Memórias?...

[Waulena Silva]

Muitas coisas me remetem ao passado. Muitas imagens falam à minha memória.

O deserto é o som da minha alma... um cais de madeira à beira de um rio chinês, o vento frio de Budapest, o branco intenso e sem fim siberiano... As brumas que parecem dizer que estou em casa...
Quem pode explicar?!...

Quem pode explicar Avalon?!...
Há quem diga que é apenas uma lenda. Porém muitas histórias são contadas desde os tempos imemoriais e nenhum de nós estava presente para atestar que são verdadeiras – ou será que estávamos?...
Nesse caso, não podemos usar o racional, ou fatos históricos; não há testemunhos, provas concretas, mas tão somente fragmentos de memória – e Stonehenge...
Nesse caso temos que lidar com o lado intuitivo da mente, o lado místico - e com a fé...

Há quem diga que Avalon é apenas uma história romântica. Que seja ! Um pouco de romance ameniza as lutas da vida.

Avalon... ah Avalon!...
Parece um suspiro entre as árvores naqueles bosques onde corríamos livres, na juventude. Um raio de sol na relva naqueles campos onde cultivávamos nossas colheitas. ) grito dos falcões e o brilho da neve, ao longe, nos cumes mais altos. Parece as águas cálidas do Lago movendo-se com a brisa da tarde. São as brumas do tempo...

Avalon cedeu aos tempos racionais, modernos, e quedou-se oculta em suas brumas – à espera... Mas no limiar do 3º milénio, voltamos a ouvir o chamado...
Embora haja os que acham engraçado, há os que tentamos reaprender o que nos era natural na infância; ouvimos sobre cores e cristais, energias positivas e negativas, mãos que curam... ainda achamos graça de gnomos e fadas, e silenciamos quando ouvimos falar da ‘Deusa’ - mas a física quântica hoje explica tanta coisa que sabíamos...

Já estamos prontos para levantar os véus das brumas...
A magia não faz parte de nossas vidas – e veias – quando cozinhamos, ou cuidamos?...
Não olhamos mais na água em busca da Visão – mas quem resiste ao chamado da Lua Cheia?...

Avalon: sons do passado ou história ?
Cabe a cada um de nós encontrar a resposta.

Waulena Oliveira