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Numa pequena aldeia da Polónia vivia um rabino dotado de grande sabedoria. Os seus seguidores gostavam muito dele e vinham contar-lhe os seus desgostos com frequência. Passado algum tempo, o rabino cansou-se de ouvir as pessoas dizerem que os seus infortúnios eram maiores do que os dos seus vizinhos. Estavam sempre a fazer perguntas do género “Por que não sofre ele como eu sofro?”;“Por que não tem ela um marido enervante como o meu?”; “Por que não tem ele uma mulher preguiçosa como a minha?”; “Por que não tem ela dores de costas?”; “ Por que não vivem os filhos dele em casa sem contribuírem para as despesas como os meus fazem?”
Os queixumes continuaram de tal forma que o rabino teve uma ideia e anunciou a todos que iria ser celebrado um novo feriado.
─ Tragam os vossos infortúnios todos. Tragam-nos num saco com o vosso nome e pendurem-no na árvore grande que está no centro da aldeia. Assim, todos poderão trocar os seus fardos pelos dos vizinhos.
Os aldeões ficaram todos excitados, a pensar no quão mais fáceis as suas vidas iriam ser no futuro. Quando o dia chegou, colocaram-se todos debaixo da árvore com os sacos na mão. Ataram-nos aos ramos baixos com pedaços de corda para que as outras pessoas os pudessem inspecionar.
─ Agora ─ anunciou o rabino numa voz pomposa ─ podem examinar os sacos e ver que fardos dos vossos vizinhos querem levar para casa em troca dos vossos.
Os aldeões precipitaram-se para a árvore e começaram a vasculhar nos sacos. Uns após outros, todos foram revistados. Os aldeões continuavam a circular.
Finalmente, mais cansados e mais sábios, pegaram cada um no seu saco e foram para casa. O rabino sorriu. Tal como ele esperava, os aldeões tinham visto os infortúnios dos outros e tinham decidido não trocar os seus problemas pelos deles. Os seus, pelo menos, já lhes eram familiares.

Autor: (tradição judaica)

Elisa Davy Pearmain (edited by)
Doorways to the soul
Cleveland, The Pilgrim Press, 1998

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Os comentários estão fechados para esta entrada de blog

Comentário de Ana Cruz Nobre em 24 março 2019 às 20:34

Muito bom amigo! Obrigada.

Comentário de Marta Maria (adm) em 24 março 2019 às 2:32

É peculiar de todo ser humano, no seu egocentrismo que só ele sofre, tem problemas etc.
Como diz o velho ditado: Só sabe onde o sapato aperta quem o calça.
Bela reflexão tem esse texto. Beijinhos

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