Universidade no deserto

[Elvia Pereira]

E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se envelheceu no teu pé o teu sapato.
Deuteronómio 29.5
Nunca se ouviu falar de um povo que tenha morado no deserto por tanto tempo sem ser beduíno. Os hebreus eram um grupo de pessoas de mais de três milhões de indivíduos. Eles deviam ter aprendido com a obediência que Deus requereu deles, mas preferiram enviar 12 homens, representando cada tribo, e, por isso, permanecerem naquele lugar árido durante 40 anos. Não deram glórias ao Senhor pela terra concedida a eles, e sim a infamaram (Dt 1.20-28).
Por que agiram assim? Afinal, eles tinham visto o Altíssimo fazer maravilhas no Egito, enfraquecendo o exército de Faraó e permitindo a saída deles de lá. Os fiéis do Senhor haverão de aprender com as ações d'Ele e O louvarão com alegria. Porém, ao decidirem eleger espias, os hebreus fracassaram em seguir as ordens divinas e foram para a escola do deserto.
Isso ocorreu pouco tempo depois da saída do Egito. Os hebreus deixaram o medo dominar-lhes o coração e inventaram a história de verificar se a terra era como o Senhor lhes dissera. Eis a ordem divina: Eis que o SENHOR, teu Deus, te deu esta terra diante de ti; sobe e possui-a como te falou o SENHOR, Deus de teus pais; não temas e não te assustes (Dt 1.21). Quem deixa o medo entrar não obedece ao Senhor!
Após a volta dos espias, os israelitas quiseram retornar à escravidão do Egito (Nm 13.25—14.4). Essa decisão fez o Altíssimo Se irar a ponto de querer destruí-los; porém, Moisés soube interceder em favor deles. Assim, começaram a caminhar o tempo determinado: para cada dia que os espias ficaram verificando a terra (que foram 40 dias), eles teriam de caminhar um ano – no total: 40 anos. Isso não foi fácil, mas seriam preparados para nunca mais retroceder.
Ali, os hebreus viram a glória de Deus dia e noite. Os sapatos usados na saída do Egito foram os mesmos ao longo dos 40 anos de peregrinação, pois não se gastaram, nem suas roupas envelheceram. Não precisaram plantar nem colher nada, apenas recolher o maná que caía diariamente. Os que bancaram os espertinhos e, um dia, recolheram em dobro, para não trabalhar no dia seguinte, constataram que o maná cheirava mal e continha bicho (Êx 16.20).
Eles não bebiam água, pois não tinham sede: E Jacó não tinha sede, quando o levava pelos desertos (Is 48.21a). O Senhor multiplicava a água antes da partida para a caminhada-lição, mas, ao pecarem, a sede voltava, e Deus fazia sair água da rocha. Então, voltavam a caminhar sem precisar do precioso líquido: Fez-lhe correr água da rocha; fendendo ele as rochas, as águas manavam delas (Is 48.21b). Creia e viva!
O que pode ser dito a seu respeito? Da próxima vez que o Pai lhe falar algo, assuma-o sem resmungar. Quem se entrega ao Senhor e não se arrepende de confiar n'Ele vivenciará as Suas grandes operações. Portanto, viva na presença do Altíssimo e você verá quão glorioso é o Seu Nome. Matricule-se na universidade do Espírito Santo!
Em Cristo, com amor...