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Eu venho lá de longe
Passando pelas mesmas estradas
Que todos passam
Não sou nenhum demónio, pecadora
Ou um monge
Só sigo pisando no chão dos ancestrais
Porque não existe outro caminho

Por vezes carrego nas costas
Bagagens que não são minhas
São velhas histórias contadas pelo pai
Que escondidas nas paredes das cidades
Esvaem-se pelas linhas do tempo
E as mesmas escapam-se pelo ar,
Seguem atravessando os mares
Empurradas pelo vento no sopro da vida

Eu da terra não levo nada
Que não seja tudo o que já senti
Numa breve lembrança remota
De alguma coisa que um dia já sonhei
Ou vivi.

poema do livro PELOS CAMINHOS DO VENTO

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Comentário de Patrizia Gardona em 19 agosto 2018 às 13:14

Maravilhosa, amei, Hilda!

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