás. Ele comeu do fruto proibido, e isso foi o início da escravidão da humanidade (Gn 3). É preciso transmitir a mensagem do Evangelho, a Boa Notícia do que Cristo fez em nosso favor. Quando as pessoas se deixam ensinar a respeito da Verdade ficam imediatamente livres. Quem ouve sobre a obra realizada por Jesus na Sua morte logo toma a decisão de ser liberto. Boa decisão!
O Senhor levantou Israel para ser o Seu povo; assim, as demais nações aprenderiam a caminhar com Ele, desfrutando das Suas bênçãos. No entanto, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó se tornaram escravos no Egito. Ele levantou Moisés e os tirou de lá, depois de mais de 400 anos de servidão vergonhosa. Para temerem a Deus, foi-lhes dada a Lei, um remédio amargo, o melhor naquela ocasião. Com o passar dos dias, eles fizeram dela uma religião. Grande prejuízo!
A religião criada pelos sacerdotes foi incapaz de mudar o coração das pessoas, nem dar ao mundo o exemplo de que vale a pena cumprir os mandamentos divinos (Mt 23.15). Tais religiosos tinham o formalismo, mas não o poder. Nos dias de Jesus, eles queriam matar o Mestre por fazer a obra como o Pai determinou (Jo 8.37). Cristo andava de cidade em cidade, ensinando todos a se entregarem a Deus, dando-Lhe o verdadeiro lugar na vida e crendo nas Escrituras (Lc 8.1). Quanta diferença!
Os ensinamentos de Jesus deveriam tirá-los da dureza da Lei e conduzi-los à misericórdia de Deus. Ele abria a Palavra e explicava Seus escritos. Com isso, os demônios se manifestavam nos oprimidos e Ele expulsava o mal. Depois disso, muitos ficavam bons, e todos louvavam a Deus. O Messias veio pagar o preço da queda adâmica, e os religiosos não aceitavam a Sua pura e santa doutrina, pois ela envergonhava a deles (Mt 7.28,29). Santa doutrina!
A vinda do Filho de Deus marcou o fim da religião humana. Jesus dizia que não aceitava testemunho humano, nem recebia a glória vinda do homem (Jo 5.34). Infelizmente, de novo, a mensagem do Salvador foi transformada em um emaranhado de coisas nascidas de corações não convertidos, e o que se viu foram as piores aberrações feitas em Nome de Deus. Haja vista o que se passou na Santa Inquisição. Inquisição santa?
Hoje, muitos não se deixam enganar, pois comparam o que se diz em Nome do Senhor com as Escrituras. Os verdadeiros descendentes de Abraão jamais se abalam com as ameaças do homem, tampouco se curvam às criações dos "sacerdotes", e sim buscam entender a vontade divina, mostrando sinais, prodígios e maravilhas. E que maravilhas!
Em Cristo, com amor...