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Assim como a maioria das pessoas, eu também já fui preconceituosa. Acreditava que “esse negócio de Yoga” era pra gente alternativa, “esse pessoal mais hippie”, que gosta de usar roupa indiana (podem rir). Mas olha: era puro engano! Como quase sempre acontece, a experiência e a maturidade me mostraram que eu estava equivocada. Que todos os pré-conceitos criados contra algo que eu sequer conhecia não passavam de conclusões precipitadas, fundamentadas em conhecimento quase nulo acerca do tema.
Depois que passei a praticar, ler, estudar, conhecer mais acerca dessa filosofia milenar,
e, especialmente, depois que passei a sentir os benefícios em meu corpo, em minha mente e em meu espírito, mudei (rapidamente) de opinião.
Yoga significa união, conexão, e o principal objetivo da prática é fazer que nos reconectemos com nossa essência, por meio da respiração, da meditação e das posturas, fazer que deixemos de lado nossa identificação com o ego e percebamos que nossa verdadeira essência transcende todos os conceitos nos quais a sociedade tenta nos encaixar.
Há diversas escolas, modalidades e ramificações dentro do Yoga. Neste artigo, abordarei o tema de forma genérica, para que você, leitor, possa se familiarizar com esse assunto que desperta, ao mesmo tempo, curiosidade, medo e preconceito. Aqui, com base nas 8 ramas do Raja Yoga de Patanjali, pretendo desmistificar um pouco a questão e trazer luz a algumas dúvidas muito comuns entre os leigos.
Compartilho, então, com você, algumas ideias que talvez o façam repensar e, quem sabe, até o levem a experimentar o Yoga (espero, de coração que você se dê a chance de provar).
1. Você não precisa ser flexível para praticar Yoga
Com o tempo e com a prática, os músculos vão se soltando e você se torna mais flexível. É como dançar balé. Acontece que cada corpo tem uma estrutura óssea e muscular própria. Algumas pessoas convivem com contraturas musculares por anos ou décadas e, por isso, nunca podem exigir que seu corpo responda da mesma forma que um corpo que nunca sofreu com isso.
A única parte do corpo que necessariamente deve ser muito flexível na prática do Yoga é a mente. Exercitar a flexibilidade da mente ajuda muito mais do que forçar a abertura das pernas em um Split. Ter uma mente flexível implica também reconhecer que cada um tem suas próprias limitações. Conhecer e aceitar seu corpo são os primeiros passos para uma excelente prática.
2. Você não vai levitar, mas vai se sentir muito relaxado ao final
Muitos acreditam que praticar Yoga leva a algum estado zen ou sobrenatural que somente os espíritos supostamente evoluídos poderiam alcançar. Mero engano. Todos nós podemos sentir plenitude, paz e verdadeira sensação de relaxamento do corpo e da mente depois de uma prática de yoga. Para isso, tudo o que devemos fazer é concentrar nossa atenção em nossa respiração e usar os movimentos de nosso corpo como uma forma de meditar, de tirar a atenção de nossa mente inquieta e nos concentrarmos apenas no momento presente.
3. Você não precisa ser vegano, vegetariano (ou simpatizante)
O mito de que todo Yogui é magérrimo e somente consome frutas e vegetais é questionável. De fato, uma das recomendações, dentro da primeira rama de Patanjali (Yamas), é a não-violência. Muitos interpretam esse preceito como a abstenção de qualquer ato que gere sofrimento a outro ser vivente. Assim, não se recomendaria a ingestão de animais por nós, seres humanos, uma vez que todos eles sofreriam ao serem mortos para o nosso consumo.
A despeito desse fato, para praticar Yoga e seguir o caminho da união, você não necessariamente precisa seguir algo imposto externamente. Com o tempo e com o aprofundamento de sua prática, seu corpo e seu coração dirão que tipos de alimento o fazem se sentir em paz, com energia e disposição. Todas as respostas vêm de dentro.
4. Você não precisa entoar mantras durante a prática. Mantras são opcionais
No sentido literal, mantra significa “proteção contra os barulhos da mente”. As combinações específicas de letras e palavras, quando pronunciadas, geram vibrações no corpo, com efeitos diretos sobre a mente. Há abundantes estudos científicos que comprovam o poder da ressonância dos mantras, da mesma forma como há muito já se provou que a música traz incontáveis benefícios à saúde física e mental. A lógica é exatamente a mesma. Trata-se de regras da física e dos resultados provocados pelas frequências das ondas sonoras.
Se, mesmo sabendo dos benefícios dos mantras para acalmar sua mente, você preferir não entoá-los (ou, cantá-los), você é totalmente livre para seguir o seu coração. Nenhum bom professor de Yoga o obrigará a fazer algo contrário à sua vontade. Afinal de contas, o principal objetivo da prática do Yoga é trazer paz e silêncio mental, e ninguém tem o direito de interferir nas escolhas de outrem.
5. Não existe um corpo perfeito
Quando nos deparamos com folders ou anúncios de escolas de Yoga, normalmente vemos pessoas com corpos esculturais fazendo posturas quase circenses. Não se engane: isso não é Yoga. A prática milenar sobre a qual falamos aqui foi pensada como algo universal, para todas as pessoas, independentemente de tipo físico, idade ou condição motora. Em outras palavras: todos (altos, baixos, gordos, magros, jovens, idosos) podem praticar Yoga. E mais: não se sinta “envergonhado” se seu tipo físico não se encaixa no padrão ditado como “ideal” pela sociedade. Uma das coisas que você aprenderá com o aprofundamento da sua prática de Yoga é a não se identificar com seu próprio corpo. Você perceberá e sentirá que sua essência vai muito além do que aquilo que você vê no espelho.
6. Não necessariamente é super caro. Há muitas opções (inclusive gratuitas)
Há um mito de que praticar Yoga custa caro e que somente pessoas com elevado poder aquisitivo poderiam custeá-la. Ledo engano. Atualmente, com a expansão do número de praticantes, há inúmeras escolas e diversas opções, desde aulas particulares, a aulas coletivas em parques e espaços públicos. Existe ainda a opção gratuita (sim, Yoga de graça!). O Youtube está cheio de vídeos de excelente qualidade, com todas as modalidades, para todos os níveis, todos os gostos e em todos os idiomas. Uma das maiores vantagens da prática do Yoga é que você só precisa, basicamente, de um tapete, de seu corpo e da sua disposição. Há algo mais precioso do que isso?
7. Você não precisa fazer parada de mãos e colocar a perna atrás do pescoço
Yoga, apesar dos mitos, não é uma prática circense. As posturas (Asanas) são apenas uma das oito ramas do Yoga, e, ainda assim, cada corpo tem uma constituição diferente, que deve ser respeitada. Portanto, se, neste momento, seu corpo, por alguma razão, não te permite realizar movimentos considerados “avançados”, não se preocupe, pois o mais importante nas posturas é que você sinta os músculos se alongarem e se fortalecerem, que você perceba os avanços progressivos se manifestando no seu templo, que é único e deve ser amado e respeitado.
8. Ser avançado em Yoga não se demonstra com posturas difíceis, mas com respiração adequada
O maior avanço da prática se dá quando você consegue levar toda a sua atenção à sua respiração. Quando a mente se acalma, se tranquiliza e quando os pensamentos já não o atormentam durante os movimentos do corpo. Praticar as posturas e, ao mesmo tempo, respirar profundamente pelo nariz (pranayama), trazendo energia vital ao corpo e à mente deve ser o centro de sua prática. Quando você sentir que sua respiração é mais forte do que os seus pensamentos, você pode se considerar avançado.
9. Usar acessórios é mais benéfico do que não usá-los
Um dos grandes mestres do Hatha Yoga, B.K.S Iyengar, quem desenvolveu uma modalidade que leva seu sobrenome, defendeu, com veemência, o uso de cordas, blocos e outros objetos para ajudar na correta execução das posturas. Mesmo que muitos considerem ser avançado praticar sem o uso de acessórios, o que se sente, na prática, é que, quanto melhor usarmos os objetos que tivermos à nossa disposição para nos ajudar a realizar as posturas corretamente, mais benefícios sentiremos. Assim, não se sinta envergonhado ou diminuído em apoiar sua mão em um bloco de madeira, puxar a sua perna com a ajuda de uma corda, ou sentar-se sobre uma almofada para meditar mais comodamente. Ao fazer uso desses objetos, você está respeitando o seu corpo e evitando futuras lesões e contusões. Em resumo: você está sendo inteligente e humilde!
10. As dores musculares não pioram com a prática (na verdade, elas são amenizadas)
Quanto mais você pratica, mais consciência terá de cada parte do seu corpo. Assim, ao sentir qualquer incômodo muscular ou articular, saberá respeitar os limites de sua condição. O professor auxiliará na orientação de quais posturas se devem evitar e quais são os movimentos indicados para cada caso. Ao contrário do que muitos acreditam, quando há uma lesão em uma parte do corpo, isso não significa que todo o corpo precise de descanso. A prática adaptada (sem o uso do músculo afetado, por exemplo) facilitará o aumento da oxigenação das células de todo o corpo (inclusive da parte enferma) e, ao mesmo tempo, promoverá a elevação do fluxo de energia entre todos os órgãos. Ambos contribuem para uma recuperação mais rápida e, ao mesmo tempo, ativa.
11. É uma prática mais interna que externa.
Os benefícios para o corpo físico são mesmo incontáveis. Você certamente se sentirá mais disposto, com mais energia e mais flexível. As vantagens vão, porém, muito além das mudanças físicas do corpo. Com a prática, você se torna mais consciente de sua respiração e aprende que, ao controlá-la, você controla os burburinhos da sua mente. Sentirá, portanto, menos ansiedade, mais paz interior, mais relaxamento e maior conexão com as outras pessoas. Perceberá, por fim, que o exercício vai muito além do esforço físico e muscular exigido pelas posturas.
12. Quanto mais você pratica, mais percebe que precisa aprender.
O caminho do Yoga não é necessariamente um caminho simples. Quanto mais você se aprofunda na prática, estuda e aplica os preceitos da filosofia que a embasa, mais você entende que o trabalho deve ser contínuo, diário, e que exige muita disciplina e determinação.
13. Você vai aprender mais do que você imagina (muito além das posturas)
Você aprende a se aceitar. Vai aprender, ainda, a ter o controle da sua mente por meio da respiração; vai entender que somos muito mais do que nosso corpo, nossa mente e nosso ego. Você aprenderá a se conectar com a sua essência e entenderá que todos os outros seres são também luz, estejam eles com o coração aberto ou cobertos por capas que os sufocam.
14. Yoga não é religião, é uma filosofia (um caminho)
Mesmo que algumas pessoas associem a prática a algumas religiões do Oriente (como o hinduísmo), a prática do Yoga não necessariamente está ligada a nenhuma religião. Yoga é, em essência, um caminho para encontrar paz interior, para se reconectar (ou re-unir-se) com a sua essência, com a luz que habita em todos nós, mas que, muitas vezes, fica ofuscada pelos papeis que a sociedade exige que desempenhemos.
15. Estar entregue ao momento presente é essencial
Por fim, mas não menos importante, o Yoga é a mais antiga prática de atenção plena (o atualmente em voga “mindfulness”). Ao praticar, aprendemos que mais importante do que desenvolver nossa flexibilidade ou exercitar os músculos é entregar-se ao momento presente. Dedicamos aquele período exclusivamente a nós, a essa nossa conexão, que nos é tão rara nos dias de hoje, especialmente com tantos apelos de mídias sociais e aparatos tecnológicos.
Com esses pequenos esclarecimentos, espero haver trazido luz às dúvidas e aos questionamentos que muitos ainda têm a respeito do Yoga e haver influenciado, você, leitor, a, quem sabe um dia, experimentá-lo.

fonte:https://medium.com/@laralobom/15-coisas-que-voce-precisa-saber-sobr...

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Comentário de Francisca de Caldas Menduiña em 21 agosto 2019 às 14:50

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