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Vocabulário

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa.

O Português, quer em morfologia, quer em sintaxe, representa uma transformação orgânica do latim sem intervenção de qualquer língua estrangeira. Os sons, formas gramaticais e tipos sintácticos, com pequenas excepções, são derivados do latim; cerca de 90% do vocabulário ainda deriva da língua de Roma. Algumas mudanças tomaram corpo durante o Império Romano, outras tiveram lugar mais tarde. Na Idade Média Alta, o Português estava a erodir tanto como o francês, mas uma política conservadora reaproximou a língua ao latim.

Ortografia

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards) reconhecidas internacionalmente:

· Português europeu e africano (português europeu)

· Português do Brasil (português brasileiro)

Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos países da América do Sul, devido à grande importância econômica do Brasil no Mercosul.

As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França e de Québec. Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades pontuais.

Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que seja mais correto em relação ao outro.

É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.

Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do que a fala de um português. O exemplo mais forte disto é o vocalismo átono usado no Brasil, que corresponde ao do português da época dos descobrimentos. Este fato destrói todo um discurso muito comum no Brasil que procura minorar a herança portuguesa, valorizando apenas as influências africanas e italianas, assim como um discurso muito comum em Portugal que tenta fazer dos portugueses falantes com mais direitos e autoridade do que os brasileiros. Assim, a linguística não só retira qualquer autoridade de qualquer variante em relação às outras, como mostra que a distância entre as variantes e entre os seus falantes não é tão grande como muitos pensam.

Durante muitos anos os dois países estiveram de costas voltadas, legislando sobre a língua sem darem atenção um ao outro, nem aos restantes países lusófonos. O que mais afasta as duas variantes não é o seu léxico ou pronúncia distintos (considerados naturais até num mesmo país), mas antes o facto, pouco comum nas línguas, de seguirem duas ortografias diferentes. Por exemplo, o Brasil eliminou o "c" das sequências interiores cc/cç/ct, e o "p" das sequências pc/pç/pt sempre que não são pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino da língua que persistiu no português europeu.

Também ocorrem diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como acadêmico, anônimo e bidê usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países lusófonos estas vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma ortográfica única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, com a adesão da delegação de observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O Segundo Protocolo vem permitir que o Acordo possa vigorar com a ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da CPLP adotem o mesmo procedimento, e contempla também a adesão de Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação necessária, tecnicamente o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.

Depois de muita discussão, no dia 16 de maio de 2008, o parlamento português ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, estabelecendo um prazo de até seis anos para que a reforma ortográfica seja totalmente implantada. No entanto, não existe nenhuma data oficial para a vigência do tratado no país, pelo que se rege segundo a norma oficial de 1945.

No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008, porém até 2012 as duas ortografias estarão vigentes.

Curiosidades

· A maior palavra do português é "Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico", com 46 letras, que denota o estado de quem é vítima de uma enfermidade causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.

· A língua portuguesa é o único idioma românico em que existe mesóclise. [Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, …) - Convidar-me-ão para a festa./ - Convidar-me-iam para a festa.]

· A palavra "saudade" foi por muito tempo considerada de existência única no português, em relação ao seu significado; esta ideia acabou sendo mitificada, devido a não existir uma palavra imediatamente equivalente nas línguas estrangeiras mais conhecidas. No polaco (polonês), por exemplo, existe a palavra tęsknota, com a mesma definição. No romeno existe a palavra dor, que tem o mesmo significado que saudade. Em catalão existe a palavra enyorança, substantivo abstrato de significado idêntico. Com relação ao inglês, embora não haja um substantivo totalmente equivalnte a saudade, usa-se o verbo to miss, por exemplo na frase I miss you, como: "Sinto sua falta", relacionando a sensação de falta à saudade, além de expressões como longing e homesick. O francês e o italiano usam cognatos de mancar para designar a saudade. O termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutre nostalgia. A gênese do vocábulo está diretamente ligada à tradição marítima lusitana.

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa

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