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A Importância do Trabalho com Humildade e o Correto Exercício das Profissões

A Importância do Trabalho com Humildade e o Correto Exercício das Profissões

André Luiz sente muita vontade de começar a trabalhar mas não se sente apto à medicina espiritual

“...Minha posição ali, contudo, era assaz humilde para me atrever. Os médicos espirituais eram detentores de técnica diferente. No planeta, sabia que meu direito de intervir começava nos livros conhecidos e nos títulos conquistados; mas, naquele ambiente novo, a medicina começava no coração, exteriorizando-se em amor e cuidado fraternal. Qualquer enfermeiro, dos mais simples, em "Nosso Lar", tinha conhecimentos e possibilidades muito superiores à minha ciência. Inexqüível, portanto, qualquer tentativa de trabalho espontâneo, por constituir, a meu ver, invasão de seara alheia...”

André Luiz pede a Clarêncio trabalho na Colônia

“...Não seria repetir os erros humanos, dentro dos quais a vaidade não tolera outro gênero de atividade senão o correspondente aos preceitos dos títulos nobiliárquicos, ou acadêmicos?”

“...às vezes o Pai nos honra com a Sua confiança e nós desvirtuamos os verdadeiros títulos de serviço...”

“...toda tarefa na Terra, no campo das profissões, é convite do Pai para que o homem penetre os templos divinos do trabalho. O título, para nós, é simplesmente uma ficha; mas, no mundo, costuma representar uma porta aberta a todos os disparates...”

“...Muitos profissionais da medicina, no planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, porque a vaidade lhes roubou a chave do cárcere. Raros conseguem atravessar o pântano dos interesses inferiores...”
O espírito de serviço deve se manifestar antes do espírito de investigação. Conselhos da Senhora Laura a André antes dele iniciar suas visitas aos Ministérios

“... abandone, quanto lhe seja possível, os propósitos de mera curiosidade...”

“... Não esqueça que poderá obter valores mais preciosos e dignos que a simples análise das coisas. A curiosidade, mesmo sadia, pode ser zona mental muito interessante, mas perigosa, por vezes. Dentro dela, o espírito desassombrado e leal consegue movimentar-se em atividades nobilitantes; mas os indecisos e inexperientes podem conhecer dores amargas, sem proveito para ninguém...”

“... não se limite a observar. Ao invés de albergar a curiosidade, medite no trabalho e atire-se a ele na primeira ocasião que se ofereça...”

“... Aprenda a construir o seu círculo de simpatias e não olvide que o espírito de investigação deve manifestar-se após o espírito de serviço. Pesquisar atividades alheias, sem testemunhos no bem, pode ser criminoso atrevimento. Muitos fracassos, nas edificações do mundo, originam-se de semelhante anomalia. Todos querem observar, raros se dispõem a realizar. Somente o trabalho digno confere ao espírito o merecimento indispensável a quaisquer direitos novos...”

“... Não se considere, porém, humilhado por atender às tarefas humildes. Lembro-lhe que em todas as nossas esferas, desde o planeta até os núcleos mais elevados das zonas superiores, em nos referindo à Terra, o Maior Trabalhador é o próprio Cristo e que Ele não desdenhou o serrote pesado de uma carpintaria...”

“... Trabalhe para o bem dos outros, para que possa encontrar seu próprio bem.”

André Luiz;
Médium: Francisco Cândido Xavier;
Do livro: Nosso Lar, pelo Espírito.

FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz

Eu voltarei...
• • •

Todos nós, certamente voltaremos a este chão, ou a outro qualquer deste Universo infinito...

A reencarnação é Lei Divina, e todos estamos sujeitos a ela, querendo ou não, tendo consciência disso ou ainda não.

O Criador nos dá a chance de continuar, em próxima existência, aquilo que nesta não pudemos lograr.

O Criador abre sempre a porta do arrependimento, da oportunidade da reparação àqueles que desejam volver aos braços seguros do amor.

Se porventura, na existência atual, teus sonhos maiores parecerem ser arrancados de teu coração, confia em Deus.

Se vês teus planos de felicidade partirem para longe, embarcados nas caravelas da enfermidade, do sofrimento profundo, segue confiando em Deus.

Se percebes que ainda não lograrás, nesta vida, a alegria que planejaste no imo de teu coração, para ti e para os teus, tem calma e confia em Deus.

Vê a lida atual apenas como capítulo breve da grande obra do teu existir como Espírito imortal.

Guarda teus sonhos e resiste à dor, sem amargura, sem revolta, compreendendo que é o abraço apertado do sofrer que nos faz mais fortes, e mais preparados para merecer e conquistar a ventura maior.

Tem certeza que o sol volverá, o sorriso ressurgirá, e que tu também, viajor universal do tempo, voltarás!

Redação do Momento Espírita

FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz

Julgamentos

Dois jovens, recém-casados, mudaram-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã que passaram na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:


_Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Ela deve está precisando de um sabão novo. 

Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela gostaria que eu a ensinasse a lavar as roupas! 

O marido observou calado. 

Três dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e novamente a mulher comentou com o marido: 

_Nossa vizinha continua pendurando lençóis sujos! 

E assim, a cada três dias, a mulher repetia seu discurso enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal. 

Passado um mês, a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido: 

_Veja, ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha lhe deu o sabão? Porque eu não fiz nada! 

O marido calmamente a respondeu: 

_Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela!

 Autor: Gilberto G. Barbosa.

Extraído do livro Histórias que Evangelizam.

"Tudo depende da janela através da qual observamos os fatos. Antes de criticarmos, verifiquemos se fizemos algo para contribuir. Avaliemos os nossos próprios defeitos e limitações. Olhemos antes de tudo, para a nossa própria casa e para dentro de nós mesmos. Lavemos a nossa vidraça ou abramos a nossa janela, pois agindo assim, estaremos em harmonia com as Leis de Deus e consequentemente mais felizes."



FRATERLUZ

Fraternidade Espírita Luz 

Carta de Allan Kardec ao Príncipe G.

Príncipe,

Vossa Alteza honrou-me dirigindo-me várias perguntas referentes ao Espiritismo; vou tentar respondê-las, tanto quanto o permita o estado dos conhecimentos atuais sobre a matéria, resumindo em poucas palavras o que o estudo e a observação nos ensinaram a esse respeito.

Essas questões repousam sobre os princípios da própria ciência: para dar maior clareza à solução, é necessário ter esses princípios presentes no pensamento; permita-me, pois, tomar a coisa de um ponto mais alto, colocando como preliminares certas proposições fundamentais que, de resto, elas mesmas servirão de resposta a algumas de vossas perguntas.

Há, fora do mundo corporal visível, seres invisíveis que constituem o mundo dos Espíritos.

Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outras esferas, e que deixaram seus envoltórios materiais.

Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Há, por consequência, bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos, hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, como os há muitos superiores em tudo, e que não procuram senão fazer o bem. Essa distinção é um ponto capital.

Os Espíritos nos cercam sem cessar, com o nosso desconhecimento, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, e por aí influem sobre os acontecimentos e os destinos da Humanidade.

Os Espíritos, frequentemente, atestam sua presença por efeitos materiais. Esses efeitos nada têm de sobrenatural; não nos parecem tal senão porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, o efeito entra na categoria dos fenômenos naturais; é assim que os Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e fazê-los mover sem o concurso de nossos agentes exteriores. Negar a existência de agentes desconhecidos, unicamente porque não são compreendidos, seria colocar limites ao poder de Deus, e crer que a Natureza nos disse sua última palavra.

Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa unicamente porque seja desconhecida.

Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando se vê o braço do telégrafo fazer sinais que respondem a um pensamento, disso se conclui, não que esses braços sejam inteligentes, mas que uma inteligência fá-los moverem-se. Ocorre o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não é a nossa, é evidente que ela está fora de nós.

Nos fenômenos das ciências naturais, atua-se sobre a matéria inerte, que se manipula à vontade; nos fenômenos espíritas age-se sobre inteligências que têm seu livre arbítrio, e não estão submetidas à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos usuais e os fenômenos espíritas uma diferença radical quanto ao princípio: por isso, a ciência vulgar é incompetente para julgá-los.

O Espírito encarnado tem dois envoltórios, um material que é o corpo, o outro semi-material e indestrutível que é o perispírito. Deixando o primeiro, conserva o segundo que constitui para ele uma espécie de corpo, mas cujas propriedades são essencialmente diferentes. Em seu estado normal, é invisível para nós, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tal é a causa do fenômeno das aparições.

Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, tendo sua própria existência, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, ao redor de nós; povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento.

Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e deles receberem comunicações diretas pela escrita, pela palavra e por outros meios. Os Espíritos, estando ao nosso lado e podendo virem ao nosso chamado, pode-se, por certos intermediários, estabelecer com eles comunicações seguidas, como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê.

Certas pessoas são dotadas, mais do que outras, de uma aptidão especial para transmitirem as comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um intérprete; é um instrumento do qual se servem os Espíritos: esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, e daí as comunicações mais ou menos fáceis.

Os fenômenos espíritas são de duas ordens: as manifestações físicas e materiais, e as comunicações inteligentes. Os efeitos físicos são produzidos por Espíritos inferiores; os Espíritos elevados não se ocupam mais dessas coisas quanto nossos sábios não se ocupam em fazerem grandes esforços: seu papel é de instruir pelo raciocínio.

As comunicações podem emanar de Espíritos inferiores, como de Espíritos superiores. Reconhecem-se os Espíritos, como os homens, pela sua linguagem: a dos Espíritos superiores é sempre séria, digna, nobre e marcada de benevolência; toda expressão trivial ou inconveniente, todo pensamento que choque a razão ou o bom senso, que denote orgulho, acrimônia ou malevolência, necessariamente, emana de um Espírito inferior.

Os espíritos elevados não ensinam senão coisas boas; sua moral é a do Evangelho, não pregam senão a união e a caridade, e jamais enganam. Os Espíritos inferiores dizem absurdos, mentiras, e, frequentemente, grosserias mesmo.

A bondade de um médium não consiste somente na facilidade das comunicações, mas, sobretudo, na natureza das comunicações que recebe. Um bom médium é aquele que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações.

Todos temos um Espírito familiar que se liga a nós desde o nosso nascimento, nos guia, nos aconselha e nos protege; esse Espírito é sempre bom.

Além do Espírito familiar, há Espíritos que são atraídos para nós por sua simpatia por nossas qualidades e nossos defeitos, ou por antigas afeições terrestres. Donde se segue que, em toda reunião, há uma multidão de Espíritos mais ou menos bons, segundo a natureza do meio.

Podem os Espíritos revelar o futuro?

Os Espíritos não conhecem o futuro senão em razão de sua elevação. Os que são inferiores não conhecem mesmo o seu, por mais forte razão o dos outros. Os Espíritos superiores o conhecem, mas não lhes é sempre permitido revelá-lo. Em princípio, e por um desígnio muito sábio da Providência, o futuro deve nos ser ocultado; se o conhecêssemos, nosso livre arbítrio seria por isso entravado. A certeza do sucesso nos tiraria o desejo de nada fazer, porque não veríamos a necessidade de nos dar ao trabalho; a certeza de uma infelicidade nos desencorajaria. Todavia, há casos em que o conhecimento do futuro pode ser útil, mas deles jamais podemos ser juízes: os Espíritos no-los revelam quando creem útil e têm a permissão de Deus; fazem-no espontaneamente e não ao nosso pedido. E preciso esperar, com confiança a oportunidade, e sobretudo não insistir em caso de recusa, de outro modo se arrisca a relacionar-se com Espíritos levianos que se divertem às nossas custas.

Podem os Espíritos nos guiar, por conselhos diretos, nas coisas da vida?

Sim, eles o podem e o fazem voluntariamente. Esses conselhos nos chegam diariamente pelos pensamentos que nos sugerem. Frequentemente, fazemos coisas das quais nos atribuímos o mérito, e que não são, na realidade, senão o resultado de uma inspiração que nos foi transmitida. Ora, como estamos cercados de Espíritos que nos solicitam, uns num sentido, os outros no outro, temos sempre o nosso livre arbítrio para nos guiar na escolha, feliz para nós quando damos a preferência ao nosso bom gênio.

Além desses conselhos ocultos, pode-se tê-los diretos por um médium; mas é aqui o caso de se lembrar dos princípios fundamentais que emitimos a toda hora. A primeira coisa a considerar é a qualidade do médium, senão o for por si mesmo. Médium que não tem senão boas comunicações, que, pelas suas qualidades pessoais não simpatiza senão com os bons Espíritos, é um ser precioso do qual podem-se esperar grandes coisas, se todavia for secundado pela pureza de suas próprias instruções e se tomadas convenientemente: digo mais, é um instrumento providencial.

O segundo ponto, que não é menos importante, consiste na natureza dos Espíritos aos quais se dirigem, e não é preciso crer que o primeiro que chegue possa nos guiar utilmente. Quem não visse nas comunicações espíritas senão um meio de adivinhação, e em um médium uma espécie de ledor de sorte, se enganaria estranhamente. É preciso considerar que temos, no mundo dos Espíritos, amigos que se interessam por nós, mais sinceros e mais devotados do que aqueles que tomam esse título na Terra, e que não têm nenhum interesse em nos bajular e em nos enganar. Além do nosso Espírito protetor, são parentes ou pessoas que se nos afeiçoaram em sua vida, ou Espíritos que nos querem o bem por simpatia. Aqueles vêm voluntariamente quando são chamados, e vêm mesmo sem que sejam chamados; temo-los, frequentemente, ao nosso lado sem disso desconfiar. São aqueles aos quais pode-se pedir conselhos pela via direta dos médiuns, e que os dão mesmo espontaneamente sem que lhes peça. Fazem-no sobretudo n a intimidade, no silêncio, e então quando nenhuma influência venha perturbá-los: aliás, são muito prudentes, e não se tem a temer da sua parte uma indiscrição imprópria: eles se calam quando há ouvidos demais. Fazem-no, ainda com mais bom grado, quando estão em comunicação frequente conosco; como eles não dizem as coisas senão com o propósito e segundo a oportunidade, é preciso esperar a sua boa vontade e não crer que, à primeira vista, vão satisfazer a todos os nossos pedidos; querem nos provar com isso que não estão às nossas ordens.

A natureza das respostas depende muito do modo como se colocam as perguntas; é preciso aprender a conversar com os Espíritos como se aprende a conversar com os homens: em todas as coisas é preciso a experiência. Por outro lado, o hábito faz com que os Espíritos se identifiquem conosco e com o médium, os fluidos se combinam e as comunicações são mais fáceis; então se estabelece, entre eles e nós, verdadeiras conversações familiares; o que não dizem num dia, dizem-no em outro; eles se habituam à nossa maneira de ser, como nós à sua: fica-se, reciprocamente, mais cômodo. Quanto à ingerência de maus Espíritos e de Espíritos enganadores, o que é o grande escolho, a experiência ensina a combatê-los, e pode-se sempre evitá-los. Se não se lhes expuser, não vêm mais onde sabem perder seu tempo.

Qual pode ser a utilidade da propagação das ideias espíritas?

O Espiritismo, sendo a prova palpável, evidente da existência, da individualidade e da imortalidade da alma, é a destruição do Materialismo. Essa negação de toda religião, essa praga de toda sociedade. O número dos materialistas que foram conduzidos a ideias mais sadias é considerável e aumenta todos os dias: só isso seria um benefício social. Ele não prova somente a existência da alma e sua imortalidade; mostra o estado feliz ou infeliz delas segundo os méritos desta vida. As penas e as recompensas futuras não são mais uma teoria, são um fato patente que se tem sob os olhos. Ora, como não há religião possível sem a crença em Deus, na imortalidade da alma, nas penas e nas recompensas futuras, se o Espiritismo conduz a essas crenças aqueles em que estavam apagadas, disso resulta que é o mais poderoso auxiliar das ideias religiosas: dá a religião àqueles que não a têm; fortifica-a naqueles em que ela é vacilante; consola pela certeza do futuro, faz aceitar com paciência e resignação as tribulações desta vida, e afasta do pensamento do suicídio, pensamento que se repele naturalmente quando se lhe vê as consequências: eis porque aqueles que penetraram esses mistérios estão felizes com isso; é para eles uma luz que dissipa as trevas e as angústias da dúvida.

Se considerarmos agora a moral ensinada pelos Espíritos superiores, ela é toda evangélica, é dizer tudo: prega a caridade cristã em toda a sua sublimidade; faz mais, mostra a necessidade para a felicidade presente e futura, porque as consequências do bem e do mal que fizermos estão ali diante dos nossos olhos. Conduzindo os homens aos sentimentos de seus deveres recíprocos, o Espiritismo neutraliza o efeito das doutrinas subversivas da ordem social.

Essas crenças não podem ser um perigo para a razão?

Todas as ciências não forneceram seu contingente às casas de alienados? É preciso condená-las por isso? As crenças religiosas não estão ali largamente representadas? Seria justo, por isso, proscrever a religião? Conhecem-se todos os loucos que o medo do diabo produziu? Todas as grandes preocupações intelectuais levam à exaltação, e podem reagir lastimavelmente sobre um cérebro fraco; teria fundamento ver-se no Espiritismo um perigo especial a esse respeito, se ele fosse a causa única, ou mesmo preponderante, dos casos de loucura. Faz-se grande barulho de dois ou três casos aos quais não se daria nenhuma atenção em outra circunstância; não se levam em conta, ainda, as causas predisponentes anteriores. Eu poderia citar outras nas quais as ideias espíritas, bem compreendidas, detiveram o desenvolvimento da loucura. Em resumo, o Espiritismo não oferece, sob esse aspecto, mais perigo que as mil e uma causas que a produzem diariamente; digo mais, que ele as oferece muito menos, naquilo que ele carrega em si mesmo seu corretivo, e que pode, pela direção que dá às ideias, pela calma que proporciona ao espírito daqueles que o compreende, neutralizar o efeito de causas estranhas. O desespero é uma dessas causas; ora, o Espiritismo, fazendo-nos encarar as coisas mais lamentáveis com sangue frio e resignação, nos dá a força de suportá-las com coragem e resignação, e atenua os funestos efeitos do desespero.

As crenças espíritas não são a consagração das ideias supersticiosas da Antiguidade e da Idade Média, e não podem recomendá-las?

As pessoas sem religião não taxam de superstição a maioria das crenças religiosas? Uma ideia não é supersticiosa senão porque ela é falsa; cessa de sê-lo se se torna uma verdade. Está provado que, no fundo da maioria das superstições, há uma verdade ampliada e desnaturada pela imaginação. Ora, tirar a essas ideias todo seu aparelho fantástico, e não deixar senão a realidade, é destruir a superstição: tal é o efeito da ciência espírita, que coloca a nu o que há de verdade ou de falso nas crenças populares. Por muito tempo, as aparições foram vistas como uma crença supersticiosa; hoje, que são um fato provado, e, mais que isso, perfeitamente explicado, elas entram no domínio dos fenômenos naturais. Seria inútil condená-las, não as impediria de se produzirem; mas aqueles que delas tomam conhecimento e as compreendem, não somente não se amedrontam, mas com elas ficam satisfeitos, e é a tal ponto que aqueles que não as têm desejam tê-las. Os fenômenos incompreendidos deixam o campo livre à imaginação, são a fonte de uma multidão de ideias acessórias, absurdas, que degeneram em superstição. Mostrai a realidade, explicai a causa, e a imaginação se detém no limite do possível; o maravilhoso, o absurdo e o impossível desaparecem, e com eles a superstição; tais são, entre outras, as práticas cabalísticas, a virtude dos sinais e das palavras mágicas, as fórmulas sacramentais, os amuletos, os dias nefastos, as horas diabólicas, e tantas outras coisas das quais o Espiritismo, bem compreendido, demonstra o ridículo.

Tais são, Príncipe, as respostas que acreditei dever fazer às perguntas que me haveis dado a honra em me endereçar, feliz se elas podem corroborar as idéias que Vossa Alteza já possui sobre essas matérias, e vos levar a aprofundar uma questão de tão alto interesse; mais feliz ainda se meu concurso ulterior puder ser para vós de alguma utilidade.

Com o mais profundo respeito, sou, de Vossa Alteza, o muito humilde e muito obediente servidor,

Allan Kardec

FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo

Aos Pais

Qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou se pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar
boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus
dará boas coisas aos que Lhe pedirem?" - Jesus (Mateus 7, vs. 7-12)

Queridos amigos, sejam bem-vindos ao nosso espaço de mensagens!
Paz, luz e muita harmonia, em todos os corações!

Em 1999, um filme italiano tirou da aclamada película brasileira "Central do Brasil" o Oscar de melhor filme estrangeiro.
O país sofreu com o fato, é claro, e o filme "La Vita é Bella", ou "A Vida é Bela", foi recebido de forma fria em nosso país, sem entusiasmo maior.
Mas a Providência Divina, sempre amorosa e sábia, reserva surpresas e lições mesmo para com as ocorrências que nos entristecem ou nos parecem injustas.
Foi assim que, procurando elementos para compor a mensagem de hoje, "Respostas de Deus", nos deparamos com este filme, cujo conteúdo foi surpresa bela e indescritível.
Comovidos, assistimos, entre toques de humor e poesia, apesar do enredo dramático, a história de Guido (Roberto Benigni), um jovem italiano-judeu, levado brutalmente para um campo de concentração com seu pequeno filho, quase ao final da segunda grande guerra. Nele, não obstante o clima sinistro, Guido, um pai extremoso, inteligente e dedicado, desdobra-se em usar a imaginação para fazer o pequenino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.
Dessa forma, mesmo com o sacrifício da própria vida, consegue poupar seu filho, que sai ileso do campo de concentração para os braços da mãe amorosa, sem traumas e sem sequelas, feliz por ter vencido o "jogo".
Então pensamos: se um pai humano, limitado e humilhado como este do filme, pode amar e fazer tanto por seu filho, quanto mais Deus poderá amar e fazer por nós?
Certamente que Ele também usará de todos os recursos possíveis para nos auxiliar nos momentos de aflição, e criará múltiplas situações renovadoras para a passagem pelo "vale de lágrimas", visando estimular e preservar a nossa esperança no amanhã!...
Como este pai, mas de forma sublime e perfeita, Deus fará tudo, apesar das provas às quais não podemos fugir, mesmo as mais graves, para nos mostrar que a vida é, e sempre será, infinitamente valiosa e bela!...(Lori MDSantos, Instituto André Luiz, mensagem aos pais, Agosto de 2002)

Eis algumas das respostas de Deus, nos fundamentos da vida,
através da Misericórdia Perfeita:

o bem ao mal;
o amor ao ódio;
luz às trevas;
equilíbrio à perturbação;
socorro à necessidade;
trabalho à inércia;
alegria à tristeza;
esquecimento às ofensas;
coragem ao desânimo;
fé à descrença;
paz à discórdia;
renovação ao desgaste;
esperança ao desalento;

recomeço ao fracasso;
consolo ao sofrimento;
justiça à crueldade;
reparação aos erros;
conhecimento à ignorância;
bênção à maldição;
amparo ao desvalimento;
verdade à ilusão;
silêncio aos agravos;
companhia à solidão;
remédio à enfermidade;
e sempre mais vida nos processos da morte.

Efetivamente, podemos afirmar que Deus está sempre ao nosso lado,
mas pelas respostas de Deus, no campo da vida, ser-nos-á possível medir sempre
as dimensões de nossa permanência pessoal ao lado de Deus.


Respostas da Vida, 40, F. C. X., IDEAL

Amei amiga a maravilhosa partilha. Como nós somos ingratos para com Deus. Pai perdoa-me pela minha ingratidão, mas te peço nunca desistas de mim

Mocidade e Velhice

"O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta,
será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro."
- André Luiz


Infância, juventude, madureza e velhice são simples fases da experiência material.
A vida é essência divina e a juventude é seiva eterna do espírito imperecível.
Mocidade da alma é condição de todas as criaturas que receberam com a existência o aprendizado sublime, em favor da iluminação de si mesmas e que acolheram no trabalho incessante do bem o melhor programa de engrandecimento e ascensão da personalidade.
A velhice, pois, como índice de senilidade improdutiva ou enfermiça, constitui, portanto, apenas um estado provisório da mente que desistiu de aprender e de progredir nos quadros de luta redentora e santificante que o mundo nos oferece.
Nesse sentido, há jovens no corpo físico que revelam avançadas características de senectude, pela ociosidade e rebeldia a que se confinam, e velhos na indumentária carnal que ressurgem sempre à maneira de moços invulneráveis, clareando as tarefas de todos pelo entusiasmo e bondade, valor e alegria com que sabem fortalecer os semelhantes na jornada para a frente.
Se a individualidade e o caráter não dependem da roupa com que o homem se apresenta na vida social, a varonilidade juvenil e o bom ânimo não se acham escravizados à roupagem transitória.
O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, será o velho de amanhã; e o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro.
Lembramo-nos, porém, de que a Vida é imortal, de que o Espiritismo é escola ascendente de progresso e sublimação, de que o Evangelho é luz eterna, em torno da qual nos cabe dever de estruturar as nossas asas de Sabedoria e de Amor e, num abraço compreensivo de verdadeira fraternidade, no círculo das esperanças, dificuldades e aspirações que nos identificam uns com os outros, continuemos trabalhando.

André Luiz
(Do livro "Correio Fraterno", Francisco Cândido Xavier)
Relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:

Casa Espiritual - Emmanuel

"Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual." - Pedro. (I PEDRO, 2:5.)

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.

Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.

O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.

Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal.

É também o restaurador da casa espiritual dos homens.

O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço.

O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo.

(Do livro "Vinha de Luz", Emmanuel, Francisco C. Xavier)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:
http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html

Pensando em Deus

Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.
Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizerem pais ou tutores.
As mães são sempre revelações angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam...

Esse perdeu a juventude, carregando as responsabilidades do lar; aquele se entregou a pesados sacrifícios, apagando a si mesmo, para que os filhos se titulassem com brilho na cultura terrestre; outros se escravizaram a filhinhos doentes; muitos foram banidos do refúgio doméstico, às vezes, pelos próprios descendentes, exilados que se acham em recantos de imaginário repouso, por trazerem a cabeça branca por fora, e, em muitas ocasiões alquebrada por dentro, sob a carga de lembranças difíceis que conservam em relação aos infortúnios que atravessaram para que a família sobrevivesse, e, ainda outros renunciaram à felicidade própria, a fim de se converterem nos guardais da alegria e da segurança de filhos alheios!...

Compadece-te de nossos irmãos, os homens, que não vacilaram em abraçar amargos compromissos, a benefício daqueles que lhes receberam os dons da vida.
Ainda mesmo aqueles que se transviaram ou enlouqueceram, sob a delinquência, na maioria dos casos, nos merecem respeitoso apreço pelas nobres intenções que os fizeram cair.

A vida comunitária, na Terra de hoje, instituiu datas de homenagens às profissões e pessoas.
Lembrando isso, reconhecemos, por nós, que o Dia das Mães é o Dia do Amor, mas reconhecemos também que o Dia dos Pais é o Dia de Deus.

(Do livro "Seara de Fé", Emmanuel (Espírito), Francisco Cândido Xavier)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras

Diante da Consciência

Ouve a consciência que te impele ao dever e não te perturbes.
Serve e caminha.
Não podemos construir os mínimos tópicos de alegria no próprio espírito, sem que nos rendamos com alegria ao trabalho que nos compete.
Somos material inteligente nas mãos sábias do Cristo. O Senhor, no entanto, não opera em nós através de constrangimento, porque o Reino de Deus deve realmente surgir nos recessos de nossas próprias almas.
Estuda os desafios que as circunstâncias te lançam em rosto.
É possível que todas as opiniões em derredor de ti se façam contrárias ,entretanto, conserva a paciência e espera por Deus, porque a opinião dos Mensageiros de Deus pode ser diferente.
Amar sem exigir compensação.
Colaborar para o bem nos lugares onde o mal se nos afigure solidamente instalado.
Aguardar sempre o melhor, ainda mesmo nas piores situações.
Todos somos obreiros do progresso.
Todos estamos endereçados à perfeição.

(Do livro "Caminho Iluminado", Francisco Cândido Xavier)

A vontade do Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas. 
Quem vem a ser, porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno Bem nos preceituam para a felicidade geral, conquanto o dever adquira especificações determinadas, na pauta das circunstâncias. 
Vejamos alguns dos nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a cumpri-lo:

na conduta - sinceridade; 
no sentimento - limpeza; 
na idéia - elevação; 
na atividade - serviço; 
no repouso - dignidade; 
na alegria - temperança; 
na dor - paciência; 
no lar - devotamento; 
na rua - gentileza; 
na profissão - diligência; 
no estudo - aplicação; 
no poder - liberalidade; 
na afeição - equilíbrio; 
na corrigenda - misericórdia; 
na ofensa - perdão; 
no direito - desprendimento; 
na obrigação - resgate; 
na posse - abnegação; 
na carência - conformidade; 
na tentação - resistência; 
na conversa - proveito; 
no ensino - demonstração; 
no conselho - exemplo.

Em qualquer parte ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atende ao anseio de paz e felicidade, conforme a paz e a felicidade que ofereçamos a cada um.

(De "Estude e Viva", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

Planeta Intermediário

Planeta Intermediário

Dentre as objeções apresentadas contra a reencarnação, freqüentemente é referida a questão populacional do Planeta, que aumenta geometricamente, parecendo dar margem a paradoxos, desde que serviam os mesmos, os espíritos, no contínuo fluxo do ir-e-vir.

Esquecem-se tais opositores que a Criação é infinita, e não estanque, prosseguindo o Poder Gerador a criar sempre e incessantemente. Outrossim, da mesma maneira que as migrações, no Orbe, fazem-se continuamente, transferindo-se pessoas de uma outra região do país, ou de um para outro continente, ocorre, com assiduidade, fenômeno equivalente com os habitantes espirituais de outros mundos, que emigram, objetivando ajudar o progresso do planeta no qual se hospedam, ou atendendo a impositivos da evolução, em mecanismos reparadores de culpas e erros.

O mesmo sucede aos terrícolas que, vez por outra, são encaminhados a outras moradas onde adquirem experiências e conhecimentos se se tratam de lares mais elevados, ou são conduzidos a esferas mais primitivas, nas quais se depuram e reequilibram.

As leis de Deus vigem em toda parte e são iguais para todos.

Como progresso é contínuo, os mundos que gravitam nos espaços siderais constituem escolas de variada finalidade, no concerto universal da Divina Sabedoria.

Esse mecanismo é igualmente usado na Terra, no que se refere à aprendizagem, em qualquer área da educação. Desde os degraus mais elementares até os cursos mais complexos, há uma escala ascendente que se estende por várias Escolas com finalidades específicas, que fazem parte do arquipélago universitário.

Aprendiz constante, o espírito submerge e emerge no processo corporal, vivenciando experiências que o capacitarão para a felicidade posterior.

Sendo a Terra um planeta de provações, os espíritos que nela habitam encontram-se em processo de evolução, capacitando-se para grandiosos passos, que se prolongarão por outras Esferas mais ditosas, quando aqui encerrado o ciclo, ou seguindo-a, ao se tornar educandário de regeneração, iniciando uma fase de amplas bênçãos. .

Outrossim, recebe o nosso planeta-mãe hóspedes espirituais de diversas classes, que aqui se reeducam, quando indisciplinados, ou nos trazem informações e conhecimentos hábeis para o seu mais rápido crescimento na escala dos mundos, se adiantados.

Quando a santa fraternidade reinar entre os homens, auxiliando-os a romper com as amarras do próprio primitivismo, ser-Ihes-á mais fácil excursionar por esses ninhos de bênçãos que gravitam nos espaços siderais, onde a dor, a morte e a enfermidade não existem, facultando que os visitantes conheçam as delícias do "reino do céus" e retomem, ansiosos por promoverem o seu lar e seus habitantes, a fim de que desfrutem das mesmas alegrias que os aguardam.

Por essa razão, afirmou Jesus com tranqüilidade:

"Na casa de meu Pai há muitas moradas".

FRANCO, Divaldo Pereira. Reflexões Espiritas. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. LEAL.

O Espirito e A Ciência

O Espírito e a Ciência

Em pouco mais de um século foram realizados diversos trabalhos férteis no que se refere às investigações dos fenômenos ligados ao espírito. Nesse período, eles foram amplamente enriquecidos com a dedicação de homens que se projetaram no campo científico através do valor de suas contribuições. Nomes como Camille Flammarion, Gabriel Dellane, Charles Richet, Albert de Rochas, Gustave Geley, Léon Denis, entre outros, emolduraram o despertar da doutrina consoladora visualizada na França luminosa pelo mestre Hippolite Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec. Também pelo mundo existiram grandes colaboradores. Na Inglaterra, tivemos a dedicação dos vários integrantes da Sociedade de Pesquisa Psíquica, com figuras ilustres do porte de Fredrich Myers, William Crookes, Oliver Lodge, William Barrett e Staiton Moses. Destacamos ainda o russo Alexander Aksakof e os italianos Ernesto Bozzano e Cesar Lombroso.
 
Com o progresso da tecnologia e os recursos de importantes universidades, espalhadas tanto no Ocidente como no Oriente, chegamos a uma incontestável lista de personagens de respeito que têm desenvolvido trabalhos significativos, somando evidências à tese do espírito. Para não nos alongarmos muito, a relação é formada por nomes como Hans Bender, Leonid Vasiliev, Hans Driesch, Pascual Jordan, Emile Tizané, William Roll, Gerard Croiset, Joseph Banks Rhine, Hermut Smith, Stanley Krippner, Ian Stevenson, Hemendra Nath Banerjee, Elizabeth Rauscher, Douglas Dean e George Meek, entre outros. Também podemos incluir nessa lista o brasileiro Hernani Guimarães Andrade. No entanto, apesar de um gigantesco acervo de evidências, o espírito ainda não conquistou a aceitação de sua existência dentro dos exigentes requisitos científicos.
 
Considerações da Ciência
 
Em quase todas as áreas do conhecimento, os homens que respondem pela ciência relutam, de algum modo, em ceder caminho para que o espírito entre em suas cogitações. Porém, embora consistentes, as estruturas pragmáticas e o cristalizado conservadorismo na resistência do dogmatismo científico estão para implodir. Por incrível que pareça, é a física, a mais rigorosa das ciências, que, em uma visão mais ampla, já passou a considerar o espírito como algo inseparável dos fenômenos da natureza.
 
No livro O Espírito, este desconhecido, Jean Charon, ganhador de um Prêmio Nobel de Física, aborda o assunto. "Os novos gnósticos de Princeton e Pasadena guardaram, da antiga filosofia, a ideia de que aquilo que chamamos de espírito é indissociável de todos os fenômenos que vemos no universo, sejam físicos ou psíquicos. Portanto, ao menos em princípio, devemos ser capazes de ter um conhecimento ‘científico’ do espírito, isto é, de fornecer uma descrição em termos científicos, com o risco de, se necessário, renovar a própria linguagem", afirma.
 
Dentro dessa atual visão da física, o codificador Allan Kardec já asseverava, em meados do século passado, no livro A Gênese, que a revelação espírita se caracterizava pela sua origem divina, sua iniciativa pertencente aos espíritos e sua elaboração resultante do trabalho do homem. "Portanto, é rigorosamente exato dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação, não o produto da imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que seus estudos se basearam no método experimental, mas se acreditava que esse método não poderia ser aplicado senão à matéria, ao passo que o é igualmente às coisas metafísicas", acrescentou.
 
No desenvolvimento deste estudo, procuraremos elucidar o modelo do espírito segundo a doutrina espírita, relacionando-o com alguns dos problemas humanos com base em enormes contribuições bem elaboradas. Preocupa-nos demonstrar que o homem não é, única e exclusivamente, esse ser biológico constituído de aparelhos e sistemas articulados por mecanismos e reações fisioquímicas. Defenderemos a tese do espírito, que, no nosso entendimento, é o que está faltando na parapsicologia para que novos desenvolvimentos e áreas de pesquisas sejam incorporados a ela, provocando a revisão de seus conceitos sobre a natureza do homem.
 
De O Livro dos Espíritos, resumiremos a concepção da origem, natureza e forma do espírito comunicada a Allan Kardec, por via mediúnica, pelos próprios espíritos que trouxeram ao mundo a doutrina espírita. Originado do princípio inteligente do universo, embora de natureza não palpável, o espírito é algo que existe como individualização desse princípio. É incorpóreo. Mesmo sendo de um outro tipo de matéria quintessenciada, não pode ser percebido por nossos sentidos físicos. Ele pode existir independentemente do corpo que anima e, em sua forma, seria comparado a uma chama, um clarão, uma centelha luminosa cuja cor pode variar do escuro ao brilho do rubi. Pode penetrar e atravessar a matéria, deslocando-se ao espaço tão rapidamente quanto o pensamento. Mesmo não se dividindo, irradia-se para diferentes lados, como o sol envia seus raios para muitos lugares distantes, parecendo estar neles simultaneamente.
 
Nesse modelo, pelo fato do espírito ter se originado do princípio inteligente do universo e existir como uma emanação dele, fica implícita a existência dessa fonte geradora inteligente, causa primeira que o concebeu. Essa busca natural pela fonte de nossa origem também levou o físico Carlo Rubbia a considerá-la quando se referiu às suas descobertas sobre as subpartículas atômicas no projeto CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). "As descobertas que estão sendo feitas na ciência põem em evidência o fato de que a natureza é o resultado de uma concepção única, enorme e magnífica. (...) O certo é que, quando descobrimos que todas as forças são controladas por um mesmo princípio, quando vemos que há uma ordem absolutamente infinita em tudo o que se passa na natureza, o passo é muito curto para imaginar que houve uma ‘inteligência’ que fez tudo isso", comentou o físico em 1983.
 
Quando o mestre Kardec pergunta sobre o que é Deus na primeira questão de O Livro dos Espíritos, recebeu como resposta que Ele "é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas". Depreendemos daí uma considerável aproximação com as idéias dos físicos modernos.Entendemos que o espírito, em sua origem como princípio inteligente do universo concebido pelo Criador e fruto de sua obra, poderia guardar em seu arcabouço, sob forma embrionária, as potencialidades que seriam progressivamente desenvolvidas no transcorrer dos tempos.
 
Dos laboratórios da natureza cósmica, da formação das galáxias ao aparecimento das constelações atômicas sobre a crosta terrestre, passando da evolução química para a biológica e atingindo o reino hominal, o espírito percorreu milênios e milênios, polarizando os princípios sutis da matéria em seus estados difusos, animando-a em um enriquecimento contínuo de valores e dela registrando as experiências que propriamente lhe estruturaram a individualidade.Mesmo o espírito podendo existir independentemente do corpo que anima e que lhe serve de instrumento, postula-se que interage com ele em nível molecular, exercendo mútuas e importantes trocas de experiências, impulsionadas por diretrizes programadas em um sentido crescente, evolutivo e ascensional.
 
A exemplo de uma semente que encerra, em sua pequenez física, o modelo de árvore condensado em domínios informacionais de natureza etérea, o espírito reúne, em seus campos intrínsecos de ação, mecanismos de forças desconhecidas, agrupadas de forma inteligente e capazes de presidir a formação dos incontáveis contingentes celulares, organizando-os e agrupando-os para o exercício das diversificadas funções, em um conjunto harmônico, complexo e de perfeita interação.
 
Caso o leitor amigo deseje se aprofundar nos estudos que evidenciam a natureza espiritual na dinâmica evolutiva dos reinos da natureza, sugiro que recorra às obras de Hernani Guimarães Andrade, como Morte, Renascimento e Evolução, Espírito, Perispírito e Alma e Psi Quântico – uma extensão dos conceitos quânticos e atômicos à ideia do espírito.
 
O Espírito
 
Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec explica que a natureza íntima do espírito propriamente dito é inteiramente desconhecida para nós. "Ele se revela a nós por seus atos e estes só podem tocar nossos sentidos por um intermediário material".
 
Visualizando o espírito como uma forma luminosa não percebida por nossa visão orgânica, encontramos semelhantes referências nos conceitos do físico Isaac Newton, como bem elucida Jean Charon no primeiro capítulo de O Espírito, este desconhecido. "Observemos um instante os conceitos de Newton, cujos escritos, caso sejam analisados sem se buscar ‘ver somente o que queremos’, são a comprovação de que o pai da teoria da gravidade sempre defendeu conceitos de essência espiritualista, bem longe das idéias puramente mecanicistas e positivistas que quiseram lhe atribuir.
 
Uma aproximação surpreendente é a que Newton faz entre espírito e luz. Escreve ele em sua ótica que ‘não seria possível que os corpos e a luz se transformem uns nos outros? E não seria possível que os corpos recebam a maior parte de seus princípios ativos das partículas de luz que entram em sua composição?’", afirma o Prêmio Nobel de Física.
 
Ainda em sua obra, Charon prossegue afirmando que Newton distinguia dois tipos de luz: uma fenomênica, que seria a que se entende pelo sentido comum do termo (a que vemos), e uma numênica, que seria uma luz virtual intervindo mais particularmente nos mecanismos do ser vivo e que portaria aquilo que chamamos de espírito. "Assim, durante toda a sua vida, Newton considerou o espírito como de natureza diretamente acessível à experiência e, portanto, do domínio das investigações da física", diz.Charon enfatiza que Deus está sempre presente na obra de Newton, para quem Ele intervinha na natureza por intermédio do espírito. "Essa natureza age sempre sem trégua, até o último termo, e depois cessa, pois, desde o começo, era para ele coisa certa que ela poderia se aperfeiçoar em seu curso e que chegaria, enfim, a um repouso sólido e total, ao qual ela tendia, com todo o seu poder, para este efeito", teria escrito Newton segundo Charon, esclarecendo a convicção do pai da lei da gravidade em um sentido definido da evolução do universo.
 
No segundo capítulo de O Espírito, este desconhecido, Jean Charon fala sobre seu trabalho. "Em resumo, meu trabalho sobre as partículas elementares em física me mostrou que algumas dessas partículas encerram um espaço e um tempo do espírito, coexistindo com o espaço e o tempo no qual toda a física, desde Aristóteles, tem se esforçado para descrever a matéria e sua evolução", explica.
 
Essa conclusão vem de encontro ao que responderam os espíritos nas questões 91 e 141 de O Livro dos Espíritos, considerando-se o fato de que a matéria não oferece obstáculo para os espíritos, podendo ser penetrada por eles. Além disso, a alma se irradia e se manifesta externamente ao corpo, não se encontrando nele encerrada, o que vale relacionar em seu próprio espaço e tempo, que, por sua vez, pode ser entendido como a coexistência com o espaço e o tempo das partículas atômicas que constituem este nosso corpo físico. É bastante salutar também apresentarmos as considerações a seguir, feitas pelo codificador em O Livro dos Médiuns, que consideramos bastante úteis ao nosso estudo: "O espírito, no entanto, está sempre revestido por um invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida que ele purifica e se eleva na hierarquia. (...) O perispírito, portanto, é parte integrante do espírito".
 
No final de seu livro Morte, Renascimento e Evolução, Hernani Guimarães Andrade faz uma colocação com a qual compartilho. Diz ele que "você é uma partícula da grande consciência cósmica, que iniciou seus primeiros passos na senda da vida no primitivo e tépido seio das águas do Arqueozóico, talvez sob a forma de uma núcleo-proteína, de um vírus ou de um simples co-acervado". Mais adiante, ele afirma que não há morte. "O nascer e o morrer são os pontos de inflexão da gigantesca senóide biológica que se desenvolve em alternâncias, às quais chamamos ora de vida, ora de morte. Viver e morrer são dois aspectos de um mesmo fenômeno: a vida", explica.
 
Essência Divina
 
Sendo assim, entendemos que trouxemos em nós mesmos, de forma latente e dinâmica, todas as potencialidades a serem desenvolvidas e, em um futuro à nossa frente, alcançaremos a condição luminosa através de nosso próprio esforço. De acordo com o que disse Emmanuel no livro Roteiro, isso acontecerá na medida em que, "durante séculos e séculos nos demorarmos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando nossa indumentária e a embelezando, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino".
 
 
Publicado na Revista Cristã de Espiritismo – edição 30

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