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É comum esquecermos datas importantes. Quando se trata de datas nacionais, internacionais, as Mídias se encarregam de nos lembrar.
Mas, datas como aniversário de casamento, de namoro, de nascimento, esquecemos.
Alguns postamos tudo no perfil do Facebook, para que os amigos, ou nossos seguidores se lembrem.
Convenhamos, não é tão espontâneo e tão emocionante como ser surpreendido, no dia do aniversário, com mensagens de cumprimentos.
Pela própria lembrança. Porque isso nos diz que não fomos esquecidos. Que alguém, que nos quer bem, se lembrou da data.
Nesses dias de pandemia, alguns fatos nos surpreendem. Como o de prepararmos bolos, manjares deliciosos, esperando cumprimentos presenciais e eles não acontecerem na quantidade que esperávamos.
Entende-se. Embora o arrefecer da pandemia, o temor ainda persiste. Mesmo com a bênção da vacinação, que nos concede um certo fôlego, perante o terrível vírus, nem todos nos dispomos a contatos presenciais.
Aquele senhor, habituado a ter a casa cheia, com familiares e amigos, no dia do seu aniversário, percebeu que, passadas as horas, nem todos o tinham vindo abraçar.
Entre a conversa descontraída, foram repartidos os doces deliciosos.
No dia seguinte, verificando as generosas sobras, condicionou o bolo, o manjar, em vários potes e saiu a procurar a quem oferecer.
Imaginando sua figura, andando pelas ruas, nos lembramos daquele rei que preparou o banquete para o casamento do filho e, porque os convidados recusassem o convite, despachou seus servos a convidar os pobres, os mendigos.
Pois o amigo encontrou, numa rua, encostados a um carrinho de lixo reciclável, um homem maduro e uma menina. Ela não deveria ter mais do que cinco anos.
Estacionou o carro, foi até eles e perguntou: Vocês aceitariam bolo do meu aniversário?
O pai da menina, imediatamente, respondeu de forma positiva.
Então, quando as sacolas, com os potes, foram entregues a ambos, a garotinha, um semblante delicado e olhos brilhantes, olhou o benfeitor e disse:
Muito obrigada. E parabéns pelo seu aniversário.
Contou-nos o aniversariante que aquelas palavras, brotadas de um coração infantil, totalmente fora do seu círculo de afetos, o levaram às lágrimas.
Aquele cumprimento lhe alcançou a alma, e ele se sentiu abraçado por um halo de ternura.
De volta ao carro, retornando ao próprio lar, ainda emocionado, foi pensando: Foi o mais doce cumprimento recebido. Um presente dos céus para o meu coração.
E orou, agradecido, ao Senhor da Vida, convencido mais uma vez que não importa o bem que façamos, por mais insignificante que possa ser, a recompensa é enorme.
Mesmo que realizado, na manhã fria do domingo, em rua quase deserta, as bênçãos retornam a quem se doa.
* * *
Longe estamos, com certeza, de avaliar como o bem gera fontes iluminadas de bênçãos.
Aprendemos, com Jesus, que o bem deve ser feito sem que ninguém o saiba. Ninguém, no mundo.
Porque os olhos da Espiritualidade estão atentos e um coração agradecido gera vibrações inigualáveis, que alcançam o benfeitor. Mesmo que um do outro nem saiba o nome.
Redação do Momento Espírita, com base em relato de Laércio Furlan.
Em 1º.8.2022
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