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Foi Allan Kardec quem melhor estudou a paranormalidade humana, adentrando a sonda da investigação no cerne do fenómeno.
No capítulo XIV de O Livro dos Médiuns, Kardec apresenta a seguinte definição:

"Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos é por isso mesmo médium". E tece comentários muito importantes dessa peculiaridade do organismo humano. Foi Kardec, aquele que propôs a palavra médium, por mais consentânea com a função a que se dedica. (Também trata do assunto em Obras Póstumas, 1.ª Parte, cap. VI ítem 33).

O Codificador apresenta a medi-unidade como sendo uma faculdade orgânica, encontrada em quase todos os indivíduos, à semelhança de qualquer outra aptidão como a memória, a inteligência, a razão, etc.

Não constituindo, assim, património especial de grupos, nem privilégio de castas; é inerente ao Espírito, que dela se utiliza, encarnado ou desencarnado, para o ministério de intercâmbio entre diferentes esferas de evolução.

O desenvolvimento da faculdade propriamente dita, relaciona-se com o organismo, é independente da moral, não ocorrendo o mesmo com seu uso, que pode ser mais ou menos bom, segundo as qualidades do médium.

A medi-unidade não implica necessariamente em relações habituais com os Espíritos superiores.

É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos útil aos Espíritos em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles têm assistência. 

Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna omnipotente sobre a medi-unidade. (Fonte para estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 11 e 12).

A medi-unidade não tem nenhum sinal ou característica exterior, que permita a quem quer que seja poder caracterizá-la ou identificá-la através de síndromes ou manifestações que tipifiquem o comportamento de um médium.

De início, por ser uma faculdade que coloca o homem entre dois extremos, ele pode propiciar determinados estudos, confundidos com patologias, com enfermidades. Se ela se manifesta na área intelectual, pode apresentar no indivíduo determinados estados de aparente alucinação auditiva, visual, ansiedade, receio, fenómenos claustrofóbicos, medos injustificáveis da noite, do relacionamento com as pessoas. Porque, propiciando ao indivíduo uma percepção que extrapola o fenómeno normal, dá-lhe uma dimensão de registar maior que o tipo comum. E, não estando a pessoa equipada para conduzir essas manifestações, é natural que experimente certas insatisfações, intranquilidade ou sensação de mal-estar.

Na área física, pode proporcionar ruídos, pancadas inesperadas, mudanças de objetos de lugar, determinadas sensações de presenças, agradáveis ou desagradáveis.

Também na área onírica, nos estados de sono, pode caracterizar-se pelos fenómenos de encontros espirituais, de desdobramentos, pesadelos. Não queremos com isso configurar, que essas manifestações pelo geral, sejam medi-unidade, mas particularizar que a medi-unidade pode também revelar-se através desses fenómenos.

À semelhança da inteligência, a medi-unidade se apresenta dentro de várias expressões. Pode ser visual, a vidência. Auditiva, a audiência. Premonitório, através da qual o ser penetra no conhecimento do futuro.

Pode apresentar-se mediante à irradiação de uma energia que materializa e que desmaterializa que produz a movimentação de objetos, ectoplasma. Pode levar o indivíduo a estados de empatia. De repente, dá-lha aquela alegria, aquela felicidade; como de depressão, aquele estado crepuscular; o indivíduo tem a sensação de que algo bom lhe está acontecendo, sorri, se emociona, ou tem a sensação de que uma grande tragédia está prestes a acontecer-lhe. São fenómenos inspirativos de boa ou má prodecência, caracterizando a medi-unidade inspirativa, psicofónica ou de incorporação.

Se vem um impulso de escrever, e consegue grafar uma página com beleza superior à sua capacidade momentânea, ou fazê-lo sobre um assunto que não elocubrou, eis aí patente a medi-unidade psicográfica. Mas todas elas desvestidas de superstições, de mistérios e crendices.
A mediunidade não leva à doença. O que faz o médium adoecer, não é a presença da faculdade.
São as suas dívidas desta ou de outra encarnação. A pessoa adoece, não por que seja médium, mas porque é um ser endividado perante as Leis Divinas. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XVIII).

Apresentada a medi-unidade, é lícito educá-la, da mesma forma que em se notando uma faculdade de natureza intelectual ou artística, a pessoa passa a desenvolver essa aptidão, para daí, canalizando as suas energias, sacar os melhores resultados possíveis.

Requisitos para educar a medi-unidade

Para educar a medi-unidade há requisitos inamovíveis, sem os quais ninguém consegue desdobrar essas percepções.

O primeiro deles, estudá-la, conhecer as suas possibilidades e as demais. 

Conhecer o Espiritismo, que é a ciência que explica a medi-unidade. Sem esse conhecimento a pessoa não passa do estado de superstição e de aventura, ainda mais, por causa do grande escolho à medi-unidade, do grande perigo, que é a obsessão. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XXIII).

Sendo os Espíritos as almas dos homens que viveram na Terra, eles são exatamente os mesmos desvestidos do corpo físico. Bons ou maus, nobres ou indignos, honestos ou injuriosos e, estando a pessoa no desabrochar da medi-unidade, em uma faixa de incerteza e de instabilidade emocional, sintoniza primeiro com os Espíritos levianos, que se lhe aproveitam da ignorância para prometer-lhe missões, funções especiais, posições de relevo, e mentindo, dizerem tudo aquilo que agrada à vaidade da criatura humana. (Fonte de estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XVII, ítem 211 e O Livro dos Espíritos, pergunta 919)

— Qual o meio mais eficaz para sem melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?

— Um sábio e antiguidade disse: "Conhecer-te a ti mesmo."
"O conhecimento de si mesmo é, pois, a chave do melhoramento individual..." (Santo Agostinho)

Portanto, cumpre ao médium o dever de vigiar-se, para ter certeza de que é uma criatura humana falível, como uma outra qualquer. Portadora apenas de uma faculdade a mais que lhe pode ser instrumento de felicidade, como de ruína, de acordo com a finalidade que lhe dê.

A medi-unidade não é boa nem má; o uso que se lhe dê tornar-lhe-á uma bênção ou uma desdita para o seu usuário.

A segunda função é o exercício. A medi-unidade não é para um breve período como muita gente que treina uma semana e na seguinte abre um Centro Espírita, para atender à sua e à vaidade das pessoas que lhe são afins. Acreditando que o fato de abrir um Centro Espírita a mais, é um grande serviço que presta à Humanidade, pois que, não estando a pessoa convenientemente equipada, o que pode transmitir? Como conduzir, se ainda não sabe conduzir-se? 

Incidindo naquela prescrição de Jesus: "Cego que conduz cego, caem todos no mesmo abismo". (S. Mateus, cap. XV, vv 1 a 20)

Portanto, é um exercício para toda a vida. Porque, a pessoa que possui inteligência, não pode dizer amanhã: — "A partir de agora vou deixar de ser inteligente". A pessoa que aprende a ler e escrever não pode afirmar: — "De agora em diante não leio mais." Porque, onde quer que incidam as suas vistas, o que estiver grafado em seu idioma, ela o lerá, queira ou não, uma vez que é uma qualidade inerente à sua realidade humana.

A medi-unidade, portanto, exige uma educação permanente e, à medida quem o médium vai educando as suas possibilidades psíquicas, mais amplas estas se lhe fazem, exigindo-lhe maior campo de ação e de vigilância.

"Educar-se incessantemente é dever a que o médium deve comprometer intimamente, a fim de não estacionar e, aprimorando-se, lograr as relevantes finalidades que a Doutrina Espírita propõe para a medi-unidade com Jesus." (Joanna de Ângelis, no livro no Limiar do Infinito).

O terceiro requisito é a consciência de que é médium, para que lhe serve a medi-unidade e o que dela vai fazer. Daí, a vigilância é a necessidade mais imediata e mais comum.

"É necessário vigiar as entradas do coração e permanecer no posto da prece." (Joanna de Ângelis, no livro Convites da Vida).

A vigilância lhe deve constituir um paradigma a fim de que tenha o critério de analisar as comunicações de que é objeto, não se impressionando com nomes pomposos nem com entidades que trazem uma alta dose de pieguismo.

Na cultura brasileira, remanescente do africanismo, há uma postura muito pieguista, que é a do preto velho. E muitas pessoas acham que é sintoma de boa medi-unidade ser instrumento de preto velho. Quando lhes explicamos que não há pretos velhos, nem brancos velhos, que todos são Espíritos, ficam muito magoadas, dizendo que nós, espíritas, não gostamos de pretos velhos. E lhes explicamos que não é o gostar ou não gostar. 

Se tivessem lido em O Livro dos Médiuns, O Laboratório do Mundo Espiritual, saberiam que se a entidade mantém determinadas características do mundo físico, é porque se trata de um ser atrasado. Imagine o Espírito que manquejava na Terra, porque teve uma perna amputada, ter de aparecer somente com a perna amputada.

Ele pode aparecer conforme queira, para fazer-se identificar, não que seja o seu estado espiritual. Quando, ao retornar à Pátria da Verdade, com os conhecimentos das suas múltiplas reencarnações anteriores, pode apresentar-se conforme lhe aprouver.

Então, a questão do preto velho é uma fenómeno de natureza animista africanista, de natureza piegas. Porque nós achamos que o fato de ter sido preto e velho, tem que ser Espírito bom, e não é. Pois houve muito preto velho escravo que era mau, tão cruel quanto o branco, insidioso e venal. E também houve e há muito branco velho que é venal, é indigno e corrompido. O fato de ter sido branco ou preto não quer dizer que seja um Espírito bom.

Cabe ao médium ter cuidado com esses atavismos, e quando esses Espíritos vierem falando errado, ou mantendo os cacoetes característicos das reencarnações passadas, aclarar-lhes quanto à desnecessidade disso. Porque se em verdade, o preto velho quer falar em nagô, que fale em nagô, mas que não fale um enrolado que não é coisa nenhuma. Ou, se a entidade foi alemã na Terra e não logre falar o idioma do médium, que fale alemão, mas que não fale um falso alemão para impressionar. O médium só poderá falar o idioma no qual ele já reencarnou em alguma experiência passada.

Desde que não há milagres nem sobrenatural, o médium é um instrumento. Sendo a medi-unidade um fenómeno orgânico, o Espírito desencarnado vai utilizar o que encontre arquivado no psiquismo do médium, para que isto venha à baila. (Fonte para estudo, O Livro dos Médiuns, cap. XIX, ítem 15)

A personalidade do médium e o fenómeno profundo

Agrada a pessoas ingénuas pseudo sagazes, que o médium deve ser bem ignorante para quando o Espírito falar por ele, dizer: — "Vê, que não é ele!" E daí! Pode ser um fenómeno anímico. Ele pode ser hoje profundamente ignorante, e um ex-cientista do século passado, e em transe o seu inconsciente falar, sem ser fenómeno medi-único. e pode ser uma pessoa erudita e agora falar com erudição e ser um fenómeno medi-único.

As balizas demarcatórias ante a personalidade do médium e o fenómeno profundo, estão na consciência da dignidade do médium. Porque ele sabe, como qualquer pessoa, quando está mentindo. Pode colorir, pode sorrir, pode até acreditar, mas, ele sabe que está mentindo.

Também o médium sempre sabe quando está em transe. À semelhança de qualquer problema na área das psicopatias, quando passa a doença, a pessoa lembra de tudo que fez, só que não tinha forças para reagir. Na medi-unidade o fenómeno é o mesmo. Ocorre que as pessoas gostam de lendas e de fantasias, e há muita gente que experimenta o transe e diz: "Eu fui pegado à força, eu não quis." Equívoco. Se o fenómeno se deu à força, a comunicação é negativa. Trata-se de um obsessor, porque só há violência nas obsessões, por se tratar de vingança. (Fonte para estudo: O Livro dos Médiuns, cap. XXIII)

Nas comunicações nobres não há violência, tem que haver anuência do Espírito encarnado, pois o desencarnado não entra no médium como a água entra numa garrafa. O médium faz o transe pela concentração, e ao concentrar-se, exterioriza o seu perispírito, que se torna o receptáculo da comunicação da entidade que dela se vai utilizar perispírito a perispírito acoplados produzem o fenómeno. (Fonte para estudo: Obras Póstumas, 1.ª Parte parágrafo 6, ítem 34 e também, mesma obra, 1.ª Parte, parágrafo 1.º)

O fenómeno se dá em três ordens distintas: 

1.ª Consciente, a pessoa se sente inspirada; 
2.ª Semiconsciente, a pessoa sente um impulso maior e perde os parâmetros do raciocínio; 
3.ª Inconsciente, automática ou sonambúlica, em que há um bloqueio da razão e a pessoa tem a sensação de um sonho, em que se fragmentam as imagens e ela perde os contornos, e não seria capaz de reconstruir o estado de um sonho, daqueles que parecem ficar resíduos, mas dos quais a pessoa não recorda.

O exercício dará ao médium a possibilidade de transitar da faixa da consciência, para a semi e para inconsciência. Da mesma forma que ao estudar-se datilografia, colocam-se os dedos nas letras básicas, para criar-se um condicionamento pela repetição (exercício medi-único) até que se cubra o teclado para que o automatismo funcione. E é tão curioso que, embora o teclado seja absolutamente igual, quando o nosso dedo bate na tecla errada a gente sente que não está na verdadeira, olhamos para o papel e vemos a letra equivocada. O mesmo ocorre com no piano, no violino ou em qualquer instrumento ou atividade.

O exercício levará à mecanização da faculdade: o hábito de escrever medi-unicamente, o hábito de incorporar, o hábito de concentrar-se, cria no indivíduo confiança e dá-lhe a estrutura da realidade medi-única.

A medi-unidade deve, portanto, ser exercida mas não abusada.
Há médiuns que se demoram horas-a-fio, para impressionar os consulentes. 

Sendo a medi-unidade um campo de ação, tem um quantum de energia que gasta e depois de certo momento, à semelhança de uma energia qualquer, sendo desgastada desaparece o intercâmbio.

E o médium continua no estado de auto-sugestão.

Há exceções raríssimas a que os Espíritos denominam de Mediunato, palavra criada pelos Espíritos e que está em O Livro dos Médiuns nas últimas comunicações, para caracterizar a medi-unidade gloriosa ou missionária, como é o caso de Francisco Cândido Xavier e alguns outros médiuns. Então, o médium que fica horas-a-fio concentrado, está queimando combustível que ele não recoloca. Porque o Espírito que dele se utiliza, não lhe pode dar a energia que ele está consumindo. Essa energia que ele está consumindo é fluido animal e só através da alimentação, do repouso e do concurso de natureza física lhe podem restituir.

A aplicação de passes dado por pessoas físicas, transmitindo essas células, que também podem ser chamadas de neutrons de natureza energética, restabelecem-lhe a harmonia orgânica e refazem a estrutura do metabolismo.

Então, ocorre que todo aquele que se dedica com exagero à medi-unidade, e que, o Espiritismo não recomenda, porque há horas para tudo e não é o fato de a pessoa trabalhar vinte horas por dia na medi-unidade que dela fará um bom médium, termina por gerar fadiga, stress.

O homem tem deveres sociais e o Espiritismo recomenda que cumpra com seus deveres em família. Essas pessoas que dizem: — "Vou largar o emprego para me dedicar à medi-unidade."

São pessoas preguiçosas, porque, para se dedicar à medi-unidade sem trabalhar, tem que cobrar. E aí profissionalizam a medi-unidade, caindo no que as religiões chamam de simonia, crime da venda de coisas sagradas e que Jesus reprovou veementemente com estas palavras: Dar de graça aquilo que de graça se recebe. (Fonte para estudo: O Livro dos Médiuns, cap.XXVI)

Não recebendo os Espíritos nenhum pagamento, não têm nenhuma obrigação de acompanhar aqueles que mercadejam com a medi-unidade. Normalmente, os abandonam e eles passam para mãos equivocadas de Espíritos levianos quanto eles, que os exploram, ridicularizam e obsidiam na etapa final da existência física.

"A medi-unidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente..." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVI, ítem 10)

A lei dos fluídos

A medi-unidade, para continuar a ser desenvolvida, vai exigir do indivíduo disciplinas morais, porque as disciplinas morais fá-lo-ão atrair entidades respeitáveis. "Diz-me com quem andas e eu te direi quem és. Diz-me que és, e eu caracterizarei as tuas companhias."

Portanto, é necessário que o médium se moralize, para que os Espíritos simpáticos e nobres que com ele se afinem, passem a ajudá-lo.

É indispensável ao médium estudar, para que compreenda como é o mecanismo da medi-unidade. O estudo da Doutrina é muito importante, sobretudo, nos dias atuais, quando vemos proliferar a medi-unidade desordenada, a serviço de interesses subalternos em proveito pessoal.

Um médium que cultiva o estudo sério se consciencializa de suas responsabilidades perante a faculdade que detém.

Sabe-se que, por exemplo, a respeito de certa prática que vem ocorrendo, em que médiuns podem receber qualquer Espíritos. Isso não corresponde à verdade, pois existe a lei dos fluídos, em que os semelhantes se atraem e os contrários se repelem. É uma lei básica da Física.

Portanto, os médiuns não podem receber os Espíritos que estejam acompanhando outras pessoas como hoje se faz, e as pessoas ingénuas dão crédito, de realidade, pedindo que o obsessor de José incorpore na medi-unidade António. Isso só será possível se houver identidade fluídica; não havendo, não acontecerá. Há Espíritos levianos que gostam de distrair-se com nossa ignorância. Incorporam e fingem ser aquele que foi evocado. Por isso, o Espiritismo evita as evocações, porque nem todos os Espíritos chamados têm condições de atender, ou permissão para isso.

O Espíritos também têm ocupações, deveres, e existem leis que lhes regem o comportamento.

Às vezes, eles podem vir, mas não lhes é permitida a oportunidade de se comunicarem, para provação de quem evoca ou para sofrimento deles mesmos, por falta de méritos. Espíritos levianos, interesseiros, vêm e assumem a personalidade, enganando e mentindo. (Fonte para estudo, O Céu e o Inferno, 1a. parte, cap. XI).

Também não tem a medi-unidade a função de descobrir tesouros ocultos, heranças, pessoas desaparecidas.

Afirmou Kardec com estas palavras: A função da medi-unidade é promover o progresso da humanidade. Mas não é porque ele o disse, é porque os Espíritos superiores assim elucidaram. A medi-unidade tem uma função muito mais nobre do que encontrar a pedra de brilhante que se perdeu e a gente quer achá-la. Pode ocorrer que Espíritos ociosos e brincalhões digam, mas será sempre através de um fenómeno frívolo e fútil de uma medi-unidade que está em mãos boas e más, correndo o perigo de permanecer nas negativas. Dessa forma, cabe ao médium aplicar-se à consciência da finalidade da tarefa, dedicando-se à lei mais alta da criação, que é a Lei do Amor personificada na Caridade.

Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes, contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas virtudes, como sendo as que conduzem à eterna felicidade. ( Fonte para estudo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV).

A sua ação de caridade é efeito natural de sua moralização. Só as pessoas moralizadas praticam a caridade. As pessoas não moralizadas têm crises de filantropia, têm explosões de generosidade, têm momentos de altruísmo, mas não têm a ação da caridade, pois que essa exige abnegação, renúncia, devotamento, compaixão, sentimento solidário, mas só quem tem controle moral sobre imperfeições é que pode reunir essas qualidades morais. Daí a moralização precede à ação da caridade, fazendo com que os Espíritos bons passem a amar aquele instrumento que é dúctil e maleável às boas tendências.)

Na ação da caridade a medi-unidade se agiganta

O médium que se dedica ao exercício da caridade, realiza mister relevante. Não é necessário salvar o mundo, basta salvar-se a si mesmo e salvar a pessoa mais próxima que está perto dele, uma pessoa que está dentro de casa, porque há pessoas que querem salvar a humanidade inteira e são verdadeiros tiranos dentro do lar, odiando a todos.

Não exercem o primeiro dever, pois o próximo, é o ser que está mais perto de nós, dali partindo para a Humanidade.

Quem não ama aos seus, aos outros jamais amará. Terá paixões, terá entusiasmo e decepções.
Depois a frase é de Jesus: "Quem não ama a quem vê, como poderá amar a quem não vê? Se não vos amais a vós mesmos que vos vedes, como amareis a vosso Pai a quem não vedes." Pode haver maior força de lógica? (Fonte para estudo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XI)

Daí, é necessário que o exercício da caridade paute a nossa vida, não só dos médiuns, mas de todas as criaturas, e do médium em particular, por ser alguém aquinhoado com recursos que a outrem falte.

Todas as pessoas são médiuns, alguns com mais amplas possibilidades, como todo mundo normal tem inteligência, mas há uns que têm uma memória excelente. Há em quase todos nós a presença da medi-unidade e em alguns, características mais acentuadas. 

Equivale dizer que se todos nós exercitarmos a medi-unidade, aumentá-la-emos no seu grau de percepção. Há pessoas que não têm capacidade para escrever, mas fazendo exercícios, terminam, por automatismo, escrevendo. Há pessoas que não têm capacidade para cantar, educando a voz conseguem alguma harmonia. Assim também é a medi-unidade; exercitando, a pessoa logra realizar o mister para o qual a medi-unidade está presente.

Mas na ação da caridade a medi-unidade se agiganta. É lamentável ver que médiuns que começam com grande entusiasmo, emulados pelo ego, depois se desencantam até no exercício do passe. Isso não é bom. Apesar de suas dificuldades momentâneas ou pequenos distúrbios, não devem abandonar a tarefa. Devem esforçar-se para manterem-se em condições de aplicar o passe, pois quem é veículo do perfume, terminada a ação, fica perfumado.

Há um modo muito cómodo entre os espíritas: pedirem para que nós oremos por eles. Jesus recomendou que o fizéssemos, mas desde que ele ore por si. "Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XXV)

A oração é um estado de comunhão com Deus e o médium acaba por viver esse estado de comunhão com Deus, através dos bons pensamentos, que são a melhor técnica de oração. Mas, como a oração é a arte de se abrir a Deus, a ação é o efeito da prece. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII).

Fonte - Mediuns e Medi-unidade (Divaldo Pereira Franco) - Artigo tirado do site Biblioteca Virtual Espírita

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