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Ele não avisou quando chegaria...
Ele chegou forte e violento!...
Também não foi o vento quem o trouxe,
nem tampouco um sudoeste inesperado...
Foi num início de tarde quase quente...
Gotículas que pareciam dardos pequeníssimos,
de tão finos refugiavam-se nos poros,
de tão intensos doíam na alma,
e quedavam corpos com qualquer sopro...
Foi num início de tarde quase quente...
E todos os olhos clamavam aos céus,
e as mãos se uniam em direção aos céus,
e as bicas escancaradas oravam aos céus,
e os joelhos ao chão deitavam preces, aos céus!!...
E já não era um início de tarde quase quente...
Parecia que todas as pessoas caminhavam às nuvens,
vindas de todos os cantos e de todos os mares;
e traziam todas as suas lágrimas,
para àquele ser invisível que bailava nos ares...
E o vento,
escondido entre as folhas dos galhos trémulos....
E já não se viam nuvens,
e já não se viam os céus,
e já não se ouviam as preces aos céus...
E a tarde quase quente deu lugar para a noite fria...
E as lágrimas ajuntavam-se com outras lágrimas,
que carregadas de esperanças, sorriam,
sorriam por sonhos descabidos...
E a noite fria trouxe a madrugada trémula...
E as gotículas alpinistas gargalhavam,
por cada poro alcançado;
dilacerando cada coração, descompassado...
E os olhos cansados ansiavam pela força da luz do Sol...
E as gotículas frias, constantes,
e a garoa fina trazendo o vento frio,
e o vento frio a angústia fria,
e a angústia gélida, o medo...
E aquela nova manhã se fez tarde,
e os olhos que clamavam pelo sol buscaram o chão,
e sobre o chão as gotículas postadas,
por noites, madrugadas e dias...
Mentes vazias,
pensamentos ausentes,
nenhuma esperança nutrida,
apenas lágrimas cansadas...
Foi num início de tarde quase quente...
Edson Rios (Nômade)
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