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Já me enfado de ouvir este alarido,
Com que se engana o mundo em seu cuidado;
Quero ver entre as peles, e o cajado,
Se melhora a fortuna de partido.

Canse embora a lisonja ao que ferido
Da enganosa esperança anda magoado;
Que eu tenho de acolher-me sempre ao lado
Do velho desengano apercebido.

Aquele adore as roupas de alto preço,
Um siga a ostentação, outro a vaidade;
Todos se enganam com igual excesso.

Eu não chamo a isto já felicidade:
Ao campo me recolho, e reconheço,
Que não há maior bem, que a soledade.

Cláudio Manuel da Costa
Publicado no livro Obras (1768).
In: COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Introd. cronol. e bibliogr.
Antônio Soares Amora. Lisboa: Bertrand, 1959. (Obras primas da língua portuguesa)
Fonte: Escritas.org/pt/claudio-manuel-da-costa

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