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Quando duas pessoas se encontram nos caminhos da Vida e sentem, de forma imediata e automática, uma conexão/atração mútua e irresistível, pode tratar-se de uma situação de um relacionamento cármico entre os dois, que já vem de outras vidas.
O que muitas vezes chamamos de encontro entre “Almas Gémeas”, pode ser nada mais, nada menos, do que um encontro cármico.
Talvez, por isso é que muitos relacionamentos que, inicialmente pareciam ter tudo para dar certo, acabam de forma dramática e muitas vezes trágica.
Mas porque será que isto acontece? E o que são encontros cármicos?
Antes de mais, é importante perceber que os relacionamentos que desenvolvemos durante a nossa Vida são cármicos, na sua maioria, e surgem sempre como um aprendizado para ambas as partes. E todos aqueles com quem nos relacionamos são um espelho daquilo que somos por dentro.
A principal característica de um relacionamento cármico baseia-se no facto de que ambos parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais como culpa, medo, dependência, ciúmes, raiva etc, trazidas de outras vidas e que precisam de ser resolvidas na vida atual. E a oportunidade de resolver dá-se exatamente pelo “reencontro” entre as duas almas.
Por causa da “carga” emocional não resolvida, estes dois seres sentem-se atraídos um pelo outro na vida atual e o reencontro entre estas duas almas é então, a oportunidade de resolverem o que ficou pendente e libertarem-se, para uma vivência mais plena e feliz.
Então o que acontece quando duas pessoas assim se encontram?
Dois seres com questões por resolver, quando se encontram sentem uma compulsão, quase que uma emergência em estar mais perto um do outro. Entretanto, depois de algum tempo, por força das questões mal resolvidas, começam a repetir os padrões emocionais dos seus antigos papéis.
A partir deste momento, em que estas duas pessoas começam a repetir os mesmos padrões emocionais que causaram problemas numa outra vida, passam a ter a oportunidade de enfrentar tal problema e talvez lidar com ele de uma forma mais iluminada. Ou não! Tudo depende do grau de maturidade emocional de cada um e da vontade de ultrapassar tal situação.
Por isso, muitos casais acabam por se separar de forma dramática e dorida, mesmo que o relacionamento tenha começado num aparente “mar de rosas” e muitas vezes, nem eles mesmo conseguem perceber muito bem porque as coisas aconteceram como aconteceram.
O propósito espiritual deste tipo de “reencontro” para ambos parceiros é que eles aproveitem esta oportunidade para fazer escolhas diferentes das que fizeram numa vida passada e aprenderem um com o outro, tudo o que deve ser aprendido e absorvido, para a evolução de ambos (já falei um pouco sobre esta questão no artigo “Relacionamentos da Nova Era”)!
Percebem a profundidade disto?
Num reencontro cármico, a outra pessoa é-nos imediata e estranhamente familiar, mesmo que nunca a tenhamos visto nesta vida ou que não a conheçamos bem. Com muita frequência há também uma atração mútua, que impulsiona as duas pessoas a estarem juntas e a descobrirem uma a outra.
E este tipo de encontro, muitas vezes, acaba por se transformar num relacionamento amoroso ou numa intensa paixão. E então, as emoções que experimentamos podem ser tão avassaladoras, que acreditamos ter encontrado a “alma gêmea”.
Contudo, muitas vezes, as coisas não são bem o que parecem e é preciso perceber que as emoções intensas podem estar relacionadas, muito mais com dor profunda, do que propriamente com amor mútuo.
Este tipo de relacionamento, por causa da carga emocional e bloqueios que traz consigo, trará sempre grandes desafios, muitos deles bem dolorosos, que virão à tona mais cedo ou mais tarde.
Após algum tempo, geralmente os parceiros acabam envolvendo-se num conflito psicológico, que poderá ter como base a luta pelo poder, o controlo e a dependência, seja emocional, material, ou de outra natureza.
E o que isto significa? Significa que muitas vezes, estes dois seres acabam por repetir um comportamento ou uma situação que o seu subconsciente reconhece de uma vida anterior, em que estas pessoas podem ter sido amantes, pai e filho, patrão e funcionário, ou algum outro tipo de relacionamento.
E pode ser que, nessa vida anterior, um dos dois tenha aberto uma ferida emocional no outro, através infidelidade, abuso de poder, manipulação, agressão, etc, tendo provocado cicatrizes profundas e trauma emocional.
E na vida atual, através da Lei de Atração e de Afinidade, estes dois seres reencontram-se, para se curarem.
Aqui, o convite espiritual para estas almas é que cada uma, após aprender o que deve aprender, deixe a outra ir e torne-se uma “entidade em si mesma”, livre e independente.
Relacionamentos cármicos quase nunca são duradouros e caso o sejam, raramente são estáveis e felizes, sendo muito mais destrutivos do que curadores.
Com muita frequência, o propósito básico do encontro é que ambos os seres consigam mudar o padrão emocional que causou sofrimento e então, deixar o outro ir, mais leve e solto.
Uma das formas de ver se está num relacionamento cármico é analisar a energia do relacionamento. A energia do amor é essencialmente calma, pacífica, reconfortante, alegre e inspiradora. Num relacionamento cármico, a energia geralmente é pesada, dramática, cansativa e muitas vezes trágica.
Num relacionamento cármico, a tarefa e o desafio exclusivos de cada um é lidar com a sua própria ferida interna e não com as questões do/da companheira. Cada um tem responsabilidade apenas por si mesmo.
Esta é uma das principais armadilhas neste tipo de relacionamentos. Muitas vezes, ficamos tão ligados à criança interior do nosso companheiro, que sentimos que temos que resgatá-lo, deixando a nossa própria criança interna abandonada.
É importante perceber que não somos responsáveis pelo nosso parceiro e ele não é responsável por nós. A solução dos nossos problemas não está nas mãos da outra pessoa.
Identifique se está neste tipo de relacionamento, aprenda as lições necessárias, cresça, evolua e quando for altura de partir, parta, mais leve, maduro e pleno.
Caso ambos parceiros sejam suficientemente maduros e evoluídos emocionalmente, o relacionamento cármico pode sim ser verdadeiramente benéfico e transformador para ambos!
Fonte: https://universonatural.wordpress.com/
Caridade é, sobretudo, amizade.
Para o faminto – é o prato de sopa.
Para o triste – é a palavra consoladora.
Para o mau – é a paciência com que nos compete auxiliá-lo
Para o desesperado – é o auxílio do coração.
Para o ignorante – é o ensino despretensioso.
Para o ingrato – é o esquecimento.
Para o enfermo – é a visita pessoal.
Para o estudante – é o concurso no aprendizado.
Para a crianca – é a proteção construtiva.
Para o velho – é o braço irmão.
Para o inimigo – é o silêncio.
Para o amigo – é o estímulo.
Para o transviado – é o entendimento.
Para o orgulhoso – é a humildade.
Para o colérico – é a calma.
Para o preguiçoso – é o trabalho.
Para o impulsivo – é a serenidade.
Para o leviano – é a tolerância.
Para o deserdado da Terra – é a expressão de carinho.
Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, por que, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Viajor.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.Araras, SP: IDE, 1985
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Ninguém, em circunstancias de morte violenta, em acidentes fatais, jamais estará desamparado, à míngua de uma assistência espiritual socorrista.
Todos são socorridos e atendidos em suas necessidades específicas, de acordo com o respectivo grau de maturidade consciencial, merecimento e a gravidade do estado pessoal de cada um.
Quando ocorre um acidente ou desastre doloroso no plano físico, imediatamente, no mundo espiritual, os Centros ou Núcleos de Pronto Socorro e Atendimento Espiritual mais próximos tomam conhecimento da ocorrência, providenciando com a máxima urgência o socorro das vítimas acidentadas que venham a morrer ou que fiquem poli traumatizadas e em estado grave no local do sinistro.
Nestas circunstancias emergenciais a pessoa moribunda agonizante ou desencarnante emite pensamentos aflitivos que se propagam na multidimensionalidade extrafísica, como se fossem verdadeiros S.O.S. telepáticos, os quais são devidamente captados e registrados por meio de sofisticada tecnologia, possibilitando a imediata localização e identificação pessoal das vítimas do desastre.
Equipes de socorro espiritual dirigem-se imediatamente ao local do acidente para a prestação do respectivo socorro e demais providências de amparo assistencial.
A título de exemplo, no capítulo XVIII – Resgates Coletivos, do livro Ação e Reação, psicografado e editado pelo Espírito André Luiz, 2a. ed. FEB, páginas 236 e seguintes, encontra-se o relato de um desastre aviatório.
Qual era a situação das pessoas vitimadas?
Vários desencarnados no referido acidente encontravam-se em posição de choque, presos aos respectivos corpos físicos, mutilados parcial ou totalmente, entretanto alguns apresentavam-se em melhores condições de lucidez consciencial.
Outros sentiam-se imantados aos próprios restos cadavéricos, gemendo de dor e sofrimento, e outros ainda gritavam em desespero, mantendo-se também aprisionados aos despojos físicos, em violenta crise de inconsciência, numa profunda perturbação.
Os espíritos socorristas, médicos e enfermeiros em especial, a todos atendiam com elevado sentimento de compaixão, prestando a assistência espiritual de acordo com a situação de cada um.
Comentários elucidativos a respeito da situação de cada vítima, feitos por generoso mentor espiritual, merecem ser analisados para efeitos de esclarecimentos educativos, objetivando a autoconscientização e o autoconhecimento de cada um e de todos.
O socorro espiritual é ministrado indistintamente a todos, sem nenhuma exceção.
A expressão – “Se o desastre é o mesmo para todos, a morte é diferente para cada um”, é um ensinamento importante e merece ser assimilado.
Nem todos podem ser retirados dos despojos físicos, cadaverizados, logo imediatamente.
A afirmação de que “Somente aquele cuja vida interior lhe outorga a imediata liberação”, é de relevante significado educativo, pois revela a necessidade moral de se buscar o autoconhecimento e a consequente emancipação psicológica e emocional indispensável para maior autonomia e discernimento conscienciais, ainda em plena vida física.
As pessoas que se dispuseram a viver em harmonia com a cosmoética nada têm a temer diante do momento decisivo e crucial da própria morte física.
Aquele cuja vida consciencial se manteve em desalinho, vivendo em descompasso desarmônico com as Leis da Vida, concentrando-se no egoísmo, perdendo valiosas oportunidades de amar e bem servir ao próximo como a si mesmo, e, por conseguinte, ficando mais condicionado às manifestações instintivas e emocionais, sem nenhuma preocupação com os valores espirituais para o próprio crescimento e desenvolvimento consciencial, este fica apegado ao corpo físico, não tendo condições de manter equilíbrio harmônico e a lucidez consciencial indispensáveis à neutralização dos impulsos de atração e imantação energética que o retém ao cadáver mutilado.
Nestas circunstancias, o desencarnado permanecerá ligado por tempo indeterminado aos despojos cadavéricos que lhe pertencem.
Este tempo indeterminado está na dependência “do grau de animalização dos fluídos que lhes retêm o espírito à atividade corpórea”. (p. 238).
Pode levar horas, dias ou meses até a completa e plena autolibertação psicológica, emocional, consciencial e espiritual.
Mas aquelas vítimas desencarnadas no desastre, as quais não têm condições de se afastar do próprio cadáver, ficarão relegadas ao sabor das circunstancias, por tempo indefinido, sem nenhum outro tipo de assistência socorrista?
Jamais isto acontece.
Todas, sem exceção, são amparadas sempre.
“Ninguém vive desamparado. O amor infinito de Deus abrange o Universo”. (p. 239).
KARDEC RIO PRETO | Cícero Marcos Teixeira
Fonte: http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/T_autores/TEIXEIRA_Cicer...
Todas as estruturas com alicerces condecorados com as sutilezas da inferioridade padecerão diante da nova luminosidade.
Os exilados voltaram. Aqueles que há tempos daqui partiram para recuperarem-se em mundos inferiores. Agora, imantaram e estão levando com eles outros, que se exilam, pois a grande maioria da Humanidade continua perniciosa, se deu ao destino de trilhar a obscuridade e promovê-la.
Sob a luz do Sol dos dias atuais, não há mais espaço para manutenção de obras ineficazes, sejam aquelas que não se prendem aos laços da verdade, aquelas que não são viabilizadas para incorporação ao bloco do bem, e aquelas alicerçadas em estruturas imorais e amorais.
Todas as estruturas com alicerces condecorados com as sutilezas da inferioridade padecerão diante da nova luminosidade, instalada, pouco a pouco, pelas luzes da fase de regeneração que se bonifica na Escola Terra e, gradativamente, vem banindo do ambiente todos os empecilhos que possam atrapalhar sua plenitude no bem.
As mudanças previstas por Deus, dirigidas pelos seus Ministros, se instalam no tempo condecorado, independente da vontade dos seus filhos. Até porque os que se liberam para o bem seguem as diretrizes que os levam a colaborar nas obras do Pai.
As revoluções determinadas pelo Criador chamam-se progresso, e estas acontecem impulsionadas pelo amor. Então, todo filho que empenhar-se pelo aprendizado, consciente ou inconscientemente, prontifica-se a zelar pelo amor, pois já está nele incorporado.
As rotas alternativas por muitos procuradas, acreditando serem favoráveis ao atendimento das vontades, para após lançar-se na vontade maior, são trilhas que facultam a derrota, e levam o indivíduo a lamurias e aflições incontáveis.
Não há mais minuto no planeta Terra para ser contado a título de "amanhã eu resolvo", "depois eu conserto", "com o tempo se dá um jeito"; o tempo tem que ser usado proveitosamente, porque minutos de momentos únicos somente retornam em outro tempo incomparável.
A urgência convida a todos a se integrarem às correntes fluídicas que se aprimoram para conquistas superiores. O tempo destinado em busca de ofertas prometidas, sem a certeza da vitória, fica para aqueles que se escondem e se omitem das conjunturas que percebem nos novos dias. Para estes ficarão as partes manchadas pela ignorância, pelos equívocos e pela vontade de permanecer em climas expiatórios, aplaudindo as dores e os sofrimentos, ferramentas benditas para remanejar o Ser para os devidos rumos. Então, embora tomados pela angústia de se verificarem em um estado de infelicidade, estarão sendo alertados para se liberarem dos pensamentos e ações impróprias à sustentação de dias primorosos onde possam apreciar o sorriso flores e banharem-se em fluidos salutares.
Nas impropriedades pela qual transita grande massa de Espíritos encarnados e desencarnados, facilmente é notado o desconhecimento da verdade, e a corrosão causada pela hospedagem dos germes que se nutrem de vibrações putrefativas.
Abandonaram, os indivíduos instalados nessa ordem, as certezas do melhor que tinham ao lado para dedicarem-se às trilhas infundadas ditas belezas da vida. Aplaudiram e estimaram o prazer mundanizaram-se e acolheram a materialidade, como se a composição dos vários estágios da matéria não sofresse as transformações necessárias, já que as energias sustentam os átomos seguem linha do progresso e, para tanto, circulam por inúmeras hospedagens. Conquanto, nem em todas cabe ao Espírito voltar a experimentar, pois além de por lá já ter transitado como em outros níveis mais a avançados, o aprendizado daqueles momentos estão sedimentados e foram desenvolvidos, tanto é que cresceu tornando-se Espírito; agora, não é moralmente correto usar conteúdos de estágios inferiores para usufruir prazeres materiais.
Onde hoje somos hospedes e, em considerando especialmente os encarnados, onde as variações são abruptas, seria de se esperar que o Espírito as sentisse mais firmemente, e imprimisse os passos mais acertadamente. Entretanto, grande número entretém-se no desvio, onde as variáveis são plenamente visíveis aos sensores físicos.
As mortes se dão a cada átimo, e os Espíritos que se deixaram mundanizar, atendendo os reclames do ego, quando tal momento chega e essa morte os arrasta do círculo do solo do mundo, deparam com os favores da verdade que os exila nos rumores dos sofrimentos, como medida misericordiosa para promover o despertar para a luz.
Seguidamente somos informados e alertados que irmãos menos favorecidos moralmente retornaram do exílio, local onde ficaram por séculos para buscarem aprimoramento, e aqui se encontram, mais uma vez, para provas finais e traçar seus dias futuros. Observa-se, entretanto, que continuam perseverantes no desequilíbrio, permanecem renitentes; relutam quanto à disciplina, evangelização e educação.
Entre nós, procuram envolver aqueles que se permitirem às suas sutilezas, e os arrastam para o seu convívio, não obstante, estarem cientes que praticam o mal, porém assim desejam e fazem.
Visto os enredos destacados, deduz-se facilmente ser nosso dever habilitarmo-nos pela verdade, para não cairmos nas teias das trevas. Jamais procurar confundi-la, tentando demonstrar pseudoparceria, pois a verdade não aceita doses dissimuladas, ela é ou deixa de ser. Jesus a usou por todo o período que caminhou sobre o solo terrestre e, por isso mesmo, foi condenado. Condenaram muitos outros, inclusive Allan Kardec.
Hoje, em plena transição planetária, adentrando as condições de um mundo melhor, a Terra classifica para a Nova Era somente aqueles que aderiram à verdade, embora não a tenham sedimentado na totalidade, mas trabalham seus sentimentos nesse sentido. Todos os que estiverem aplaudindo as obscenidades serão exilados, para onde mecanismos próprios destinados a redenção estarão à espera, para ajudá-los na promoção espiritual necessária ao progresso.
Não sejamos nós os próximos exilados a retornar ao paraíso perdido.1
O autor é engenheiro aposentado, pós-graduado em Administração. Atua como médium e expositor no Centro Espírita Leon Denis (CELD) e é autor do livro "Coisas da vida na visão espírita", Ed. O Clarim. Roberto Vilmar Quaresma - RIE Abril de 2014.
Fonte: A Casa do Espiritismo
Essa é uma história verdadeira. Ela de fato aconteceu em um centro espírita de uma pequena cidade do estado de Minas Gerais, há algum tempo atrás.
Conta-se que os médiuns estavam realizando seus trabalhos de esclarecimento e doutrinação num centro espírita do estado de Minas Gerais. Subitamente um preto velho incorporou numa médium e começou a falar. No momento em que os trabalhadores perceberam que o espírito incorporado era um preto velho, mandaram suspender a incorporação. Nesse centro não eram aceitos pretos velhos, pois os dirigentes consideravam que os pretos velhos são espíritos não muito evoluídos. Por isso, ele não poderia ser admitido a orientar uma atividade de doutrinação. O espírito foi então convidado a se retirar do centro. O preto velho fez o que eles pediram e foi embora.
Logo depois, a médium incorporou um espírito de um filósofo, um doutor de nome difícil, provavelmente europeu, que foi muito bem recebido por todos os presentes. O filósofo deu instruções aos membros do centro, fez os trabalhos de doutrinação e todos ficaram felizes e maravilhados com a intervenção desse espírito, que consideraram um espírito muito elevado.
Os dirigentes então resolveram que já era hora de encerrar os trabalhos. No entanto, a médium novamente começou a incorporar um espírito. Todos olharam com interesse aquela manifestação mediúnica espontânea. Um dos trabalhadores disse que as atividades do dia já estavam terminando e perguntou quem estava ali. O espírito respondeu que era de novo o preto velho. O dirigente fez cara de tédio e perguntou o que ele ainda queria ali nos trabalhos do centro. O preto velho então disse:
– Zifio… Ce suncê mi permiti, só quiria que ocês sobessem qui o dotô que apareceu agora há poquinho era este preto velho aqui, que agora proseia com vosmicês.
Todos ficaram espantados com a revelação… O preto velho então começou a não mais falar como um preto velho:
– É engraçado isso, meus irmãos, pois quando eu apareci como preto velho, fui praticamente expulso dos trabalhos de vocês. Mas depois quando eu apareci no formato de um doutor, um filósofo europeu prestigiado, que tem conhecimento acadêmico, com toda a pompa e com ar de autoridade, todos me trataram muito bem, ouviram meus conselhos e ficaram felizes e maravilhados com a aparição. Por que isso, meus filhos? Devo alerta-los para esse comportamento de vocês. Prestem muita atenção nisso, meus irmãos…
No plano espiritual, assim como em toda a realidade universal, não existem aparências. As aparências existem apenas aqui na Terra. Deus, em sua sabedoria infinita, oculta aos vossos olhos as verdades do espírito camufladas pelas aparências do mundo… para que vocês aprendam a vê-las com os olhos do coração, com a visão da alma e possam enxergar a verdade como ela é. No plano espiritual, meus irmãos, não existem doutores, não existem classes sociais, não existem nacionalidades, não existem religiões, não existem raças, não existem essas divisões humanas que vocês criaram em toda parte para poderem se sentir melhores uns que os outros. No plano espiritual o que vale é o que você é lá no fundo, e não o que você tem.
Não, meus irmãos… todas essas divisões são ilusórias. No plano espiritual o que vale é o amor, a verdade, a paz, a harmonia interior. No plano espiritual ninguém é julgado por ser rico ou pobre, branco ou negro, doutor ou uma pessoa simples. Lembram-se do que disse o nazareno sobre isso meus irmãos? O mestre disse: “Deus revela aos simples de coração aquilo que esconde dos doutos”.
Quando cada um de vocês chegar ao plano espiritual, meus filhos, os anjos de Deus não vão perguntar quantos títulos de doutor vocês conquistaram, quantos bens vocês acumularam, quanto sucesso vocês fizeram, quantos altos cargos vocês subiram na empresa ou quanto de boa fama vocês projetaram. Não meus queridos filhos… os anjos vão perguntar quanta luz você espalhou pela Terra; quanto você tocou o coração dos outros com justiça e benevolência e o quanto a sua obra foi pautada no amor e na paz… ou se sua passagem na Terra foi apenas um capricho do ego, voltada apenas para seu mundinho egoísta e para os prazeres da matéria.
Vamos tomar cuidado, meus queridos filhos, com o veneno da hipocrisia e do preconceito. Não permitam que as aparências do mundo roubem a sua essência. O importante, meus filhos, é o que cada um traz em sua alma, em seu espírito. O que importa de verdade é ser simples e verdadeiro… ser honesto e ter caráter, ser caridoso e ter o amor de Deus no coração. Não se deixem levar pelas aparências, todas elas estão erradas e vemos isso muito claramente quando chegamos ao plano espiritual. Lá, meus filhos, não existem discriminações, todos trabalham por Deus e Deus é a essência regente tudo. É isso que vocês devem buscar a partir de agora, meus queridos filhos.
O preto velho despediu-se de todos e então deixou a sala de atendimento do centro espírita. Os trabalhadores ficaram envergonhados com seu próprio comportamento, mas adquiriram uma pérola de sabedoria que nunca mais, em toda a sua vida, seria esquecida.
(Hugo Lapa)
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