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tamarindo

Era uma vez dois jovens amigos, que deixaram a sua aldeia na China para viajar até à Tailândia, onde iriam tentar a sua sorte. Quando chegaram à Cidade dos Anjos, como Banguecoque é conhecida na Tailândia, fizeram um pacto. Cada um se absteria de comer carne até ter ganho quinhentas moedas. Ao comer apenas legumes e arroz, poupariam mais depressa. E o dinheiro poupado podia ser investido para fazer mais dinheiro. Os amigos separaram-se e combinaram voltar a ver-se dentro de cinco anos.

Encontraram trabalho como operários. Ganhavam pouco, mas ambos acreditavam que, em breve, poupariam o suficiente para montarem um pequeno negócio.

O primeiro cumpriu com a promessa de comer apenas legumes e arroz. Tudo o que ganhava, poupava. Em breve, comprou uma pequena carroça e começou a vender coisas. Contudo, as suas refeições continuavam a ser frugais, e continuou a poupar. Pouco depois, comprou uma loja. Porém, continuava a evitar gastar dinheiro. Mais tarde, como mercador, juntou fortuna suficiente para casar, comprar uma casa, e ter todas as iguarias que desejava.

O segundo não tinha a mesma força de carácter. Durante algumas semanas absteve-se de comer carne. Mas, logo que poupou algum dinheiro, decidiu esbanjá-lo num pato, porque tinha saudades do sabor da carne. “Se comer um pouco de pato, deixo de ter saudades de carne”, pensou. Contudo, em breve voltou a querer comer pato. E cada moeda que entrava no seu bolso, saía com a mesma rapidez. Os anos passaram e ele continuava tão pobre como no início.

Ao fim de cinco anos, os amigos encontraram-se. Ao ver a pobreza do amigo, o mercador rico convidou-o para sua casa. Construiu-lhe uma pequena cabana no jardim e deu-lhe arroz e peixe. Também lhe mostrou um tamarindo e disse ao amigo que usasse as suas folhas para temperar a comida.

O amigo pobre sentia-se feliz a viver ali. Todavia, passados alguns dias, foi ter com o mercador e perguntou-lhe se havia outro tamarindo de onde pudesse tirar folhas. Contou-lhe o que acontecera:

— Quando pus uma folha na sopa, esta soube-me tão bem que não resisti a pôr uma segunda. Com três, ficava ainda mais saborosa. Como cozinho três vezes ao dia, já gastei as folhas todas da árvore.

O mercador perguntou-lhe:

— Dás-te conta do que fizeste? Despiste a árvore por completo. Agora já não tens folhas para temperar a tua comida. Se tivesses tirado uma de vez em quando, a árvore continuaria a dar folhas. Tornar-se-ia forte e cresceria tanto que nunca te faltariam folhas. Da mesma forma que despiste esta árvore, esbanjaste as tuas magras economias. Será que podes aprender com o tamarindo e começar a poupar, para que no futuro nada te falte?

O pobre compreendeu então o seu erro. Ficou em casa do amigo e começou a poupar tudo o que podia. Após algum tempo, também ele investiu num negócio e prosperou. Mas tinha sempre no pátio de sua casa um tamarindo para se lembrar que folhas gastas não voltam a crescer.

Margaret Read MacDonald
Earth Care
Arkansas, August House Publishers, Inc., 2005

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Os comentários estão fechados para esta entrada de blog

Comentário de Ana Cruz Nobre em 13 novembro 2019 às 16:51

LINDA ALEGORIA ADUL !

OBRIGADA PELA PARTILHA!

Comentário de Margarida Maria Madruga em 13 novembro 2019 às 14:16

Belíssimo ensinamento.

Comentário de Bernadete Ribeiro em 13 novembro 2019 às 0:00
Muito bonito
Comentário de Lia Menezes em 12 novembro 2019 às 21:40

Amei show de bola esse texto me lembra uma passagem bíblica.bjos

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