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Apesar de ser mar, corre um rio em mim...

Muitas coisas mudaram.
Tudo muda um dia.
O sofrimento reveste a gente de uma tal maneira. Vai revirando a retina, arranhando o cristalino dos olhos.
As tatuagens sobem à superfície e aderem à pele feito parasita ou um hospedeiro indesejável.
Eu queria que tudo ficasse lá no fundo, mas o estômago dói e uma sensação de vontades daquilo que poderia ter feito e não fiz vai juntando na boca em forma de líquido visgoso e amargo.
Visto-me de saudades desconhecidas.
Ressuscito sonhos e resguardo sentimentos sempre à flor da pele.
Busco vazios.
Enfrento amplitudes.
Quebro espelhos para poder ser a minha companhia refletida em cada estilhaço de cristal e aço.
Pulo muros.
Invado as catedrais das luzes.
Perco-me nas fragilidades e inutilidades das metáforas, mas se me as roubar, ficarei à deriva, porque, apesar de ser mar, corre um fino e escuro rio em mim.

Malu Silva

Fonte: MAR DE INQUIETUDES...

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Os comentários estão fechados para esta entrada de blog

Comentário de Marta Maria (adm) em 8 março 2018 às 2:00

Um texto lindo e profundo, mas muito inquietante e sombrio.

Comentário de Livita em 7 março 2018 às 19:07

Lindo texto

Comentário de Conceição Valadares em 7 março 2018 às 17:13

Lindo texto Adul! Muito obrigada

Comentário de Ana Cruz Nobre em 7 março 2018 às 16:53

Gostei Mto ! Obrigada

Comentário de Lia Menezes em 7 março 2018 às 10:30

Bom dia!!!!
Bjos

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