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Eu já perdi pessoas queridas. À medida que a gente envelhece, vamos "colecionando" os nossos mortos. Um parente, um amigo, um ente-querido. Perder alguém é dilacerante. Às vezes penso que a própria morte não é o lado mais doído e triste da vida, mas sim, a perda daqueles que amamos. Ao vê-los inertes num caixão, a gente se pergunta com honestidade: Haverá um outro abraço? Poderei um dia rever sua face? E sua voz, voltará a me contar suas histórias? Terei de novo o prazer de ouvir seus risos? De fato, a morte é um grande mistério. Haverá vida depois desta que vivemos? Iremos nos reencontrar e nos reconhecer quando também falecermos? O poeta Fernando Pessoa dizia que morrer é encantar-se. E que a gente só deixa de ser visto, como um carro numa curva, pois a vida continua do lado de lá. Nessas horas de angústia e de desamparo, restam-nos duas coisas: A fé e a esperança. E elas são um alento. Crer na vida depois da morte ameniza o nosso desespero e nos dá forças para continuar. Sim. De algum jeito, é preciso continuar. E a gente continua. A vida continua. Nada nem ninguém pára para reparar a nossa dor e o nosso lamento. Com o tempo, os abraços se afrouxam e as visitas cessam. O sol se põe, a lua se levanta e as estrelas se acendem. E 24 horas depois, o ciclo se renova. Vem a primavera, chega o verão, e o outono e o inverno não se atrasam. E quando a gente se dá conta já se passaram décadas desde que a pessoa amada se foi de vez. Até que um dia, desavisados ou prevenidos, seremos convidados a partir. A fazer a grande viagem de volta. E sabe o que é pior? Nesse dia, não poderei transferir a outrem o meu bilhete. Ele é pessoal e intransferível. Quando eu medito na dureza e na inexauribilidade da morte, consola-me saber o que só a convicção da fé é capaz de me garantir: "O Senhor teu Deus enxugará as lágrimas dos seus olhos, não haverá nem morte, nem choro, nem luto, nem grito, nem dor, porque essas coisas terão passado." (Ap 21.4). Por crer em um Deus vivo e que é amigo da vida é que eu sigo anunciando uma outra vida possível: Eterna, Justa, Santa e Feliz. E que ela não se inicia no além-morte, mas no hoje de nossa existência. É preciso viver aqui o que se almeja eternamente. O céu começa já!
Pe. Claudemar Silva
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Beijinhos Martinha
Já passei por esses momentos varias vezes na vida com a morte de meus pais e irmãos, e
sei perfeitamente como é dilacerante esta dor e todas as incertezas que temos.
Mas é a Fé que nos dá força, a esperança de um dia haver um reencontro...
Um texto muito verdadeiro, embora triste, que nos leva a uma boa reflexão... beijinhos amiga
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