Ordens especificas

[Elvia Pereira]

Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.
Êxodo 3.10
Deus não estava entretendo um homem qualquer de 80 anos, e sim conversando com quem Ele havia acompanhado bem antes da sua concepção, dizendo que chegara o momento da guerra, a de Deus. Moisés ouvia boquiaberto o que o Senhor falava sem saber como responder. Na sua mente, passavam os momentos das decisões tomadas havia 40 anos, quando não quis mais ser chamado filho da filha de Faraó, mas um do seu povo (Hb 11.24-26).
Agora, algumas situações se encaixavam. Como o Deus de Abraão podia não Se importar com os hebreus na dura servidão? Afinal, tudo o que ouvira a respeito dos seus ancestrais era que o Altíssimo os escolhera, mas os desamparara nas mãos dos perversos Faraós do Egito, que era o maior império do mundo da época. Não importa o tamanho do desafio; o Pai sabe preparar o Seu povo para a batalha. É só seguir as instruções e vencer. Deus é fiel!
Em dado momento, boquiaberto com as explicações do Senhor, Moisés tremeu: foi-lhe dito que chegara a hora de ser enviado a Faraó. Ele conhecia como tudo funcionava no país do Nilo. Por certo, com “conversa mole”, o potentado do Egito não permitiria que seus servos saíssem livres. Ao ouvir que ele falaria com o tal governante, várias coisas passaram pela sua cabeça. Uma delas foi que, anos antes, estivera a prêmio por causa do egípcio que matara. E agora?
Como fora instruído em toda arte e recebera o treinamento destinado aos nobres egípcios, o Tirado das águas tentou usar a diplomacia com o Altíssimo, porém não funcionou. Moisés tinha sido preparado por Deus nos 40 anos de fuga. O que aprendeu na “universidade” do Egito não prestava para a obra divina, mas o que aprendeu nas noites de solidão ao lado do rebanho, sim, era valioso. No entanto, diplomaticamente, deu as desculpas que não foram aceitas.
Houve um detalhe importante na sua chamada. Se ele fosse ao Egito por conta própria, talvez nem voltasse com vida. Entretanto, se fosse enviado pelo Senhor, sairia com a vitória. Mesmo assim, a sua capacitação o convencia de que sua estada lá não seria fácil, e convencer o potentado do maior país do mundo era impossível. Quem de livre vontade permitiria que seus escravos saíssem de uma hora para outra de graça? Isso pararia aquele país. Pobre Moisés!
A ordem divina era clara. Moisés não convenceria Faraó, mas tiraria o povo de lá. Como? Os riscos eram enormes. Era impossível ocorrer o êxodo sem se empregar uma força de guerra, mas seria usada a maior força do Universo – o poder divino. Em uma hora como essa, quem foi chamado chega a pensar ter sido escolhido como mártir e que a sua vida será ceifada na primeira tentativa. O que fazer se Deus o convocou?
Nos versículos seguintes, vemos Moisés tentando convencer o Senhor a procurar outro. Porém, Deus lhe deu uma aula da verdadeira diplomacia. Sem que um só israelita morresse, o povo sairia e com muita riqueza, despojando os egípcios. O libertador só teria de seguir os planos tais como lhe seriam dados. Nunca tenha medo de servir ao Senhor!
Em Cristo, com amor...