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Fernando Pessoa: Liberdade Ai que prazer Não cumprir um...

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa , Poesias. Lisboa: Ática. 1942 (15ª ed. 1995).

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Os comentários estão fechados para esta entrada de blog

Comentário de Ana Cruz Nobre em 4 fevereiro 2019 às 12:39

OBRIGADA QUERIDA SÃO!

Comentário de Conceição Valadares em 2 fevereiro 2019 às 14:58

Adorei a sua partilha Aninha. Obrigada

Comentário de Ana Cruz Nobre em 1 fevereiro 2019 às 13:22

OBRIGADA QUERIDA MARGARIDA! BEIJINHOS

Comentário de Margarida Maria Madruga em 31 janeiro 2019 às 22:49

É mais que perfeito...

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