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Blog de Patrizia Gardona (1,529)

Lira III

Tu não verás, Marília, cem cativos

tirarem o cascalho e a rica terra,

ou dos cercos dos rios caudalosos,

ou da minada serra.



Não verás separar ao hábil negro

do pesado esmeril a grossa areia,

e já brilharem os granetes de oiro

no fundo da bateia.



Não verás derrubar os virgens matos,

queimar as capoeiras inda novas,

servir de adubo à terra a fértil cinza,

lançar os…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 17 setembro 2020 às 11:00 — Sem comentários

Eles viram-lhe as costas

Há uma dúvida se é melhor sermos amados do que temidos, ou vice-versa. Deve-se responder que gostaríamos de ter ambas as coisas, sendo amados e temidos; mas, como é difícil juntar as duas coisas, se tivermos que renunciar a uma delas, é muito mais seguro sermos temidos do que amados... pois dos homens, em geral, podemos dizer o seguinte: eles são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ambiciosos; eles furtam-se aos perigos e são…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 16 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

O Amor Infinito

Da mulher o que nos comove e enleva é a parte impoluta que ela tem do céu; é a magia que a fada exercita obedecendo a interno impulso, não sabido dela, não sabido de nós. Ali há mensagem de outras regiões; aqui, no peito arquejante, nos olhos amarados de gozozas lágrimas, há um espirar para o alto, um ir-se o coração avoando desde os olhos, desde o sorriso dela para soberanas e imorredouras alegrias.

Nós é que não sabemos nem…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 15 setembro 2020 às 9:30 — Sem comentários

Um telefone toca num fim de tarde, começo de noite...

* Alô?

* Pronto.

Ele: - Voz estranha... Gripada?

Ela: - Faringite.

Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.

Ela: - E se estivesse? Algum problema?

Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.

Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?

Ele: - Constipado.

Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.

Ele: - A gente…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 14 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Amor

E alguém disse:

Fala-nos do Amor:



- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;

ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.

E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;

ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.



E quando vos falar, acreditai nele;

apesar de a sua voz

poder quebrar os vossos sonhos

como o vento norte ao sacudir os…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 13 setembro 2020 às 12:00 — Sem comentários

Amavisse

Como se te perdesse, assim te quero.

Como se não te visse (favas douradas

Sob um amarelo) assim te apreendo brusco

Inamovível, e te respiro inteiro



Um arco-íris de ar em águas profundas.



Como se tudo o mais me permitisses,

A mim me fotografo nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima

No dissoluto de toda despedida.



Como se te perdesse nos trens, nas…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 12 setembro 2020 às 12:00 — Sem comentários

Como as mulheres dominaram o mundo

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.

- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...

Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira.

Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento,…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 11 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Sonhar

Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço

Aos páramos azuis da luz e da harmonia;

É ambicionar o céu; é dominar o espaço

Num vôo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,

Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;

Encastelar-se, enfim, no deslumbrante Paço

De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.

É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,

Na luz de um…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 10 setembro 2020 às 9:30 — Sem comentários

Inconstância

;

Procurei o amor, que me mentiu.

Pedi à Vida mais do que ela dava;

Eterna sonhadora edificava

Meu castelo de luz que me caiu!



Tanto clarão nas trevas refulgiu,

E tanto beijo a boca me queimava!

E era o sol que os longes deslumbrava

Igual a tanto sol que me fugiu!



Passei a vida a amar e a esquecer...

Atrás do sol dum dia outro a aquecer

As brumas dos atalhos por onde…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 9 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Marília de Dirceu (excerto)

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

que viva de guardar alheio gado,

de tosco trato, de expressões grosseiro,

dos frios gelos e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto;

dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

das brancas ovelhinhas tiro o leite

e mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela, graças à minha estrela!



Eu vi o meu semblante numa fonte:

dos…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 8 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Declaração de Amor

Tentei dizer o quanto te amava, aquela vez,

baixinho mas havia uma grande berreira,

um enorme burburinho e, pensado bem,

o berçário não era o melhor lugar.



Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,

cada um recém-chegado você sem saber ouvir,

eu sem saber falar.



Tentei de novo, lembro-me bem, na escola.

Um PS no bilhete pedindo cola interceptado

pela professora como…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 7 setembro 2020 às 8:00 — Sem comentários

Surdina (em Alma Inquieta)

No ar sossegado um sino canta,

Um sino canta no ar sombrio...

Pálida, Vénus se levanta...

Que frio!



Um sino canta. O campanário

Longe, entre névoas, aparece...

Sino, que cantas solitário,

Que quer dizer a tua prece?



Que frio! embuçam-se as colinas;

Chora, correndo, a água do rio;

E o céu se cobre de neblinas...

Que frio!



Ninguém... A estrada, ampla e…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 6 setembro 2020 às 11:00 — Sem comentários

E para lá que eu vou...

Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.

À ponta do lápis o traço.

Onde expira um pensamento está uma ideia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.

Na ponta dos pés o salto.

Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.

Ou não vou?

Vou,…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 5 setembro 2020 às 11:30 — Sem comentários

Se eu fosse eu

Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria?

Às vezes dá certo.

Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.

E não me sinto bem.

Experimente: se você fosse você, como seria e o que…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 4 setembro 2020 às 9:30 — Sem comentários

Historia de um cão...

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra. Um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta a casa.

A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia,…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 3 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Minha alma está em brisa

*Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que o que eu vivi até agora.*

*Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de* *doces*; *O primeiro comeu com prazer,* *mas quando percebeu que havia poucos,* *começou a saboreá-los profundamente.*

*Já não tenho tempo para reuniões intermináveis ​​em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 2 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Na própria pele

Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo convivendo com tantas perguntas que o tempo não respondeu e com a ausência de qualquer garantia de que ele ainda responda. É me sentir confortável, mesmo entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já mudaram, e que também…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 1 setembro 2020 às 9:00 — Sem comentários

Tecnologia

Para começar, ele nos olha nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-electrónico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 31 agosto 2020 às 8:30 — Sem comentários

Você aprende

Um dia você aprende que deve obedecer. Um dia você aprende que não pode ter tudo o que quer, que gente que tem orgulho próprio é chato e que se deve ser solidário. Que você não deve confiar em ninguém, que deve 'fazer o bem sem olhar a quem', que, se for menino, não chora e que, se for menina, deve-se preservar.

Você vê que a vida é só uma e que deve aproveitá-la.

Você aprende que deve-se pensar duas vezes antes de tomar…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 30 agosto 2020 às 10:00 — Sem comentários

E por falar em ladrão de galinhas

Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e levaram para a delegacia.

- Que vida mansa, hein, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para cadeia!

- Não era para mim não. Era para vender.

- Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

- Mas eu vendia mais caro.

- Mais caro?

- Espalhei o boato que…

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Adicionado por Patrizia Gardona em 29 agosto 2020 às 10:30 — Sem comentários

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