A Musa e o Poeta...

[Geraldo Coelho Zacarias]

Sim, minha musa, no corpo teu, eu, no teu corpo sedutor;
que teus encantos, sendo as origens
dos meus cantos (meu amor)
no teu corpo, livro de páginas virgens
escreverei os mais lindos versos que compor!...

incentivado por pensamentos,
sentimentos mundanos, insanos
de um ser, por ti, de alma inquieta;
quero deixar gravadas as vontades minhas
por entrelinhas, no teu livro corpo;
com as minhas mãos de poeta!...

Que teu amor por mim, conduza,
minha musa, minha fémea, alma gémea
que a mim vens cheia de manha;
(para que eu escreva) a minha mão, com determinismo!...
E então, repleta de erotismo,
para que os versos que tua alma sonha,
eu componha... a minha libido, assanha!...

Abre (que eu quero de um modo mui carinhoso, terno)
as páginas do teu corpo livro, um caderno...
Abre que eu quero dedicar-te,
em ti, escrever algo que te toque,
palavras que simulem da minha boca um toque
na tua mais íntima parte!...

Palavras que vão e que vêm, que contém
tantos anseios e afetos;
e que num verso e outro, entrelinhas,
liguem as chavinhas
dos nossos desejos mais secretos!…

Somos corpo e alma, somos dois em um só...
...e é só o que importa; livro e escritor; musa e poeta!...
Um, no outro, se concentra
quando um, no outro, entra
pra que a poesia seja completa!...
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(GERALDO COELHO ZACARIAS)