Global Social

Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa III: As Leis Morais

Ano 1 - N° 41 - 3 de Fevereiro de 2008

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)

Vida de isolamento
e voto de silêncio

Apresentamos nesta edição o tema no 41 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. A vida de isolamento contraria as leis naturais? Por quê?

2. Quais as principais conseqüências da insociabilidade?

3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos?

4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio?

5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos?

Texto para leitura
O insulamento é incompatível com o progresso

1. A criatura humana, pela sua estrutura ético-psicológica, é dotada por Deus de sentimentos e emoções que a obrigam e a impelem para a vida social. Deus fez o homem para viver em sociedade e para isto outorgou-lhe o atributo da palavra, que é o veículo da comunicação entre os encarnados.

2. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente.

3. A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque somente indica infração às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.

4. Como o homem não é dotado inicialmente de auto-suficiência, condição conseguida pelo trabalho e pelo progresso, ele é dependente de seu semelhante. As faculdades humanas não estão desenvolvidas no mesmo grau e, por isso, como lembra Deolindo Amorim, “há necessidade de viverem uns pelos outros e para os outros, tendo como ponto convergente o bem comum”.
Sem o contato social o Espírito se embrutece

5. O insulamento, como já vimos anteriormente, é contrário à lei da Natureza, isso porque pelo próprio instinto o homem busca a vida comunitária de modo a concorrer para o progresso, mediante o auxílio recíproco. A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isto “não pode agradar a Deus”.

6. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga.

7. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Tal atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.

8. Como observa Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.
O voto de silêncio não passa de uma tolice

9. O voto de silêncio adotado por alguns religiosos nada edifica porquanto impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar as suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo .

10. Devemos considerar, no entanto, que há ocasiões em que o silêncio faz-se necessário, como os momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contacto com o seu Criador e com seus enviados. Fora disto, a vida contemplativa é inteiramente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.

11. Neste sentido, um Espírito Protetor adverte (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 17, item 10):

“Não julgueis que exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sois chamados a estar em contacto com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu”.

Respostas às questões propostas

1. A vida de isolamento contraria as leis naturais? Por quê? R.: Sim. Sendo por excelência um ser gregário, um animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode viver isoladamente. A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração às leis divinas do trabalho e do amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos.

2. Quais as principais conseqüências da insociabilidade? R.: A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isto “não pode agradar a Deus”. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou se agarra como fuga. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Tal atitude revela uma forma de egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.

3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos? R.: Valendo-nos das palavras de Rodolfo Calligaris, não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.

4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio? R.: O voto de silêncio adotado por alguns religiosos nada edifica porquanto impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse silenciar as suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico atributo. Obviamente, há ocasiões em que o silêncio se faz necessário, como os momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contacto com o seu Criador e com seus enviados. Fora disto, a vida contemplativa é inteiramente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.

5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos? R.: Eis o que, a respeito desta questão, propõe um Benfeitor espiritual: “Não julgueis que exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sois chamados a estar em contacto com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 17, item 10).

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 766, 769 e 772.

O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. 17, item 10.

As Leis Morais, de Rodolfo Calligaris, pág. 107.

Leis Morais da Vida, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pág. 91.

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