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Os homens deveriam aprender muito com as mulheres. Mas elas, em geral, não têm muito ânimo de ensinar-lhes coisa alguma. Afinal, os homens, em geral, não aprenderiam, mesmo se elas estivessem dispostas a ensinar.

É uma questão de matéria prima. De linha de montagem. De vício de fabricação. De concepção original.

O homem, em geral, é simples macho, mero ator coadjuvante no processo de procriação, pois apesar do esforço dos inconformados, as sementes da vida germinam somente no ventre materno, continente infinitamente superior ao seu confinado conteúdo.

O homem, em geral, desde tempos imemoriais, valia-se de sua força bruta e de seu grito para manter a vida, conquistando a caça, enfrentando o invasor, defendendo o seu território, preservando a fêmea, protegendo a prole. Assim era o aristocrata inglês, menino órfão criado pelos "manganis", e transformado em Tarzan, "o rei da selva".

Apesar da imposição de seus músculos ele era um "gentleman", e não vi nenhum registro, na obra histórica de Edgar Rice Burroughs, de ter sua frágil companheira, Jane Porter, feito qualquer denúncia ou lavrado um boletim de ocorrência contra seu marido, o qual, no paradoxo do ofício de homem forte, exterminava crocodilos, intimidava leões, afugentava elefantes, amedrontava gorilas, derrotava tribos hostis, e aniquilava certos tipos de cara pálida.

Jane sabia calar-lhe o grito, abrandar seus músculos, apascentar o macho, dominar Tarzan.

Mas, voltemos ao homem, esse ser, em geral inteligente. Mas, inventar a roda, ou mandar foguetes a Marte, não bastam para transformar-nos - semelhantes de Fred e Barney - em entes superiores, génios da espécie.

Sempre houve homens de fulgurante inteligência, cujos prodígios mentais fizeram a humanidade avançar (ou retroceder, não sei exatamente). Esse avanço levou o homem, em geral, a ter a presunção não apenas de ser feito à imagem e semelhança dos deuses, mas à arrogância de usurpar dons específicos das divindades.

No entanto, essa inteligência, em geral, não vai além do prodígio de sua obra, do cálculo, da ideia, do verso, do invento, da descoberta, do pensamento lógico, do ténue limite entre a lucidez e a loucura.

Essas são as fronteiras alcançadas pela inteligência do homem, capaz de transcender a natureza do macho prisioneiro das suas paixões, dos instintos primários, dos impulsos vis, e das forças mais primitivas.

Mas a inteligência superior e os instintos vitais dos homens, em geral, não vencem o dom da mulher de ver além da imagem enxergada por eles, e de perceber, intuir, adivinhar, antever, pressentir...

Em geral, o sexto sentido da mulher é quase onisciente diante dos limitados cinco sentidos com os quais os homens, em geral, mal aprendem obviedades, e pouco conhecem de verdades sem mistérios ou segredos.

Os homens, em geral, não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo, não ouvem nem entendem três pessoas a falar simultaneamente, e não distinguem múltiplas imagens acumuladas no seu raio de visão.

As mulheres, em geral, fazem todas essas coisas. Elas lêem pensamentos, identificam o invisível por trás de falsas intenções, adivinham o homem real dentro do ser aparente ou virtual, ocultam-se em caras impenetráveis, dizem sem pensar, pensam sem dizer, choram intimamente com olhos enxutos, choram lágrimas neutras, morrem suas muitas mortes, em silêncio calmo. Ou exultam e riem sob trágicas máscaras de sofrimento e dor.

Não. Em geral, não são dissimuladas. Não mentem. Nem enganam.

São como elas são, originais e autênticas, verdadeiras e límpidas. Mas, a mulher, em geral, às vezes arma-se em legítima defesa contra um homem, ou contra uma inimiga letal, outra mulher, ou às vezes, ela mesma.

Ao homem tristemente normal, resta, em geral, o consolo de lhe fazer versos, mandar-lhe flores, segui-la no cio, encimá-la no altar, contar-lhe bravatas, pedir seu colo, lançar-lhe maldições, fugir e voltar, amar para sempre, olvidar para sempre, sem entendê-la nunca, supondo sempre entendê-la, afinal ela não é para ser entendida. A verdadeira mulher guarda em si o insondável mistério da identidade de Deus, segundo a certidão do poeta: "E criatura, e criadora, ela é maior que a Criação".

autor desconhecido

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