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Caminhando com o Tempo

Sou amante da sétima arte e da leitura e já faz algum tempo que me deparo com filmes, livros e séries cujo tema central é o tempo.
Será que o tempo, como aprendemos, se resume ao passado, presente e futuro? Qual a medida dele? Deus é o tempo?
São tantas as indagações num campo imenso para explorar filosofando!

Lya Luft, em seu livro – “O tempo é um rio que corre” – disse:

“Um dia escrevi que com as perdas só há um jeito: perdê-las.
Hoje digo que com o tempo só há um jeito: vivê-lo.
Porque o tempo passa é que tudo se torna tão precioso.
Porque estamos sempre nos despedindo dessa luz, dessa paisagem, dessa rua, desse rosto, desse momento e de nós mesmos nesse momento, tudo assume uma extraordinária importância.

Não é coisa para sentirmos constantemente, mas nas horas em que a alma se expande saímos do fútil para o singular e vemos como somos especiais.
Conseguimos até ficar sozinhos nessa pequena liberdade: a de que o tempo é um fato natural, é crescimento e mudança permanente. Que ele não só nega e rouba com uma das mãos, mas com a outra mão, oferece.

A vida (entendendo que se trata de nós em nossa própria essência) é uma casa que construímos com as próprias mãos, criando calos, esfolando joelhos e respirando poeira.
Levantamos alicerces, paredes, abertura e telhado. Podem ser janelas amplas pra enxergar o mundo, ou estreitas para nos isolarmos dele. Pode haver jardins, pátio (por pequenos que sejam) com flores, com balanços, para a alegria, ou só com lajes frias, para melancolia.”

Ah… o tempo! Ainda que não tenhamos uma máquina para viajar, podemos nos transportar etereamente para qualquer realidade, mas sempre voltaremos ao aqui e agora.
Então, se não temos argumentos nem poder para manipulá-lo, vamos caminhar juntos e com calma. Afinal o instante deste agora já é passado e neste momento estamos vivendo o tempo da criação.
Como ou o quê vamos criar é nossa escolha.

Beth Michepud