A nossa remissão

[Elvia Pereira]

Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José. (Selá)
Salmo 77.15
Os fatos do Antigo Testamento simbolizam os acontecimentos decorrentes da vinda do Salvador, o Filho de Deus. Ele tornaria os gentios verdadeiros filhos do Altíssimo, um povo que faria a Sua plena vontade (Cl 2.17; Hb 10.1a). Hoje, os que eram servos, os judeus, precisam aceitar Jesus, filho de Maria, como o Salvador, para também assumirem a posição de membros do Corpo de Cristo, a Igreja. Quem se mantiver rebelde não conseguirá lugar no Reino de Deus (Jo 3.3,5).
A mensagem foi dirigida aos filhos de Jacó – seus descendentes pelo sangue e, portanto, herdeiros das bênçãos prometidas a Abraão. Estas também nos pertencem por participarmos da família de Deus (Rm 4.9-17). Ora, somos os filhos espirituais do Senhor e, por isso, Sua herança. A razão de Ele ter falado dos filhos de José se prende ao fato deste ter sido eleito dentre seus irmãos para uma missão peculiar. Mais à frente falaremos dele!
Os filhos de Jacó foram e são importantes no plano de Deus, porque têm no sangue a garra capaz de fazê-los especiais nas mãos do Senhor. Eles são conhecidos como israelitas, por causa do nome do patriarca, o qual fora mudado para Israel após este ter lutado com Deus e prevalecido (Gn 32.28). Jacó foi um homem que soube ser servo do Todo-Poderoso e, por sua lealdade, foi-lhe prometida uma série de dádivas, a qual faz com que o povo de Deus seja protegido por Ele. Porém, Ele ama todos de modo igual!
Os filhos de José dizem respeito aos descendentes deste servo de Deus. Ao ser escolhido pelo Senhor, José não O decepcionou e passou a Lhe servir com integridade de alma e coração. Jacó amava este filho de modo especial por ele ter sido chamado pelo Altíssimo para uma obra que daria vida ao povo de todas as partes. Também devemos ter uma consideração particular a quem tem alguma missão vinda do Céu, pois até por um copo de água dado a pessoas haverá galardão (Mt 10.42).
Apesar dos pesares, José não reclamou do que sofreu para ser útil no plano divino. Após ter sido elevado a primeiro-ministro da maior nação do mundo na época, mostrou ser do bem. Ele não tomou vingança da mulher de Potifar nem de seus irmãos que, primeiro, tentaram matá-lo e, depois, passá-lo aos amalequitas, que o venderam como escravo no Egito (Leia Gênesis, do capítulo 37 ao 45). O servo de Deus tudo sofre, porque ama o Senhor. No amor não há vingança, e sim boa justiça.
O importante é amar a Deus sobre todas as coisas, oferecendo ao mundo o bem que pode mudar a vida dos perdidos. Não interessa onde serviremos a Ele, quanto dura a prova nem o peso dela. Como Jacó que trabalhou para Labão mais sete anos por amor a Raquel, o que tivermos de passar será como nada (Gn 29.20). Aqueles que amam o Senhor não se importam com o tratamento que recebem, pois visam uma recompensa melhor (Hb 11.35).
Na volta do Mestre, somente os fiéis no cumprimento da missão recebida do Céu ocuparão uma posição especial entre as nações: E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás a autoridade (Lc 19.17). Portanto, nunca reclame de nada, nem deixe a obra por qualquer motivo. Deus nos chama e nos recompensa. Ele é a reta justiça que o homem jamais conheceu!
Em Cristo, com amor...