A lição que faltava

[Elvia Pereira]

Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
Mateus 9.13
Como se sabe, Jesus ministrava pelo menos de três formas – dando ensinamentos, pregando e realizando maravilhas no poder de Deus. Não podemos aceitar a afirmação de que “os tempos são outros” e que as pessoas precisam obter ensinamento que supere o humano, de modo natural, pela razão. Isso foi tentado, na metade do século 2 e não deu em nada. Este foi o erro daqueles dias: os líderes ficaram impressionados com os apologistas do Império Romano e decidiram se preparar intelectualmente para enfrentá-los.
Com frequência, os fariseus liam o Antigo Testamento e, por isso, achavam-se os melhores servos, mas eles não eram. Paulo afirmou que a letra mata: O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica (2 Co 3.6). Segundo a Bíblia, os cristãos são ministros do Novo Testamento e, no batismo no Espírito Santo, são ungidos para fazer as mesmas obras de Cristo (Jo 14.12).
Quando os fariseus indagaram os discípulos sobre a razão de Jesus comer com os pecadores, o próprio Senhor interveio, dizendo que os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Como lição para nós, Cristo Se ofereceu para ser o Médico de quem tinha qualquer enfermidade no corpo ou na alma. Na minha opinião, os males da alma são iguais ou maiores que os do corpo, porque levam o povo a ficar doente no corpo.
Jesus mandou investigar a causa do sofrimento da humanidade e descobrir como curá-la dos flagelos que a atacam nos dias de hoje. Ele disse que não queria sacrifícios, e sim misericórdia. Entendo a misericórdia como uma bondade extrema, na qual Deus vê as pessoas que se encontram no crime, na prostituição, com doenças terminais ou outros infortúnios e Se oferece para sará-las. O homem pode contar com o Senhor, pois Ele quer trazer o bem à Sua criação.
A terapia usada pela ciência para aliviar o sofrimento dos enfermos não pode ser utilizada pela igreja, porque esta tem algo melhor a oferecer: o arrependimento e o novo nascimento, simbolizados pelo batismo (At 2.37-39). Precisamos entender como levar as pessoas a utilizarem essas duas bênçãos; de outro modo, não teriam necessidade de existir. Jesus nos ensinou a nos consagrar a Deus, a ministrar a respeito do Seu amor, da fé n'Ele e da obediência às Escrituras. Isso faz a diferença!
O Senhor chama os pecadores ao arrependimento (Lc 5.32), a uma mudança completa de vida. Os salvos não precisam ensinar o que a ciência diz, porque ela já faz bem esse trabalho, e sim fazer as mesmas obras realizadas por Jesus. O Salvador é o nosso Exemplo. O mundo espera mais de nós, principalmente que não sejamos religiosos, pois isso as pessoas são, e isso não alivia a angústia de ninguém.
A mensagem de Jesus é o remédio para tirar o homem do abismo onde se encontra. Então, estudemos preceitos divinos, sem inventar outros. Perecerá quem acrescentar ou diminuir algo da Palavra (Ap 22.18,19). Temos de ser misericordiosos para com todos. Assim, seremos imitadores de Cristo!
Em Cristo, com amor...