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A colheita de trigo fora farta. Muitos grãos de trigos foram deixados para trás, fazendo o banquete dos pássaros. Mas um deles fora apanhado por uma minúscula formiga, que punha a língua para fora, buscando forças para levar tamanha preciosidade até seu formigueiro. Mas quanto mais andava mais pesada ficava sua valiosa carga. Já arfando de cansaço, ao ver que teria de subir um pequeno morro, a danadinha tratou logo de descansar, pois suas forças estavam exauridas. O grão de trigo viu no descanso do inseto uma ótima oportunidade para entabular conversa, na tentativa de livrar-se de seu triste fim. Pediu-lhe que o deixasse ali, num cantinho escavado, e o cobrisse com terra. Ela ponderou que seu formigueiro necessitava de sustento. Disse-lhe que cada um dos membros de sua sociedade tinha que contribuir com uma cota diária de alimentos. Sentia muito, mas não poderia abrir mão dele. Ainda cheio de esperanças, o grão de trigo contrapôs que ele não nascera apenas para servir de alimento, pois, como semente, trazia a vida dentro de si, ainda que em latência. Mas, se plantado, daria origem a uma planta da sua mesma espécie, que pariria inúmeras espigas de trigo. Propôs à formiga um trato: se ela o deixasse, conforme lhe pedira, no ano seguinte dar-lhe-ia cem grãos de trigo, exatamente iguais a ele. A formiguinha pediu alguns minutos e perdeu-se em inúmeras contas, chegando à conclusão de que um grão de trigo em troca de cem era um lucro inacreditável. Perguntou ao sábio grão como ele operaria tal milagre. Esse lhe respondeu que se tratava de um mistério da Mãe Natureza. Satisfeita, ela acabou aceitando a transação, e partiu sem nada levar. Eis que chegou o tempo prometido. A formiga rumou confiante para o lugar onde plantara o diminuto grão. Encontrou, maravilhada, um vigoroso pé de trigo carregado de sementes. Ele se inclinou o mais que pode para que a formiguinha retirasse de suas espigas não 100 grãos, mas o dobro disso, em razão de sua paciência e bondade.
Autor: Leonardo Da Vinci
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