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Sobre aqueles que passam na Nossa Vida anunciando a Primavera

Sobre aqueles que passam pela nossa vida anunciando a primavera, são necessários e suficientes para causar mudanças intempestivas e deixam um pouco de si, partindo quando já cumpriram sua missão.

Sem o intuito de esbarrar nas concepções sociais ou morais de excelência e primor, esse texto é sobre um ser perfeito. Não perfeito sob a designação comumente usada de perfeição, mas perfeito pelo conceito de capacidade, suficiência e necessidade. É sobre alguém que não impõe rótulos nos sentimentos e pode causar estranhamento, paixão, encantamento, tudo ao mesmo tempo e nem sempre se trata de amor.

É sobre uma pessoa capaz, suficiente e necessária, dessas que representam a primavera em qualquer época do ano: expulsam os medos, conseguem ficar com você por inteiro e conquistam aquilo que couber, entregando-se por uma hora, um dia, um mês, um ano ou uma vida, desde que seja com sabor de fruta mordida degustada ora sem pressa, ora com urgência.

Então ela é aquela pessoa perfeita, que te decifra pelo olhar e te assegura que as portas podem ser abertas, que as paredes devem ser derrubadas e não é vantajoso reconstruí-las, para que o sol entre; e que você pode simplesmente deixar fluir e ir.

É a criatura que aparece sem ser anunciada, com a boca escancarada em sorriso ao te avistar, e paralisa ao seu lado, fazendo daquele momento, eternidade.

E quando te abraça, traz a sensação de lar, de que é naqueles braços que você deveria ficar para sempre aninhado, de que dali você nunca deveria ter partido.

É para essa figura que você pode contar seus sonhos, delirar despreocupadamente, viver o melhor do futuro no presente, o melhor de si, na versão mais fiel de si mesmo.

Com esse personagem você vai conversar sobre tudo o que se encaixar ou vai ficar em silêncio, porque na mudez haverá tanta voz, tanto o que revelar e ele saberá ouvi-lo com a mesma intensidade que você.

É nos seus lábios - quando beijos existirem - que as horas se perdem e o chão recua, num hiato de espaço-tempo. Porém mesmo que não haja toque e envolvimento físico, há o consolo da entrega da alma, que é insubstituível, trazendo tanta dor e prazer quanto corpos unidos o fariam.

Essa é a pessoa que você carregará consigo, em alguma camada de si que já foi revelada no seu convívio ou que ainda se anunciará no porvir. Assim como a primavera, ela também talvez vá embora, porque precisa alçar voo. Vazio, contudo, não sobra, pois ficam as recordações definitivas em alguma gaveta da mente, provando que, nesse tempo em que esteve por perto, fez com que a vida se iluminasse e você se enchesse de si.

FRANCINE CAMARGO

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