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Todos os Invernos acontecia o mesmo. Quando as temperaturas desciam e os dias ficavam escuros muito antes do jantar, o pai de Emma acordava-a um dia de manhã e dizia: — Bom dia, querida! Hoje é o primeiro dia do Hanuká. São horas de irmos buscar a menorá.
Depois do pequeno-almoço, Emma ajudava o pai a tirar a velha menorá de prata do armário da sala de estar. Desdobravam com cuidado o tecido que a envolvia e, em seguida, areavam-na com panos macios para a deixar bem brilhante.
Nesse dia, ao entardecer, o pai de Emma entoava a antiga bênção e a mãe ajudava-a a acender a vela do braço maior do candelabro, cuja chama era depois usada para acender a primeira das oito velas mais pequenas.
Todas as noites, durante uma semana e um dia, o pai de Emma dizia:
— Vamos acender as luzes!E a família ia acendendo mais uma vela. A menorá era colocada numa mesa junto da janela da sala de estar e todas as pessoas que passassem na rua, transeuntes ou vizinhos, podiam vê-la.
Havia noites em que Emma tinha por hábito contemplar as velas até estas se apagarem completamente...

Na quarta noite do Hanuká, os tios Ken e Betsy iam a casa de Emma, acompanhados dos filhos Sam e Kate.
— Tenho a impressão de que os meus bolsos têm algo de estranho! — queixava-se o tio Ken.
Emma e Sam enfiavam neles as mãos e tiravam de lá moedas que, na realidade, eram chocolates de leite redondos embrulhados em papel dourado.
Kate era ainda pequena para jogar ao pião, mas gostava de ver Sam e Emma a fazê-lo.
Quando eram horas de jantar, Kate provava as suas primeiras latkes, ou seja, as panquecas de batata frita feitas de propósito para o Hanuká.
A avó Rose vinha sempre festejar com eles a oitava noite. As velas estavam, finalmente, todas acesas e a menorá iluminada refletia-se, de forma magnífica, no vidro escuro da janela.

Hanuká (ou Chanucá) significa consagração ou dedicação. Esta festa é também conhecida no meio judaico como Festa das Luzes. Os judeus celebram a chamada Festa da Dedicação (ou festa de Hanuká) todos os anos durante oito dias, representando os oito dias do milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém. O seu maior símbolo é o candelabro de nove pontas – a Hanukía que possui oito velas e uma vela central, mais alta do que as outras, com a qual todas as oito velas são acesas, uma em cada dia. É costume judaico colocar a Hanukía na janela das casas, de maneira a que todos possam vê-la e assim lembrar-se do milagre.
Também é comum, nas noites de Hanuká, a comunhão familiar e entre amigos.

**
Logo após o Hanuká, a mãe de Emma tirava uma caixa cheia de ornamentos de Natal da prateleira de cima de um armário.
— Então, querida, vamos escolher a árvore de Natal hoje de manhã?
Emma vestia o casaco, calçava as botas e colocava o cachecol e as luvas.
Em seguida, ia com os pais procurar a árvore.
No ano anterior, tinha escolhido uma árvore pequena, redonda e muito espessa. Este ano, queria escolher uma mais alta e esguia para poder colocar a estrela de Natal, feita de vidro, no topo.
Como a árvore era pesada, Emma ajudou os pais a carregarem-na até casa. Desejaram um Feliz Natal à vizinha Ann, cujo cão vestia um casaquinho vermelho novo.
— O Fluffy abriu o presente mais cedo — explicou Ann.
Depois do almoço, os amigos de Emma, Natalia e Patrick, vieram ajudá-la a decorar a árvore. A mãe de Emma ofereceu-lhes chávenas de chocolate quente e uma bandeja de bolachas de Natal. Havia homenzinhos de gengibre, bolachas de açúcar em forma de árvores e veados, e amêndoas com nozes dentro.
O pai de Emma tocou piano e todos cantaram.
Quando as decorações estavam já postas na árvore, a mãe disse:
— Vamos acender as luzes!
E cada ramo se iluminou graças às fitas prateadas e às bolas de vidro colorido e brilhante.

Na véspera de Natal, enquanto Emma dormia na casa às escuras, o Pai Natal trouxe os presentes e colocou-os debaixo da árvore. E também acendeu as luzes para a manhã de Natal.
Como saberia ele que Emma acordaria antes do amanhecer?

Depois das festas, Emma ajudou a embrulhar a menorá do Hanuká e os ornamentos de Natal, e guardou-os para o ano seguinte.
Mas a recordação das luzes ainda perdurou nas noites escuras de inverno que se seguiram...

Margaret Moorman
Light the Lights!
New York, Scholastic Inc., 1999

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Comentário de Conceição Valadares em 20 dezembro 2018 às 9:48

É tão bom sonhar amiga e o Natal nos faz sonhar. Beijinhos

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