Não consigo me entregar devagarinho

[Marta Maria (adm)]

Não consigo me entregar devagarzinho, até porque não acredito que existam mergulhos no raso. Sempre transbordei. Quebrar a cara foi um preço que paguei por sentir demais (e intensamente) tudo o que a vida me convidava a viver. Não sou daquelas que impõe regras ou condições pro amor. Esse negócio de cronometrar saudade e determinar horários para ligações me aborrece um pouco. Perder a espontaneidade me custa caro. Talvez por isso eu tenha demorado tanto tempo para aprender ( e aceitar) que alguns impulsos devem ser controlados. Na maioria das vezes posso me perder e viver até o último minuto todas as minhas vontades (o que é saudável), mas preciso estar consciente de que nem tudo será recíproco. É complicado equilibrar a emoção com a razão quando o coração está solto por aí se preocupando mesmo com as sensações que pode sentir e com as experiências que pode realizar. O meio termo me faria bem, talvez até me poupasse sofrimento, mas ao mesmo tempo me limitaria a ser menos do que sou e isso eu não aceito.

Autor: Marcely Pieroni Gastaldi