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Respostas a este tópico

Espíritos Protetores

 
Ensina a Doutrina Espírita que contamos com a ajuda dos Espíritos desencarnados, voltados ao bem, os quais, pela intuição, buscam nos orientar e auxiliar.Constituídos por entidades amigas, Espíritos familiares, desta ou de outras existências, os Espíritos protetores incumbem-se de nos induzir ao esforço do bem e do progresso.
Dentre os Espíritos protetores, destacamos os chamados guias espirituais, que se vinculam, particularmente, a um indivíduo para protegê-lo. Estes Espíritos têm como missão guiar o seu tutelado pela senda do bem, além de auxiliá-lo com suas orientações, animá-lo e consolá-lo diante das dificuldades. Desde o nascimento até o momento do desenlace, e muitas vezes até depois deste, o guia está ligado ao seu protegido, buscando reerguê-lo espiritualmente.
Nos momentos difíceis compete a nós buscarmos o auxílio de nossos guias que, em nome da Providência Divina, vêm nos socorrer.

Mas não podemos ficar dependendo só de nossos anjos tutelares, é a nós que cabe a vitória ou a derrota diante de nossas imperfeições.
Sobre o auxílio de forma absoluta dos nossos guias, Emmanuel, em “O Consolador”, alerta:
Um guia espiritual poderá cooperar sempre em vossos trabalhos, seja auxiliando-vos nas dificuldades, de maneira indireta, ou confortando-vos, na dor, estimulando-vos para a edificação moral, imprescindível à iluminação de cada um; entretanto, não deveis tomar as suas expressões fraternas por promessa formal, no terreno das realizações do mundo, porquanto essas realizações dependem do vosso esforço próprio e se acham entrosadas no mecanismo das provações indispensáveis ao vosso aperfeiçoamento.
Na questão 226 da obra citada, o mesmo Emmanuel, completa:
Essa colaboração apenas se verifica como no caso dos irmãos mais velhos, ou de amigos mais idosos nas experiências do mundo.
Os mentores do Além poderão apontar-vos os resultados dos seus próprios esforços na Terra, ou, então, aclarar os ensinos que o homem já recebeu através da misericórdia do Cristo e da benevolência dos seus enviados, mas em hipótese alguma poderão afastar a alma encarnada do trabalho que lhe compete, na curta permanência das lições do mundo (…) (grifo nosso)
A palavra do guia é agradável e amiga, mas o trabalho de iluminação pertence a cada um (…)
Segundo orientação dos próprios Espíritos, se a criatura não escuta os conselhos de seu guia, este se afasta, mas não o abandona definitivamente, ficando atento para auxiliá-lo sempre que seu tutelado voltar ao caminho correto.
Sobre a evolução dos guias espirituais, “O Livro dos Espíritos” esclarece, que são eles de natureza sempre superior, com relação ao seu protegido, mas o bom senso diz que não poderão ser de natureza muito superior, porque senão não haverá possibilidade de sintonia.
A Doutrina Espírita alerta ainda que como os indivíduos, também os lares, as famílias e as coletividades têm seus Espíritos protetores, cuja elevação está sempre de acordo com a importância da tarefa a realizar.
Como exemplo, temos:
Jesus, o guia de nosso Orbe; Ismael, o guia de nosso país, e muitos outros que desconhecemos o nome, no entanto, temos a certeza de sua existência.
Sempre que iniciamos um trabalho em bases de amor, em nome do Cristo, a Espiritualidade vinculada à divulgação da Boa Nova entre os homens, destaca um Espírito afim ao trabalho, para que oriente os trabalhadores envolvidos no mesmo, com a finalidade de guiá-los para um melhor desenvolvimento deste. Assim temos os guias das nossas reuniões, das nossas campanhas de assistências, dos nossos centros espíritas, entre outros.
Concluindo, onde estiver a criatura, desde que esteja em sintonia com as forças do bem, jamais estará desamparada do auxílio desses enviados do Senhor, e nos momentos difíceis, como Jesus nos disse, também poderemos dizer:
Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? (Mateus, 26: 53)

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade  
 

AFEIÇÃO DOS BONS ESPÍRITOS

Os bons Espíritos, que sempre nos acompanham, fazem tudo para a nossa paz interior. Certamente que eles se afligem com a nossa impaciência ante a dor e os problemas, pelos quais passamos reclamando. Somente os Espíritos puros têm a tranquilidade imperturbável da consciência. Eles compreendem que os encarnados carregam consigo fraquezas capazes de os envolverem nas sombras que sempre os espreitam, mas, que uma queda pode ser prenúncio de vitória no porvir.

Estamos rodeados de testemunhas espirituais que nos assistem, e atraímos outras tantas pela sintonia dos nossos sentimentos. O Espírito envolvido na carne recebe do próprio ambiente impulsos de magnetismo inferior a todos os momentos. É preciso orar e vigiar permanentemente. Essas forças aparecem aos homens como barreira para cercear suas forças para o bem.

Devemos lutar, não contra o mal, que não merece atenção nem desperdício de tempo, mas, lutar na seqüência do bem comum, aprimorando, com as qualidades espirituais, a. árvore do amor que se encontra em nosso coração. Busquemos sempre o melhor, e nessa procura, Jesus aparece com as Suas mãos que nos encorajam a batalhar com nós mesmos, aliviando ou fazendo desaparecer as nossas tensões, no que se refere à nossa consciência.

Os bons Espíritos têm suas lutas no chão do planeta e ainda procuram inspirar os homens para torná-los bons também. Os Espíritos puros inspiram os bons, mesmo desencarnados, e eles, fortalecidos ajudam os encarnados. Sabemos que os homens fazem o bem e o mal, entretanto, a Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta de Jesus, vem nos ajudar a compreender a necessidade de diminuir o mal, investindo no bem cada vez mais, para que ele domine os nossos sentimentos na sua amplitude. Se queres paz, trabalha pela paz alheia; se queres amor, não te esqueças de amar, porque, se é dando que recebemos, a inteligência nos pede para doar o quanto pudermos..

 
O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez

Senhor, neste ano que se inicia....


Não te pedimos a isenção das provas necessárias, mas apelamos para sua misericórdia, a fim de que as nossas forças consigam superá-las. 

Não te rogamos a supressão dos problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o apoio do teu amor, para que lhes confiramos a devida solução com base em nosso próprio esforço.

Não te solicitamos o afastamento dos adversários que nos entravam os passos e obscurecem o caminho; todavia, contamos com o teu amparo de modo que aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes o concurso.

Não te imploramos imunidades contra as desilusões que porventura nos firam, mas exortamos o teu auxílio a fim de que lhes aceitemos sem rebeldia a função edificante e libertadora,

Não te suplicamos para que se nos livre o coração de penas e lágrimas; contudo, rogamos à tua benevolência para que venhamos a sobre estar-lhes o amargor, assimilando-lhes as lições!!..

Senhor, que saibamos agradecer a tua proteção e a tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de tua vigilância e de tua benção!..

Chico Xavier - Emmanuel

Senhor Deus, dono do tempo e da eternidade, teu é o hoje e o amanhã, o passado e o futuro.

Ao acabar mais um ano, quero te dizer obrigado por tudo aquilo que recebi de ti.
Obrigado pela vida e pelo amor, pelas flores, pelo ar e pelo sol, pela alegria e pela dor, pelo que foi possível e pelo o que não foi.
Ofereço-te tudo o que fiz neste ano, o trabalho que pude realizar, as coisas que passaram pelas minhas mãos e o que com elas pude construir.
Apresento-te as pessoas que ao longo destes meses amei, as amizades novas e os antigos amores.
Os que estão perto de mim e aqueles que pude ajudar, os com quem compartilhei a vida, o trabalho, a dor e a alegria.
Mas também Senhor, hoje eu quero te pedir perdão.
Perdão pelo tempo perdido, pelo dinheiro mal gasto, pela palavra inútil e o amor desperdiçado.
Perdão pelas obras vazias e pelo trabalho mal feito, perdão por viver sem entusiasmo.
Também pela oração que aos poucos fui adiando e que agora venho apresentar-Te por todos os meus olvidos, descuidos e silêncios novamente Te peço perdão.
Nos próximos dias começaremos um ano novo.
Paro a minha vida diante do novo calendário que ainda não se iniciou e Te apresento estes dias que somente Tu sabes se chegarei a vivê-los.
Hoje Te peço por mim, meus parentes e amigos, a paz e a alegria a fortaleza e a prudência, a lucidez e a sabedoria.
Quero viver cada dia com otimismo e bondade, levando a toda parte um coração cheio de compreensão e paz.
Fecha meus ouvidos a toda falsidade e meus lábios às palavras mentirosas, egoístas ou que magoem.
Abre sim, o meu ser a tudo o que é bom.
Que o meu espírito seja repleto de bênçãos para que eu as derrame por onde passar.
Senhor, a meus amigos e amigas que estão lendo esta mensagem, enche-os de sabedoria, paz e amor e que nossa amizade dure para sempre em nossos corações.
Enche-me também de bondade e alegria, para que todas as pessoas que eu encontrar no meu caminho, possam descobrir em mim um pouquinho de Ti.
Dá-nos um ano feliz e ensina-nos a repartir a felicidade.
Amém!  


(Desconheço a autoria)

Amigos!!!

Eu agradeço a presença de todos os amigos, que aqui estiveram, compartilhando, e dando suas opiniões,

e me ajudando, incentivando, a continuar com a divulgação da Doutrina Espirita ,que é um trabalho lindo que faço com muito amor e que o ano  de 2019 continuemos todos juntos novamente.

Que o menino Jesus ilumine o Natal com a esperança de dias melhores e momentos especiais em suas vidas. Que Ele ilumine sua família para que jamais esqueçam que a compreensão é a base de tudo. Que este Natal seja mais do que uma festa, seja a celebração de um recomeço cheio de paz e amor entre os homens de boa vontade. Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Um grande abraço para todos, Elieth

OBSESSORES ATACAM UMA CASA ESPÍRITA?

 
Bem mais que imaginamos. Vejamos um trecho do livro “Aconteceu na Casa Espírita”, onde obsessores combinam atacar uma casa espírita: “(...) trabalhemos silenciosamente, ocultamente, no campo dos sentimentos, sugerindo pensamentos, estimulando as irritações, o ciúme, a fofoca, a indignação, os melindres, a disputa de cargos, funções, tarefas etc. Temos aí, um vasto campo de atuação junto às inferioridades humanas. Aproveitaremos as brechas deixadas por muitos trabalhadores. Engraçado é que eles, os encarnados, dizem que, de tempos em tempos, nós, os chamados obsessores, promovemos ondas de influenciação negativa, retirando os “anjinhos” do caminho do bem.
Eles é que, de tempos em tempos, abrem brechas, nós apenas aproveitamos os deslizes e descuidos dos “ilustres seguidores de Jesus”. A propósito, esse é o único modo de penetrarmos na instituição, a única forma de não sermos barrados pelas correntes protetoras, pois que os mensageiros do bem não podem violar o livre-arbítrio dos adeptos do Cristo.
Os espíritos do mais alto sempre dizem que do mal tiram o bem, que nossa entrada é permitida porque servirá de teste para muitos dos freqüentadores e trabalhadores da Casa. Contudo, enquanto elas, as entidades evoluídas, aguardam a aprovação dos seus pupilos, no campo das provas, nós apostamos na reprovação dos tutelados.
Temos de valorizar o momento, pois as dificuldades econômicas, sociais e políticas do país estão a nosso favor; muitos envolvidos com os problemas materiais, esquecem de se vigiar, cultivando o pessimismo, a irritação, os palavrões etc., entrando naturalmente em nossa faixa vibratória, autorizando-nos o processo de influenciação; e na maioria das vezes para nossa satisfação, nem se lembram da oração, que poderia nos afastar completamente, rompendo os nossos propósitos (...)”Aqui, lembramos a recomendação do Cristo, quando disse: “Orai e Vigiai”.
Aqueles que guardam os ensinos de Jesus apenas nos lábios, os que trabalham por vaidade pura, os invejosos, melindrosos que não desejam se fortalecer cairão nas teias dos malvados invasores, porque vibram na mesma sintonia dos inimigos da verdade.
No mesmo livro citado, há conselhos dos bons espíritos aos dirigentes de uma casa espírita. Vejamos: “(...) Certamente, compreendes que o fato de assumires uma função de direção não te coloca acima dos tarefeiros menores, sabes que não és melhor que ninguém, entendes a necessidade de te esforçares no caminho do próprio progresso como todos nós.
Assim, não esperes privilégios, pelo contrário, será exigido mais de ti, porque, estando à frente de tarefa tão importante, é natural que suponhamos estejas te empenhando mais do que os outros na busca de tua própria reforma íntima. Não ignoras o próprio passado; sabes que estás neste cargo para recompor com o bem e a fraternidade os desvios materiais e espirituais que proporcionaste aos irmãos em humanidade.
Todos trazemos débitos a saldar junto às leis divinas. Inúmeras ocorrências te solicitam decisão rápida, várias reclamações pedindo correção, trabalhadores rompendo normas, ciúme, etc., naturais . . .Entretanto, paciência! O exemplo tem de ser de cima para baixo. Terás de ser espelho que refletirá a compreensão, tolerância e fraternidade.
Terás de vencer com o próprio esforço, conduzindo com o próprio exemplo os tarefeiros do bem, evitando sempre a proliferação das fofocas, que são fatais em casos de ataques espirituais. Uma das armas que os inimigos da paz certamente utilizarão, serão modismos.
Haverão de explorar todos os tipos de crenças populares, agitando ondas de “novidades doutrinárias”. E se porventura “doutores” em Espiritismo te solicitarem alterações drásticas, propondo implantações de novas idéias, acolhe-os com simpatia, respeitando-lhes o modo de pensar, esclarecendo-os quanto possível, sem contudo incorporar, nas atividades desta Casa, o que não esteja em absoluto acordo com as obras básicas (...)”Segundo Suely Caldas Schubert, no livro “Dimensões Espirituais do Centro Espírita”: “uma das estratégias dos obsessores é “TORCER A VERDADE.
Afirmam que está errado justamente o que está certo, com a finalidade de levantar dúvidas.”
O que lemos aqui não é novidade para nós espíritas. Não precisamos de livros especializados mostrando as novas estratégias de ataque dos obsessores. O mais importante é sabermos o que os atrai e quem tem o poder de afastá-los somos nós, trabalhadores e frequentadores de uma casa espírita.
Sabemos que somos espíritos falhos, mas em aprendizado.
Por isso, a necessidade da constante busca da Verdade para nos livrarmos, aos poucos, de sentimentos que derivam do orgulho e do egoísmo como disputas, intrigas, vaidade, melindres, imposições, fascínio por novidades doutrinárias e modismos que atraem curiosos encarnados e desencarnados, que poderão desfazer grupos, afastar trabalhadores sérios, fechar casas espíritas e descaracterizar o Espiritismo. Principalmente neste momento em que estamos em evidência pelos meios de comunicação.
 

Seguir a luz para encontrar o caminho

Seguir a luz para encontrar o caminho

Por: Leda Maria Flaborea

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro para que

a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (1)

Se formos ao dicionário, encontraremos a palavra pedra como sinônimo de dureza. Entretanto, Jesus recorreu a ela, muitas vezes, para significar firmeza. Ele próprio chamou Pedro, Seu discípulo de “rocha viva de fé”. Cada um de nós admira essa firmeza de fé, não importa de onde venha. O que não podemos é repousar sobre a firmeza alheia, esquecendo de construir nossos próprios alicerces.

Tudo na vida convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação.

Dizemos a todo instante que acreditamos em Deus, no Seu poder, na Sua bondade e na Sua justiça. Mas, também, a todo instante, só temos fé quando Ele cura nossos males, alivia as dores e as aflições, ou quando estamos relativamente felizes ou em paz. No Deus que permite que as tentações nos rondem a existência; que nos convida a lutar contra elas, tendo por suporte a firmeza de nossa fé; que testa essa firmeza quando nos envia padecimentos como experiências imprescindíveis ao nosso crescimento, nesse Deus não temos fé.

Muitos possuem assim a singular disposição em matéria de fé: hoje creem, amanhã descreem. Ontem, se entregavam a firmes manifestações de fé; entretanto, porque alguém não se curou de algum mal, hoje perdeu a confiança, e se entregou ao longo caminho da negação. Ontem, iniciaram a prática do bem com fé e vontade, através do serviço e do consolo aos que sofrem; mas, alguém lhes tocou com os espinhos da ingratidão, e hoje, abandonam o serviço e os propósitos de fazer o bem.

Não compreenderam – e muitos de nós ainda não compreendem – que o exercício do amor não pode cansar o coração. Apesar de laboriosamente conquistarmos ou buscarmos conquistar os talentos da fé, do conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, nada disso nos pertence. O poder da fé, o esclarecimento através do conhecimento, a capacidade de consolar e servir na Seara do Mestre são bênçãos de Deus. É Dele o poder e não nosso. Quando compreendemos isso, entendemos também que nosso planeta não é lugar só de alegrias. Encontramos, ao contrário, lágrimas e penas amargas em todos os cantos. Entendemos, também, que os problemas da alma não estão circunscritos a dias ou a semanas terrenas, e nem podem viver acondicionados a deficiências físicas. Os problemas da alma são problemas de vida, de renovação e de eternidade. Se nos cansarmos de ter fé, de ter esperança, de praticar o bem por causa do mal que nos cerca, seja em nós mesmos ou no ambiente em que vivemos, como conseguiremos colher com nossas próprias mãos os benefícios que estão reservados para nós no futuro?

Até alcançarmos triunfo pleno sobre nossos desejos malsãos, sofreremos na vida, seja no corpo de carne ou além dele, os flagelos da tentação. Não é fácil nos desligarmos das forças que nos prendem aos círculos menos elevados da vida. Por essa razão, a vida continua semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da experiência. Se a tentação nasce de nós porque ainda estamos imersos em nossos impulsos instintivos não dominados, o chamado à educação e ao aprimoramento vem de Deus.

Devagar, o trabalho e a dor, a enfermidade e o término da vida terrena nos fazem reconsiderar os caminhos até agora percorridos, impulsionando nossas mentes para a Esfera Superior. Quando compreendemos que as aflições são um mal necessário, compreendemos, também, que o remédio que nos ajudará a suportá-lo é a firmeza de nossa fé na justiça divina e no Seu infinito amor por todos os Seus filhos.

Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos separam da Paternidade Celeste: o orgulho nos cega; o egoísmo nos tranca o coração; a vaidade nos ergue falsos tronos de favoritismo indébito, nos afastando da realidade; a ambição inferior nos lança em abismos de fantasias destruidoras; a revolta forma tempestades sobre nossas cabeças; a ansiedade nos fere a alma. E através desses sentimentos conflitantes e aflitivos, com os quais julgamos pertencer ao corpo físico, nos esquecemos de que todo patrimônio material que nos circunda representa empréstimos de forças e possibilidades para descobrirmos a nós mesmos e nos valorizarmos como filhos do Pai Criador. “É o conflito da luz e da treva em nós mesmos”, e, por essa razão, Emmanuel nos orienta a “seguirmos a luz para acertarmos o caminho”.

“Todos os talentos que conquistamos, toda a capacidade de poder servir e todo fortalecimento das virtudes, sentimentos contrários às imperfeições que são os obstáculos a nos separar da Vida Superior”, na feliz definição do Apóstolo Paulo, “transportamos no vaso de barro da nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda santificação, toda excelência e toda beleza da vida não nos pertence de modo algum, mas sim à glória de nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre.” Pela Sua infinita bondade, empresta-nos, oferece-nos todas as oportunidades, para que possamos crescer, evoluir e progredir espiritualmente em direção ao Seu amor.

Tudo que precisamos conquistar para nos tornarmos criaturas melhores está aí, às nossas vistas. Por não enxergarmos as possibilidades oferecidas, permanecemos mergulhados na amargura, na infelicidade e no desânimo, colocando-nos como vítimas e não como agentes na manutenção desse estado. Culpamos os outros, à vida e a Deus, por não nos darem oportunidades de melhoria. Quase sempre, esperamos que a solução venha do Alto, como chuva de luzes, resolvendo todos os nossos problemas, arrancando-nos dessa apatia que sentimos diante das dificuldades, aliviando nossos padecimentos, sem precisarmos nos levantar, arregaçar as mangas e partir para o trabalho.

Não temos fé na Providência Divina? Às vezes temos, mas é uma fé vacilante. Fé daquele que só crê porque consegue ajuda momentânea e transitória. Quando acaba o efeito da ajuda, termina a fé. É difícil compreender que se a aflição é proporcional à falta cometida, o benefício, também, será proporcional ao mérito do nosso trabalho.

Deus não tem dois pesos e duas medidas. A fé é um estado de graça, bênção divina, que precisa ser fortalecida a cada dia, e isso só acontece quando transformamos essa fé em obras no bem, a começar por nós mesmos.

Bibliografia:

(1) PAULO, II Coríntios, 4:7.

(2) EMMANUEL (Espírito)

JOANA D’ARC REENCARNAÇÃO DE JUDAS ISCARIOTES

Todos nós sabemos sobre as histórias das vidas de Judas Iscariotes e de Joana D’arc, por isso que não vou estender sobre a histórias de ambos que tem o mesmo espírito. 

Depois do ato de suicido de Judas Iscariotes, e tendo passado pouco tempo no vale dos suicidas, ele estando com o espírito profundamente perturbado e enlouquecido, recebeu a visita de Jesus, que permaneceu três dias ao seu lado até que ele adormecesse; só depois desse gesto de amor e de perdão é que Jesus apareceu materializado a Maria Madalena, segundo o Evangelho de João (20: 11 a 18).

Judas obteve a oportunidade de reencarnar diversas vezes na Terra e a sua última reencarnação foi como Joana D'arc, a sua última prova, para resgatar seus débitos para com a sua própria consciência, e se tornar um espírito livre.

Como Joana D'Arc, aos 13 anos de idade começou a ter visões de São Miguel que falava-lhe sobre umas novas aparições, que seria as de Santa Catarina e Santa Margarida que viriam em nome de Deus para cumprirem uma missão, e dar as ordens a Joana D'arc para liderar a França na Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra, como já sabemos. Depois da vitória da França, Joana foi injustamente condenada por bruxaria, heresia e por blasfêmia, por receber tais mensagens, assim considerada bruxa ela foi levada pela Inquisição, onde queimou e sofreu seus últimos instantes na Terra. Ao desencarnar ela se encontrou com Santa Catarina e Santa Margarida, que lhe disseram que Jesus estava pela sua espera há muito tempo.

A seguir coloco a conversa que o consagrado escritor Humberto de Campos teve com Judas Iscariotes  em Jerusalém, às margens do Jordão, a conversa foi sobre a condenação de Jesus, é uma entrevista esclarecedora, ditada a Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, em 19 de abril de 1935. Este texto é do livro "Crônicas de Além-Túmulo". Leiamo-la:

Nas margens caladas do Jordão, não longe talvez do lugar sagrado, onde o Precursor batizou Jesus Cristo, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se uma simpatia cativante.

- Sabe quem é este? - murmurou alguém aos meus ouvidos. - Este é Judas.

- Judas?!...

- Sim. Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se momentaneamente transportados aos tempos idos. Então mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir a Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho...

Aquela figura de homem magnetizava-me. Eu não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. O meu atrevimento, porém, e a santa humildade do seu coração ligaram-se para que eu o atravessasse, procurando ouvi-lo.

- O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariotes? - perguntei.

- Sim, sou Judas - respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica.

Como o Jeremias, das Lamentações, contemplo às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios... 

- E uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus?

- Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e as tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galileia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas ideias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder, já que, no seu manto e pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que, aliás, apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.

- E chegou a salvar-se pelo arrependimento?

- Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus, e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência...

- E está hoje meditando nos dias que se foram... - pensei com tristeza.

- Sim... estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal de seus divinos passos. Vejo-O ainda na cruz entregando a Deus o seu destino... Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que O abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que O ampararam no doloroso transe... Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor... Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores.

Quanto ao Divino Mestre - continuou Judas com os seus prantos - infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado... 

- E verdade - concluí - e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo.

Judas afastou-se tomando a direção do Santo Sepulcro e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Jordão rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto.

 

Chico Xavier pelo Espírito Humberto de Campos em Pedro Leopoldo, em 19 de abril de 1935. Este texto é do livro "Crônicas de Além-Túmulo".

Bom Ânimo

Por: Joanna de Ângelis

Psicografia: Divaldo Pereira Franco

Hoje experimentas maior soma de aflições. Observaste a grande mole dos sofredores: mães desnutridas apertando contra o seio sem vitalidade filhos, misérrimos, desfalecidos, quase mortos; mutilados que exibiam as deformidades à indiferença dos passantes na via pública; aleijões que se ultrajavam a si mesmos ante o desprezo a que se entregavam nos "pontos" de mendicância em que se demoram; ébrios contumazes promovendo desordens lamentáveis; enfermos de vária classificação desfilando as misérias visíveis num festival de dor; jovens perturbados pela revolução dos novos conceitos e vigentes padrões éticos; órfãos...

Pareceu-te mais tristonha a paisagem humana, e consideras mentalmente os dramas íntimos que vergastam o homem, na atual conjuntura social, moral e evolutiva do Planeta.

Examinas as próprias dificuldades, e um crepúsculo de sobras lentamente envolve o sol das tuas alegrias e esperanças.

Não te desalentes, porém.

O corpo é oportunidade iluminava mesmo para aqueles que te parecem esquecidos e que supões descendo os degraus da infelicidade na direção do próprio aniquilamento.

Nascer e morrer são acidentes biológicos sob o comando de sábias leis que transcendem à compreensão comum.

Há, no entanto, acompanhando todos os caminhantes a forma carnal, amorosos Benfeitores interessados na libertação deles. Não os vendo, os teus olhos se enganam na apreciação; não os ouvindo, a tua acústica somente registra lamentos; não os sentindo, as parcas percepções de que dispões não anotam suas mãos quais asas de caridade a envolvê-los e sustentá-los.

Perdido em meandros o rio silencioso e perseverante se destina ao mar. Agita e submissa nas mãos do oleiro a argila alcança o vaso precioso. Sofrido o Espírito nas malhas da lei redentora atinge a paz.

Ante a sombra espessa da noite não esqueças o Sol fulgurante mais além. E aspirando o sutil aroma de preciosa flor não olvides a lama que lhe sustenta as raízes...

Viver no corpo é também resgatar.

O Espírito eterno, evoluindo nas etapas sucessivas da vestimenta carnal, se despe e se reveste dos tecidos orgânicos para aprender e sublimar.

Numa jornada prepara o sentimento, noutra aprimora a emoção, noutra mais aperfeiçoa a inteligência...

Nascer ou renascer simplesmente não basta. O labor, interrompido, pois, prosseguirá agora ou depois. Não cultives, portanto, o pessimismo, nem te abatam as dores.

Cada um se encontra no lugar certo, à hora própria e nas circunstâncias que lhe são melhores para a evolução. Não há ocorrência ocasional ou improvisada na Legislação Divina.

Quando retornou curado para agradecer a Jesus da morféia de que fora libertado, o samaritano que formava o grupo dos dez leprosos, conforme a narração evangélica, fez-nos precioso legado: o do reconhecimento.

Quando o centurião afirmou ao Senhor que uma simples ordem Sua faria curado o seu servo, ofertou-nos sublime herança: a fé sem limites.

Quando a hemorroíssa, vencendo todos os obstáculos, tocou o Rabi, deixou-nos precioso ensino: a coragem da confiança.

Identificado ao espírito do Cristo, não te deixes consumir pelo desespero ou pela melancolia, sob revolta injustificada ou indiferença cruel. Persevera, antes, no exame da verdade e insiste no ideal de libertação interior, ajudando e prosseguindo, além, porque se hoje a angústia e o sofrimento te maceram, em resgate que não pode transferir, amanhã rutilará no corpo ou depois dele o sol sublime da felicidade em maravilhoso amanhecer de perene paz.

"Tem ânimo filhos: perdoados são os teus pecados." - Mateus: 9-2.

"Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade". - E.S.E. Cap. XIV Item 9.

“HOSPITAL ESPERANÇA NA ESPIRITUALIDADE RECEBE OS ESPÍRITOS NECESSITADOS DE MAIOR EQUILÍBRIO.”

A obra de Amor na Espiritualidade conhecida como "Sanatório Esperança" ou "Hospital Esperança" foi erguida por Eurípedes Barsanulfo e tem como função atender os espíritos que desencarnaram necessitados de recuperarem sua saúde mental. A obra acolhe espíritos de todas as religiões cristãs ou não (católicos, evangélicos, etc.) e, principalmente, os espíritas.

O nome "Esperança" foi escolhido por causa do momento em que vivemos na Terra. Todo o sofrimento da transição do estágio de "provas e expiações" para a "regeneração" se reflete na necessidade de renovação de atitudes, da educação dos sentimentos. Dessa forma, muitos espíritos com dificuldade do auto enfrentamento adoecem e caem na desesperança, no desânimo de não conseguirem progredir. Diz Cícero Pereira (1): "Somente a esperança é capaz de acender na alma o desejo de galgar os degraus da caminhada humanizadora, ante os golpes cruéis da dor." ("Lírios de Esperança", cap. 18, pag. 182, 9ª. Ed).

Sobre o "Hospital Esperança", escreve o espírito Manoel Philomeno de Miranda (2) pela psicografia de Divaldo Pereira Franco em "Tormentos da Obsessão":

"Diante da massa imensa de desesperados que haviam conhecido as diretrizes para a felicidade, mediante o serviço dignificante e restaurador dos ensinamentos de Jesus, mas que preferiram os jogos doentios dos prazeres exorbitantes, o missionário compadecido (Eurípedes Barsanulfo), buscou o apoio de Benfeitores do mais Alto, para que conduzissem a Jesus uma proposta sua, caracterizada pelo interesse de edificação de um Nosocômio Espiritual, especializado em loucura, para aqueles que desequilíbrio apresentassem após a morte do corpo físico, e que também serviria de Escola viva, como igualmente de laboratório, para a preparação de suas reencarnações futuras em estado menos doloroso e com possibilidades mais seguras de recuperação." (cap. 2 , pág. 32, 8ª. Ed.).

Também o espírito Cícero dos Santos Pereira escreve na obra "Lírios de Esperança", do espirito Ermance Dufaux (3) e psicografada por Wanderley Soares de Oliveira:

"O Hospital Esperança é uma obra de amor, erguida no plano espiritual por Eurípedes Barsanulfo, cujo objetivo é prestar abrigo e orientação aos seguidores do Cristo que não conseguiram ou não quiseram adotar o compromisso da vivência da Sua mensagem de amor. São as almas mais facilmente aliciadas pelas furnas da maldade em razão da disputa do gênio do mal com o Cristo. Os mentores de Mais Alto que avalizaram o projeto foram Agostinho de Hipona e João Evangelista entre outros integrantes da Equipe do Espírito da Verdade. Sob convocação direta do Cristo, Eurípedes foi chamado, antecipadamente, em sua reencarnação gloriosa, para erguer este ponto de pacificação para almas atormentadas pelo arrependimento tardio ante as clarinadas do Evangelho." (cap. 18, pag. 178, 9ª. Ed.).

Na entrada do pavilhão central do "Hospital Esperança" está escrito o principio fundamental "Fora da Caridade não há salvação", lembrando sempre do Amor nas tarefas de socorro aos necessitados.

O "Hospital Esperança" tem ligações com o Brasil há muito tempo:

"A "Casa de Eurípedes", em suas origens está intimamente ligada à história do Sanatório Espírita Uberabense, fundado pela família de D. Maria Modesto Cravo. O Hospital Esperança faz parte do Planejamento de Espírito Verdade no transporte da árvore do Evangelho para o Brasil. Logo depois de lançadas as bases da doutrina em plena França positivista, o Espírito Verdade trouxe as sementes doutrinárias para esse rincão que, há esse tempo já estava predestinado, há quase 400 anos, em se tornar o celeiro da mensagem cristã à luz da imortalidade... O Sanatório Espírita Uberabense foi inaugurado em 31 de dezembro de 1933. Na erraticidade, Eurípedes lança as sementes do Hospital Esperança em plena década 30. O entrelaçamento desses núcleos de amor e redenção foi cada dia se estreitando, a ponto de tornar-se o primeiro núcleo avançado de ligação do Hospital Esperança com a Terra." (cap. 18, pag. 181, 9ª. Ed.).

Além de Eurípedes Barsanulfo, encontramos Dr. Bezerra de Menezes, Dr. Inácio Ferreira, Prof. Cícero Pereira, Dr. Odilon Fernandes, D. Maria Modesto Cravo e Ermance Dufaux dedicando-se ao trabalho nesse santuário de Amor.

(1) Cícero dos Santos Pereira: Nasceu em 14 de novembro de 1881, em Gorutuba, Minas Gerais. Exerceu o magistério, foi guarda-livros, taquigrafo e bacharel em direito. Foi presidente da União Espirita Mineira (1937-1940) e fundador de vários centros espíritas em Belo Horizonte e Montes Claros. Foi um dos fundadores do "Abrigo de Jesus", instituição espírita de amparo à criança carente, em Belo Horizonte. Foi colaborador da imprensa espírita, especialmente "O Espírita Mineiro". Desencarnou em 04 de novembro de 1948 em Belo Horizonte.

(2) Manoel Philomeno de Miranda: Nasceu em 14 de novembro de 1876, em Jangada, município do Conde, na Bahia. Foi curado pelo médium Saturnino Favila em 1914 e converteu-se ao Espiritismo. Conheceu Jose Petitinga em Salvador e exerceu vários cargos na União Espírita Baiana, sendo eleito presidente após a desencarnação de José Petitinga. Dedica-se às questões da obsessão e desobsessão.

(3) Ermance Dufaux: Ermance de La Jonchére Dufaux nasceu em 1841 na cidade de Fontainebleau, França. Colaborou na posição de médium nas atividades doutrinárias com Allan Kardec, contribuiu na elaboração da segunda edição de "O Livro dos Espíritos" (1860) e ainda, com sua mediunidade psicográfica, escreveu, junto do Espírito Joana D'arc, a obra "A História de Joana D'arc Ditada por Ela Mesma". Em vários pontos das edições da Revista Espírita, publicação mensal que Kardec iniciou em 1858 com a finalidade de divulgar mais amplamente o Espiritismo, o codificador menciona o trabalho de Ermance, muito jovem na época, como médium. Na posição de autora espiritual, Dufaux vem desde 2000 colaborando na elucidação de algumas facetas doutrinárias do Espiritismo, especialmente aquelas que dizem respeito ao relacionamento dos espíritas e à reforma íntima do ser humano.

Ana Maria Teodoro Massuci.

Projeto Cornélio Pires (Divulgando o Espiritismo no Brasil).

O verdadeiro sentido do Natal para o-espirita


O Natal para o Espírita representa a comemoração do aniversário de Jesus.

O dono da festa é o Mestre, quem deve receber os presentes e as homenagens é o aniversariante e não nós.  O aniversariante tem os seus convidados que são os pobres, os deserdados, os coxos, os estropiados, os sofredores, etc...

Será que realmente somos convidados do Cristo nessa festa?
Qual o presente que deveremos lhe oferecer?
O que Ele gostaria de receber? 

Sabemos que o que Ele mais quer é que cumpramos a vontade de Deus, Nosso Pai. E todos os dias renovamos os nossos compromissos no "Pai Nosso", dizendo: "Seja feita a Vossa vontade" 

Será que estamos fazendo a nossa parte?
Será que estamos nessa festa ou fomos barrados?

A maioria de nós, mesmo espíritas, ainda vemos o Natal como uma festa de consumo, reforçando o culto ao materialismo e à materialidade, trocando presentes entre si, quando, em verdade, não somos os homenageados, nem a festa é nossa...

Será que o Cristo se sente feliz com isso?

A nossa reverência ao Cristo deve ser em Espírito e Verdade apenas, buscando somente materializar a Vontade do Pai que está em todo o Evangelho.

E como deve ser essa comemoração?

Com uma prece, uma reflexão sobre os objetivos alcançados, com uma análise crítica interior onde possamos verificar se os compromissos assumidos antes do reencarne estão sendo cumpridos, porque o único e maior objetivo que temos na presente existência é de edificar em nós o Bem.

Para esse desiderato, acertamos de forma pessoal e intransferível com o Cristo, um mandato de renovação.

Nosso compromisso é o de nos conhecermos melhor, conformando nossa vida com a Vontade de Deus, de nos reformarmos intimamente e nos tornarmos homens e mulheres de Bem, edificando dentro de nós o Belo, o Bem e a Justiça.

Infelizmente, papai Noel ainda é mais importante que o Cristo. O Cristo ainda se encontra desvalorizado e esquecido dentro de nós.

Nossas mesas estão fartas e se fala muito de solidariedade, mas não se tem sensibilidade ainda com a dor alheia.

Nos falta consciência, falamos muito, mas ainda não sentimos a fraternidade pulsar o coração. Estamos reféns e prisioneiros das aparências, do materialismo, dos cultos exteriores, do consumismo, colocando em segundo lugar o Reino do Espírito, o Reino de Deis.
Os interesses espirituais ainda não tem vez nem voz em nossos corações.

Qual o verdadeiro sentido do Natal?

Deve ser o de auto-conscientização, buscando a comunhão com os valores do Bem, ligados aos interesses do Espírito e da vida imortal, porque a Terra, para os encarnados, é apenas um curso de pequena duração e ninguém fica na Escola a existência inteira, um dia voltamos para Casa para avaliar os deveres realizados.

O que nos atrai não são as boas idéias, mas os interesses.

A Doutrina do Cristo, cheia de boas idéias, está conosco a mais de dois mil anos e não mudamos o suficiente. infelizmente, ainda não fomos atraídos por esses ideais. Mas a medida que evoluímos pelo estudo, pelo amor e pela dor, mudam os nossos interesses e vamos crescendo;

Quanto mais sepultamos as nossas vaidades, o nosso orgulho e o nosso egoísmo, mais somos atraídos pela luz do Cristo e nos tornamos felizes.

O que representa a Estrela de Belém para os Espíritas: representa a Luz Protetora dos Planos Superiores, resumindo uma Infinidade de Espíritos Luminares que vieram assistir e dar o suporte ao Cristo em sua tarefa de orientação e exemplos para todos nós.

Será que lembramos dos companheiros que estão nas zonas umbralinas no Natal?

Como se sentem esses Irmãos? 

A espiritualidade nos ensina, pelas penas de Chico Xavier, que alguns nem sabem dessa data ou comemoração. Outros, que se encontram em situações melhores, sentem-se extremamente tristes por estarem afastados dos seus familiares; outros ainda vivem refletindo e lamentando as oportunidades perdidas e sofrendo a dor da saudade e da separação em razão da resistência e da rebeldia em não aceitar o processo de mudança e transformação no caminho do Bem.

A falta de Reforma íntima nos afasta de quem amamos.

Muitos filhos, maridos, esposas, demoram a encontrar-se na erraticidade, em razão do mau direcionamento do livre arbítrio, tendo em vista seus investimentos no mundo material, nas fantasias, nas ilusões, em detrimento do sentido real da própria existência. A fuga no enfrentamento dos desafios ou o desprezo de buscar a prática das lições do bem nos causa muita dor moral.

NATAL é isso aí, renovação permanente. 

Todo segundo é hora de mudar para melhor, Amando, Servido e passando nesta vida com trabalho no Bem, na Solidariedade, na Tolerância, com muita Fraternidade.

E então? Vamos pensar nisso?
http://www.forumespirita.net/fe/o-evangelho-segundo-o-espiritismo/o...

A obra de Kardec e Kardec diante de sua obra

Sempre haverá muito que aprender na obra de Allan Kardec, não apenas aqueles que se iniciam no estudo da Doutrina Espírita, como também os que dela já têm conhecimento mais profundo. Isso porque os livros que divulgam ideias construtivas — e especialmente ideias novas — nunca se esgotam como fonte de onde fluem continuamente motivações para novos arranjos e, portanto, de progresso espiritual, sem abandonar a contextura filosófica sobre as quais se apoiam.
Para usar linguagem e terminologia essencialmente espíritas, diríamos que o períspirito da doutrina permanece em toda a sutileza e segurança de sua estrutura, ao passo que o espírito da Doutrina segue à frente, em busca de uma expansão filosófica, sujeito que está ao constante embate com a tremenda massa de informação que hoje nos alcança, vinda de todos os setores da especulação humana.
De fato, a Doutrina Espírita está exposta às mais rudes confrontações, por todos os seus três flancos ao mesmo tempo: o filosófico, o científico e o religioso. A cada novo pronunciamento significativo da filosofia, da ciência ou da especulação religiosa, a doutrina se entrega a um processo introspectivo de autoanálise para verificar como se saiu da escaramuça.
Isso tem feito repetida mente e num ritmo cada vez mais vivo, durante mais de um século. E com enorme satisfação, podemos verificar que nossas posições se revelaram inexpugnáveis.
Até mesmo ideias e conceitos em que a Doutrina se antecipou aos tempos começam a receber a estampa confirmatória das conquistas intelectuais como, para citar apenas dois exemplos a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados. Poderíamos citar ainda a existência do períspirito que vai cada dia mais tornando-se uma necessidade científica, para explicar fenômenos que a biologia clássica não consegue entender.
Quando abrimos hoje revistas, jornais e livros sintonizados com as mais avançadas pesquisas e damos com o nome de importantes cientistas examinando a sério a doutrina palingenésica ou a existência de vida inteligente fora da Terra, somos tomados por um legítimo sentimento de segurança e de crescente respeito pelos postulados da doutrina que os Espíritos vieram trazer-nos. Tamanha era a certeza de Kardec sobre tais aspectos que escreveu que o Espiritismo se modificava nos pontos em que entrasse em conflito com os fatos científicos devidamente comprovados.
Essa observação do Codificador, que poderia parecer a muitos a expressão de um receio ou até mesmo uma gazua para eventual saída honrosa, foi, ao contrário, uma declaração corajosa de quem pesou bem a importância do que estava dizendo e projetou sobre o futuro a sua própria responsabilidade. O tempo deu-lhe a resposta que ele antecipou: não, não há o que reformular, mas se algum dia houver, será em aspectos secundários da doutrina e jamais nas suas concepções estruturais básicas, como a existência de Deus, a sobrevivência do Espírito, a reencarnação e a comunicabilidade entre vivos e “mortos“.
O que acontece é que a doutrina codificada não responde a todas as nossas indagações, e nem as de Kardec foram todas resolvidas nos seus mínimos pormenores e implicações. “O Livro dos Espíritos” é um repositório de princípios fundamentais de onde emergem inúmeras“tomadas” para outras tantas especulações e conquistas e realizações.
Nele estão os germes de todas as grandes ideias que a humanidade sonhou pelos tempos afora, mas os Espíritos não realizam por nós o nosso trabalho. Em nenhum outro cometimento humano vê-se tio claramente os sinais de uma inteligente, consciente e preestabelecida coordenação de esforços entre as duas faces da vida - a encarnada e a desencarnada. Tudo parece - e assim o foi - meticulosamente planejado e escrupulosamente executado. A época era aquela mesma, como também o meio ambiente e os métodos empregados.
Para a carne vieram os espíritos incumbidos das tarefas iniciais e das que se seguiram, tudo no tempo e no lugar certos. Igualmente devem ter sido levadas em conta a fragilidade e as imperfeições meramente humanas, pois que também alternativas teriam sido planejadas com extremo cuidado.
Há soluções opcionais para eventuais falhas, porque o trabalho era importante demais para ficar ao sabor das imperfeições humanas e apoiado apenas em dois ou três seres, por maiores que fossem. Ao próprio Kardec, o Espírito da Verdade in forma que é livre de aceitar ou não o trabalho que lhe oferecem. O eminente professor é esclarecido, com toda a honestidade e sem rodeios, que a tarefa é gigantesca e, como ser humano, seria arrastado na lama da iniquidade, da calúnia, da mentira, da infâmia.
Que todos os processos são bons para aqueles que se opõem à libertação do homem. Que ele, Kardec, poderia também falhar. Seu engajamento seria, pois, de sua livre escolha e que, se recusasse a tarefa, outros havia em condições de levá-la a bom termo.
O momento é dramático.
É também a hora da verdade suprema, pois o plano de trabalho não poderia ficar comprometido por atitudes dúbias e meias-palavras. Aquilo que poderia parecer rudeza de tratamento é apenas ditado pote seriedade do trabalho que se tinha a realizar no plano humano. Kardec aceitou a tarefa e arrostou, com a bravura que lhe conhecemos, a dureza das aflições que sobre ele desabaram como estava previsto. Tudo lhe aconteceu, como anunciado; os amigos espirituais seriam incapazes de glamourizar a sua colaboração e minimizar as dificuldades apenas para induzi-lo a aceitar a incumbência.
Por outro lado, se ele era, entre os homens, o chefe do movimento, pois alguém Unha que o liderar, compreendeu logo que não era o dono da doutrina e jamais desejou sê-lo.
Quando lhe comunicam que foi escolhido para esse trabalho gigantesco, sente com toda a nitidez e humildade a grandiosidade da tarefa que lhe oferecem e declara que de simples adepto e estudioso a missionário e chefe vai uma distância considerável, diante da qual ele medita não propriamente temeroso, mas preocupado, dado que era homem de profundo senso de responsabilidade.
Do momento em que toma a incumbência, no entanto, segue em frente com uma disposição e uma coragem inquebrantáveis.
Esse aspecto da sua atuação jamais deve ser esquecido à consciência que tem da sua posição de coordenador do movimento e não de seu criador.
Não deseja que a doutrina nascente seja ligada ao seu nome. Apaga-se deliberadamente e tenazmente para que a obra surja como planejada, isto é, uma doutrina formulada pelos Espíritos e transmitida aos homens pelos Espíritos, contida numa obra que fez questão de intitular “O Livro dos Espíritos”. Por outro lado, não é intenção dos mensageiros espirituais - ao que parece - ditar um trabalho pronto e acabado, como um “flash” divino, de cima para baixo.
Deixam a Kardec a iniciativa de elaborar as perguntas e conceber não a essência do trabalho, mas o plano geral da sua apresentação aos homens. A obra não deve ser um monólogo em que seres superiores pontificam eruditamente sobre os grandes problemas do ser e da vida; é um diálogo no qual o homem encarnado busca aprender com os irmãos mais experimentados novas dimensões da verdade.
E preciso, pois, que as questões e as dúvidas sejam levantadas do ponto de vista humano, para que o mundo espiritual as esclareça na linguagem simples da palestra, dentro do que hoje se chamaria o contexto da psicologia específica do ser encarnado. Por isso, Kardec não se julga o criador da Doutrina, mas é infinitamente mais do que um mero copista ou um simples colecionador de pensamentos alheios. Deseja apagar-se individualmente para que a obra sobreleve às contingências humanas; a Doutrina não deve ficar “ligada” ao seu nome pessoal como, por exemplo, a do super-homem a Nietszche, o islamismo a Maomé, o positivismo a Augusto Comte ou a teoria da relatividade a Einstein; é, no entanto, a despeito de si mesmo, mais do que simples colaborador, para alcançar o estágio de um coautor quanto ao plano expositivo e às obras subsequentes.
Os Espíritos deixam-lhe a iniciativa da forma de apresentação. A princípio, nem ele mesmo percebe que já está elaborando “O Livro dos Espíritos”; parece-lhe estar apenas procurando respostas às suas próprias interrogações.
Homem culto, objetivo, esclarecido e com enormes reservas às doutrinas religiosas e filosóficas da sua época, tem em mente inúmeras indagações para as quais ainda não encontrara resposta. Ao mesmo tempo em que vai registrando as observações dos Espíritos, vai descobrindo um mundo inteiramente novo e insuspeitado e tem o bom senso, de não se deixar fascinar pelas suas descobertas.
E, pois, ao sabor de sua controlada imaginação que organiza o esquema das suas perguntas e quando dá conta de si tem anotações metódicas, lúcidas, simples de entender e, no entanto, do mais profundo e transcendental sentido humano. Sem o saber, havia coligido um trabalho que, pela sua extraordinária importância, não poderia ficar egoisticamente preso à sua gaveta; era preciso publicá-lo e isso mesmo lhe dizem os Espíritos. Assim o fez e sabemos de sua surpresa diante do sucesso inesperado da obra.
Daí em diante, isto é, a partir de “O Livro dos Espíritos”, seus amigos assistem-no, como sempre o fizeram, mas deixam-no prosseguir com a sua própria metodologia e nisso também ele era mestre consumado, por séculos de experiência didática.
As obras subsequentes da Codificação não surgem mais do diálogo direto com os Espíritos e sim das especulações e conclusões do próprio Kardec, sem jamais abandonar, não obstante, o gigantesco painel desenhado a quatro mãos em “O Livro dos Espíritos”.
Conversando uma vez, em nosso grupo, sobre o papel de certos espíritos na história, disse-nos um amigo espiritual que é muito importante para todos nós o trabalho daqueles a quem ele chamou Espíritos ordenadores.
São os que vêm incumbidos de colocar em linguagem humana, acessível, as grandes ideias. Sem eles, muito do que se descobre, se pensa e se realiza ficaria perdido no caos e na ausência de perspectiva e hierarquia. São eles - Espíritos lúcidos, objetivos e essencialmente organizadores — que disciplinam as ideias, descobrindo-lhes as conexões, implicações e consequências, colocando-as ordenadamente ao alcance da mente humana, de modo facilmente acessível e assimilável, sob a forma de novas sínteses do pensamento.
São eles, portanto, que resumem um passado de conquistas e preparam um futuro de realizações. Sem eles, o conhecimento seria um amontoado caótico de ideias que se contradizem, porque invariavelmente vem joio com o trigo, na colheita, e ganga com ouro, na mineração.
São eles os faiscadores que tudo tomam, examinam, rejeitam, classificam e colocam no lugar certo, no tempo certo, altruisticamente, para que quem venha depois possa aproveitar-se das estratificações do conhecimento e sair para novas sínteses, cada vez mais amplas, mais nobres, mais belas, ad infinitum.
Allan Kardec é um desses espíritos. Não diremos que seja um privilegiado porque essa classificação implica ideia de prerrogativa mais ou menos indevida e as suas virtudes são conquistas legítimas do seu espírito, amadurecidas ao longo de muitos e muitos séculos no exercício constante de uma aguda capacidade de julgamento — é, pois, um direito genuinamente adquirido pelo esforço pessoal do espírito e não uma concessão arbitrária dos poderes superiores da vida.
O trabalho que realizou pela Doutrina Espírita é de inestimável relevância. Para avaliar a sua importância basta que nos coloquemos, por alguns instantes, na posição em que ele estava nos albores do movimento. Era um homem de 50 anos de idade, professor e autor de livros didáticos.
Sua atenção é solicitada para os fenômenos, mas ele não é de entregar-se impulsivamente aos seus primeiros entusiasmos. Quer ver primeiro, observar, meditar e concluir, antes de um envolvimento maior. Quando recebe a incumbência e percebe o vulto da tarefa que tem diante de si, nem se intimida, nem se exalta. É preciso, porém, formular um plano de trabalho. Por onde começar? Que conceitos selecionar? Que ideias têm precedência sobre outras? Serão todas as comunicações autênticas? Será que os Espíritos sabem de tudo? Poderão dizer tudo o que sabem?
É tudo novo, tudo está por fazer e já lhe preveniram que o mundo vai desabar sobre ele. O cuidado tem de ser redobrado, para que o edifício da doutrina não tenha uma rachadura, um fresta, um ponto fraco, uma imperfeição; do contrário, poderá ruir, sacrificando toda a obra. Os representantes das trevas estão atentos e dispostos a tudo. Os Espíritos o ajudam e o inspiram e o incentivam, embora sejam extremamente parcimoniosos em elogios e um tanto enérgicos nas advertências.
Quando notam um erro de menor importância numa exposição de Kardec, não indicam o ponto fraco; limitam-se a recomendar-lhe que releia o texto, que ele próprio encontrará o engano.
Do lado humano, encarnado, da vida, é um trabalho solitário. Não tem a quem recorrer para uma sugestão, um conselho, um debate. Os amigos espirituais somente estão à sua disposição por algum tempo, restrito, sob limitadas condições, durante as horas que consegue subtrair ao seu repouso, porque as outras são destinadas a ganhar a vida, na dura atividade de modesto guarda-livros.
Sem dúvida alguma, trata-se de um trabalho de equipe, tarefa pioneira, reformadora, construtora de um novo patamar para a escalada do ser na direção de Deus.
As velhas doutrinas religiosas não satisfazem mais, a filosofia anda desgovernada pelos caminhos da negação e a ciência desgarrada de tudo, aspirando ao trono que o dogmatismo religioso deixou vago.
No meio de tudo isso, o homem que pensa e busca um sentido para a vida se atormenta e se angustia, porque não vê suporte onde escorar sua esperança. A nova doutrina vem trazer-lhe o embasamento que faltava, propor uma total reformulação dos conceitos dominantes.
Ciência e religião não se eliminam, como tantos pensavam; ao contrário, se completam, coexistindo com a filosofia. O homem que raciocina também pode crer e o crente pode e deve exercer, em toda a extensão, o seu poder de análise e de crítica. Isso não é apenas tolerado, senão estimulado, pois entende Kardec que a fé só merece confiança quando passada pelos filtros da razão. Se não passar, é espúria e deve ser rejeitada.
Concluindo, assim, o trabalho que lhe competia junto aos Espíritos ainda lhe resta muito a fazer, e o tempo urge. Incumbe-lhe agora inserir a nova doutrina no contexto do pensamento de seu tempo - como se diria hoje. Terminou o recital a quatro mãos e começa o trabalho do solista, porque o mestre ainda está sozinho entre os homens, embora cercado do carinho e da amizade de seus companheiros espirituais. Atira-se, pois, ao trabalho.
A luz do seu gabinete arde até altas horas da noite. E preciso estudar e expor aos homens os aspectos experimentais implícitos na Doutrina dos Espíritos. Desses aspectos, o mais importante, sem dúvida, é a prática da mediunidade, instrumento de comunicação entre os dois mundos. Sem um conhecimento metodizado da faculdade mediúnica, seria impossível estabelecer as bases experimentais da doutrina. Daí, o “O Livro dos Médiuns”.
Em seguida, é preciso dotar o Espiritismo de uma estrutura ética. Não é necessário criar uma nova moral; já existe a do Cristo. O trabalho é enorme e exige tudo de seu notável poder ordenador. E que o ensinamento de Jesus, com a passagem dos séculos e ao sopro de muitas paixões humanas, ficara soterrado em profunda camada de impurezas. Kardec decidiu reduzir ao mínimo os atritos e controvérsias, buscando nos Evangelhos apenas o ensinamento moral, sem se deter, portanto, na análise dos milagres, nem dos episódios da vida pública do Cristo, ou dos aspectos que foram utilizados para a elaboração dos dogmas.
Dentro dessa ideia diretora, montou com muito zelo e amor “O Evangelho segundo o Espiritismo”. O problema dos dogmas - pelo menos os principais - ficaria para “O Céu e o Inferno” e sobre as questões científicas ainda voltaria a escrever em “A Gênese”.
E assim concluía mais uma etapa da sua tarefa. O começo, onde andaria? Em que tempo e em que ponto cósmico? Era -e é - um espírito reformador, ordenador, preparador de novas veredas.
A continuação, seus amigos espirituais deixaram-no entrevê-la ao anunciar-lhe que se aproximava o término da existência terrena, mas não dos seus encargos: voltaria encarnado noutro corpo, lhe disseram para dar prosseguimento ao trabalho. Ainda precisavam dele e cada vez mais.
Nada eram as alegrias que experimentava ao ver germinar as sementes que ajudara a semear; aquilo eram apenas os primeiros clarões de uma nova madrugada de luz. Quando voltasse, teria a alegria imensa de ver transformadas em árvores majestosas às modestas sementeiras das suas vigílias, regadas por dores muitas.
Não seria mais o vulto solitário a conversar com os Espíritos e a escrever no silêncio das horas mortas - teria companheiros espalhados por toda a Terra, entregues ao mesmo ideal supremo de trabalhar sem descanso na seara do Cristo, cada qual na sua tarefa, conforme seus recursos, possibilidades e limitações, dado que o trabalho continua entregue a equipes, onde o personalismo não pode ter vez para que as paixões humanas não o invalidem.
“De modo que - dizia Paulo - nem o que planta é alguém, nem o que rega, senão Deus que a faz crescer.
E o que planta e o que rega são iguais; se bem que cada um receberá o seu salário segundo seu próprio trabalho, já que somos colaboradores de Deus e vós, campo de Deus, edificação de Deus” (1 Coríntios, 3:7 a 9).
Trabalhadores de Deus desejamos ser e o seremos toda vez que apagarmos o nosso nome na glória suprema do anonimato, para que o nosso trabalho seja de Deus, que faz germinar a semente e crescer a árvore, e não nosso, que apenas confiamos a semente ao solo. Somos portadores da mensagem, não seus criadores, porque nem homens nem espíritos criam; apenas descobrem aquilo que o Pai criou.
São essas as dominantes do espírito de Kardec.
Sua vitória é a vitória do equilíbrio e do bom senso, é a vitória do anonimato e da humildade, notável forma de humildade que não se anula, mas que luta e vence. Como figura humana, nem sequer aparece nos livros que relatam a saga humana. Para o historiador leigo, quem foi Kardec? Seu próprio nome civil, Hippolyte-Léon Denizard Rivail, ele o apagou para publicar seus livros com o nome antigo de um obscuro sacerdote druida.
De modo que não é somente a obra realizada por Kardec que devemos estudar, é também sua atitude perante a obra, porque tudo neste espírito é uma lição de grandeza em quem não deseja ser grande.

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