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Ante o grande lago, na tarde morna, nos pusemos a refletir. Sua quietude, suas águas calmas, induziam a um estado interior. E imaginamos como seria bom se pudéssemos ser serenos assim, quase imperturbáveis.

Quando um pequeno objeto atinge as águas, como uma pedrinha que joguemos, percebemos que no exato lugar em que ela cai, círculos repetidos se vão formando.

Serenos, vão sendo consumidos pela tranquilidade, novamente. E o imenso espelho líquido continua ali, retratando o céu azul, como se o desejasse imitar.

Serenidade. Poderíamos ser assim, demonstrar tanta serenidade, mesmo quando a violência explode ao nosso redor?

Serenidade não quer dizer passividade ou indiferença frente aos acontecimentos. Significa tranquilidade para resolver qualquer questão, por mais grave se apresente.

Mesmo com pessoas raivosas que costumam extravasar os seus sentimentos, agredindo com palavras, gestos ou ações a quem esteja próximo.

Isso porque a violência sempre cederá frente àqueles que se mantêm serenos.

Foi para situações dessa natureza que Jesus aconselhou oferecermos a outra face. A face da serenidade, a que mostra um ângulo diferente do problema e da possível solução.

Ou que nos permita superar o conflito, sem nos contaminarmos com o sentimento inferior do outro. Ou com a balbúrdia encenada por muitos.

Serenidade é manter-se em calma quando a tormenta se apresenta. É agir para que a harmonia retorne, paulatina, como os círculos concêntricos nas águas do lago, perturbadas por um objeto lançado.

A presença de uma pessoa serena, em um ambiente conturbado, pode garantir a segurança de muitos porque evita que qualquer conflito se enraíze ou se espalhe, de forma descontrolada.

Durante a eclosão de um incêndio, é a serenidade dos bombeiros, que atuam com presteza, segurança, sem precipitação alguma, que garante o êxito das suas ações.

É o comando da serenidade que impede, numa evacuação de recinto, que muitos pereçam pisoteados, ou esmagados pelos outros.

Serenidade mostrou Jesus, perante a prisão e julgamento arbitrário, na noite de trevas.

Deixa-se conduzir como um cordeiro. Responde a Anás e Caifás. Também ao representante de César na Judeia, o procurador Pilatos.

Na cruz, mesmo entre as dores da agonia, Ele se mantém sereno.

Sua mente está ligada ao Superior e Ele vai vencendo as horas e deixando as Suas derradeiras recomendações.

Roga perdão aos Seus algozes, reconhecendo, Senhor das Estrelas, que eram ainda criaturas inconscientes das atrocidades que cometiam.

Entrega Sua mãe aos cuidados do discípulo amado. Ele partiria e Sua mãe deveria ficar amparada em braços amorosos.

Atende a súplica de Dimas, que reconhece os equívocos realizados e lhe acena com a possibilidade de recompor os próprios erros, num paraíso de redenção, que ali se inicia.

Finalmente, sereno, diz: Pai, em Tuas mãos entrego meu Espírito.

Serenidade. Trabalhemos por conquistá-la, gema preciosa que nos resguardará de muitos problemas, criados pela precipitação, pela impaciência, pela raiva incontida.

Serenos, prossigamos.

Redação do Momento Espírita

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