O que for bom para o mundo será bom para nós

[Adul Rodri (Adm)]

A nossa vida tem-se baseado no frágil pressuposto de que o que for bom para nós será bom para o mundo. Uma perspetiva que se baseia no ainda mais frágil pressuposto de que conseguimos saber, com certeza, o que é bom para nós.

Ao fazer do nosso orgulho e ambição pessoais o nosso comportamento-padrão em relação ao mundo, temos agido de forma a prejudicar o planeta e todos os seres vivos que o habitam.

E agora, quando já é talvez demasiado tarde, vemos o enorme erro que cometemos. Vemos que não foi só a nossa criatividade —— a nossa própria capacidade para viver —— que se viu sufocada por esta crença arrogante, mas também a própria criação.

Errámos. O que significa que temos de mudar as nossas vidas, de forma a vivermos segundo o princípio de que o que for bom para o mundo será bom para nós. O que exige que façamos um esforço para conhecer o mundo e para discernir o que lhe é benéfico.

Temos de aprender a cooperar com os seus processos e a submetermo-nos aos seus limites. Contudo, é ainda mais importante que reconheçamos que a natureza está eivada de mistérios que nunca conseguiremos compreender cabalmente. Devemos pôr de parte a arrogância e adotar uma atitude de reverência. Temos de recuperar a perceção da majestade da criação e ter para com ela um profundo respeito.

Pois não tenho qualquer dúvida de que só a nossa humildade e respeito perante o mundo permitirão à nossa espécie continuar a habitá-lo.

Wendell Berry

[Margarida Maria Madruga]

É uma grande e bela opinião.

[Conceição Valadares]

Belíssimo texto e lindo blog Adul!