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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa II: Princípios Básicos da Doutrina Espírita
Ano 1 - N° 28 - 26 de Outubro de 2007
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)
Mundos transitórios
Apresentamos nesta edição o tema no 28 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.
Questões para debate
1. Que são mundos transitórios e a que se destinam?
2. A crosta da Terra é rodeada de regiões ou esferas espirituais?
3. Regiões espirituais e mundos transitórios são expressões equivalentes?
4. Emmanuel atribui à palavra “moradas” mencionada no Evangelho três conceitos diferentes. Quais são eles?
5. Quantas e quais são as regiões espirituais circunvizinhas à Crosta terrena?
Texto para leitura
Finalidade dos mundos transitórios
1. Mundos transitórios são mundos destinados particularmente aos seres errantes, mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de campos onde descansam de uma longa erraticidade, estado esse sempre um tanto penoso. São, entre os outros mundos, posições intermediárias graduadas de acordo com a natureza dos Espíritos que a elas podem ter acesso e onde gozam de maior ou menor bem-estar.
2. Os mundos transitórios não se prestam à encarnação de seres corpóreos, porque estéril é neles a superfície e os que os habitam de nada precisam. Essa esterilidade é, contudo, transitória. A Terra, por exemplo, já foi um mundo transitório “durante a sua formação”. Hoje é um planeta de expiação e provas, prestando-se, portanto, à encarnação e reencarnação de Espíritos necessitados de passar pelas vicissitudes que o planeta oferece.
Regiões ou esferas espirituais
3. Vizinhas à Crosta da Terra, no plano extrafísico, existem regiões ou esferas espirituais de diferentes graus evolutivos, caracterizando-se desde simples postos a verdadeiras cidades espirituais. Essas regiões se dividem gradativamente em lugares de sofrimento e ignorância até aqueles onde o Espírito, em estado de maior entendimento, é feliz. Considerando a penitência em sua feição expiatória, existem numerosos lugares de provações na esfera para nós invisível, destinados à regeneração e preparo de entidades perversas ou renitentes no crime, a fim de conhecerem as primeiras manifestações do remorso e do arrependimento, etapas iniciais da obra de redenção. Estas fazem parte das chamadas zonas inferiores.
4. A série "Nosso Lar" nos esclarece a respeito dessas diversas regiões espirituais. Na obra “Libertação”, cap. 4 , há referência a uma cidade situada “no vasto domínio das trevas", limítrofe com a Terra, assim descrita por André Luiz: ''A claridade solar jazia diferenciada. Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão. A volitação fácil se fizera impossível. A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a idéia de braços erguidos em súplicas dolorosas. Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que pode ser situada entre os Corvídeos, crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas. O que mais contristava, porém, não era o quadro desolador, mais ou menos semelhante a outros de meu conhecimento, e, sim, os apelos cortantes que provinham dos charcos. Gemidos tipicamente humanos eram pronunciados em todos os tons”.
5. No livro "Voltei", de Irmão Jacob, o autor nos fala de uma colônia espiritual situada em esferas mais elevadas: "A estrada que percorríamos marginava-se de flores, algumas delas como que talhadas em radiosa substância, o que convertia a paisagem numa cópia do firmamento. Árvores próximas pareciam cobertas de estrelas. A que país, afinal, fora eu arrebatado pela morte? Teria subido a Terra ao Céu ou teria o Céu baixado para a Terra? Vi desdobrar-se ante meus olhos enlevados a paisagem florida e brilhante de um burgo feliz. Atravessávamos extensas e formosas avenidas marginadas por vegetação caprichosa e linda, quando tive o contentamento de ver alguns pássaros marcados por peregrina beleza. Cantavam estáticos, glorificando a Divindade”.
Kardec e os mundos transitórios
6. Seriam os mundos transitórios, de que os Espíritos Superiores falaram a Kardec, essas mesmas colônias ou regiões espirituais que André Luiz descreve? Evidente que tais locais são destinados aos Espíritos desencarnados, ainda necessitados de reencarnações (portanto, Espíritos errantes), e intimamente ligados ao nosso planeta pelas ações cometidas no pretérito. O fato de os Espíritos que fizeram “O Livro dos Espíritos" terem afirmado que a Terra foi um mundo transitório na sua formação planetária levou Kardec a dizer: "Assim, durante a dilatada sucessão dos séculos que passaram antes do aparecimento do homem na Terra durante os lentos períodos de transição que as camadas geológicas atestam, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos, naquela massa informe, naquele árido caos, onde os elementos se achavam em confusão, não havia ausência de vida. Seres isentos das nossas necessidades, das nossas sensações físicas, lá encontravam refúgio. Quis Deus que, mesmo assim, ainda imperfeita, a Terra servisse para alguma coisa. Quem ousaria afirmar que, entre os milhares de mundo que giram na imensidade, um só, um dos menores, perdido no seio da multidão infinita deles, goza do privilégio exclusivo de ser povoado? Qual então a utilidade dos demais? Tê-los-ia Deus feito unicamente para nos recrearem a vista? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que esplende em todas as suas obras e inadmissível desde que ponderemos na existência de todos os que não podemos perceber”.
7. Segundo Emmanuel, podemos conceituar de três maneiras, para efeito de estudo, a palavra “moradas” mencionada no Evangelho de Jesus:
a) Os mundos que formam o Universo, onde outras humanidades realizam a marcha evolutiva.
b) As diversas zonas espirituais superiores ou inferiores, além das fronteiras físicas, onde a vida palpita com a mesma intensidade das metrópoles humanas.
c) Os vários departamentos da mente, onde se demoram pensamentos e reações, dramas e tragédias, anseios e realidades do Espírito.
8. Ninguém poderá imaginar quantos mundos habitados realmente existem, mas nenhum espírita põe em dúvida que inúmeras humanidades vivem nesses mundos, felizes, uns, infelizes, outros. Os departamentos da mente são outras tantas “moradas individuais”, como repositório das realizações mais ou menos felizes das inteligências encarnadas ou desencarnadas.
Comunidades redimidas
9. No que toca às diversas regiões espirituais, sabemos que comunidades redimidas habitam zonas mais elevadas da espiritualidade, às quais obreiros dedicados são periodicamente conduzidos em processo estimulante do esforço pessoal. Em faixas vibratórias mais ligadas à Terra, estacionam, temporariamente, almas ainda vinculadas às sensações e problemas da vida física, uma vez que o peso específico de suas organizações perispirituais apresenta certa densidade que não lhes permite as grandes ascensões.
10. Esses mundos, como o nome indica, não teriam a superfície física eternamente estéril. Como tudo no Universo evolui, eles e os Espíritos são submetidos à lei do progresso. Os Espíritos que se encontram nesses mundos podem deixá-los, a fim de irem para onde devam ir. Figuremo-los como bandos de aves que pousam numa ilha, para aí aguardarem que se lhes refaçam as forças, a fim de seguirem seu destino.
11. Concluindo, diremos que os mundos transitórios possivelmente fazem parte dos corpos celestes, espalhados pelo Universo, podendo ser um planeta, um satélite ou algo similar. Já regiões espirituais, também denominadas zonas, colônias ou esferas, correspondem às coletividades desencarnadas existentes nos planos dos Espíritos e vinculadas a esse ou àquele planeta. O campo magnético da Terra seria, por exemplo, dividido em sete esferas: 1 – o Umbral “grosso”; 2 – o Umbral médio; 3 – o Umbral superior, onde se localiza “Nosso Lar”; 4 – região da arte, da cultura e da ciência; 5 - região do amor fraterno universal; 6 – diretrizes do planeta; 7 – abóbada estelar (veja Cidade no Além, cap. IV).
Respostas às questões propostas
1. Que são mundos transitórios e a que se destinam? R.: Mundos transitórios são mundos destinados particularmente aos seres errantes, mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de campos onde descansam de uma longa erraticidade, estado esse sempre um tanto penoso.
2. A crosta da Terra é rodeada de regiões ou esferas espirituais? R.: Sim. Vizinhas à crosta terrestre, no plano extrafísico, existem regiões ou esferas espirituais de diferentes graus evolutivos, caracterizando-se desde simples postos a verdadeiras cidades espirituais. Essas regiões se dividem gradativamente em lugares de sofrimento e ignorância até aqueles onde o Espírito, em estado de maior entendimento, é feliz.
3. Regiões espirituais e mundos transitórios são expressões equivalentes? R.: Não. Os mundos transitórios fazem parte dos corpos celestes, espalhados pelo Universo, podendo ser um planeta, um satélite ou algo similar. Já as regiões espirituais, também denominadas zonas, colônias ou esferas, correspondem às coletividades desencarnadas existentes nos planos dos Espíritos e vinculadas a esse ou àquele planeta.
4. Emmanuel atribui à palavra “moradas” mencionada no Evangelho três conceitos diferentes. Quais são eles? R.: 1.º - Os mundos que formam o Universo, onde outras humanidades realizam a marcha evolutiva. 2.º - As diversas zonas espirituais superiores ou inferiores, além das fronteiras físicas, onde a vida palpita com a mesma intensidade das metrópoles humanas. 3.º - Os vários departamentos da mente, onde se demoram pensamentos e reações, dramas e tragédias, anseios e realidades do Espírito.
5. Quantas e quais são as regiões espirituais circunvizinhas à Crosta terrena? R.: De acordo com o livro Cidade no Além, cap. IV, de Heigorina Cunha, o campo magnético da Terra seria dividido em sete esferas: 1 – o Umbral “grosso”; 2 – o Umbral médio; 3 – o Umbral superior, onde se localiza “Nosso Lar”; 4 – região da arte, da cultura e da ciência; 5 - região do amor fraterno universal; 6 – diretrizes do planeta; 7 – abóbada estelar.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 234 a 236.
Libertação, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, págs. 52 e 53.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, pergunta 244.
Voltei, de Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier, págs. 82, 83, 102 e 103.
No Mundo Maior, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pág. 15.
O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, págs. 23 a 27.
Cidade no Além, de Heigorina Cunha, págs.68, 69 e 80.
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