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01 – Personalidade anterior

Chico Xavier e Waldo Vieira foram protagonistas de uma história que ocorre comumente nos Centros Espíritas. Muitas Pessoas aparecem nas Casas e trabalham com o maior afinco, incentivados pelo conhecimento de uma Doutrina de amor. Colocam-se a disposição para que as obras que a Casa executa alcancem os objetivos propostos. Com o passar do tempo cansam-se do trabalho e abandonam tudo dizendo que não tem tempo para praticar caridade. Outras vezes abandonam o barco dizendo que não é o que procuram na vida. Isso é natural nas pessoas, pois todos têm o livre arbítrio e seguem os caminhos que querem. Aconteceu com Waldo Vieira que começou a trabalhar com o Chico, mas, alguns anos depois, abandonou o trabalho e seguiu a sua vida por outros caminhos.

Os Espíritos podem assumir e se mostrar com a forma que mais lhes interessa, isso de acordo com a necessidade do momento.

Nós conhecemos a história de Judas Iscariotis, que depois de diversas encarnações, redimiu-se completamente na encarnação como Joana D´Arc. Humberto de Campos entrevistou Judas Iscariotis, em Jerusalém, por ocasião dos festejos da Páscoa e transmitiu a crônica através de Chico Xavier. O discípulo estava vestido à maneira da época em que encarnou o personagem Judas, e relembrava na Cidade Santa, o tempo em que andou junto a Jesus. Humberto conta que Judas alcançou a remissão de suas culpas de maneira santificada no século XV, numa fogueira inquisitorial. Chico Xavier e os Espíritos afirmam que Judas e Joana D´Arc são o mesmo Espírito. Sabemos que os Espíritos podem se apresentar da maneira que desejarem, de acordo com a necessidade, recordando os personagens que encarnaram na Terra.

Emmanuel apareceu para Chico Xavier pela primeira vez em 1931, à beira de um açude. Tinha a aparência de um ancião, vestindo longa túnica branca e estava em frente a uma cruz luminosa. Depois começou a se mostrar como a personalidade Publius Lentulus, senador romano no tempo de Jesus.

Isso quer dizer que o Espírito conserva as características de diferentes encarnações, numa espécie de personalidades diversas, num mesmo Espírito. A somatória de suas andanças pelo mundo é que formam a sua personalidade atual.

Chico Xavier conta que Waldo Vieira assumiu uma personalidade de outra vida e abandonou o trabalho no Espiritismo.

Neste texto vamos analisar o que aconteceu com Waldo e quais são os seus pontos de vista atualmente.

02 – Breve história da infância de Chico Xavier

Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo – MG em 02 de abril de 1910. Aos cinco anos sua mãe, Maria João de Deus, desencarnou, e Chico foi morar com uma madrinha, pois seu pai não podia cuidar dos nove filhos, porque era vendedor de bilhetes de loteria e muita vez tinha que viajar a cidades próximas para cumprir o seu trabalho. Chico foi morar com a madrinha, um tanto perturbada espiritualmente, que todos os dias lhe aplicava surras e seguidamente garfos na barriga.

Chico chorava muito e sentia saudades imensas da mãe que partira para o mundo espiritual. Como era um grande Espírito com missão impressionante a cumprir, a espiritualidade maior permitiu que o menino de cinco anos começasse a ver a mãe desencarnada. Isso acontecia no fundo do quintal, perto de bananeiras. Sua mãe, dona Maria, lhe dizia que tivesse calma que Jesus lhe traria outra mãe muito carinhosa. Dito e feito. Dois anos depois, o pai de Chico casa-se com Cidália que exigiu que todos os filhos voltassem para casa. Muito diferente dos dias de hoje onde os casais que se separam mandam os filhos para a casa da avó, porque os novos cônjuges não querem nem ouvir falar dos filhos do casamento anterior. Nisso repousa a explicação de muitas frustrações e problemas que as crianças levam aos colégios, aos clubes, à rua, deslizando muitas vezes ao crime, ao consumo de drogas, comprometendo de vez a oportunidade de progresso que Deus lhes permitiu ter ao reencarnar.

O caso é que o personagem Chico Xavier já tivera a formação no bem desde há muitos séculos e fora preparado para trazer ao mundo centenas de livros edificantes e esclarecedores sobre os mais diferentes assuntos e ser o consolo de milhares de irmãos carentes do pão do corpo e da alma. Espírito bom não se cria em alguns anos e sim, em dezenas de experiências corpóreas e extrafísicas, moldado nos caminhos com o Nazareno. E Chico era um espírito assim: pronto para o trabalho.

Lembro André Luiz um de seus Espíritos protetores que diz: “Quando o servidor está pronto o serviço aparece”.

Em 1959 Chico passou por dificuldades muito grandes em Pedro Leopoldo, com um sobrinho seu, que também era médium psicógrafo de grande qualidade, mas que não tinha a moral ilibada de Chico. Por problemas amorosos, brada através de jornais e rádios que tudo o que fazia não provinha dos Espíritos e sim de sua própria mente, o que também, segundo ele, acontecia com o tio Chico Xavier. Foi um escândalo que somado a outros tantos problemas familiares e de saúde fez com que Chico deixasse definitivamente Pedro Leopoldo e se transferisse para Uberaba, distante quinhentos quilômetros.

03 – Chico Xavier e Waldo Vieira

Waldo Vieira é quem recebeu Chico Xavier em Uberaba, Waldo nasceu em Monte Carmelo – MG, em 12 de abril de 1932. Tinha então 27 anos, 22 a menos que Chico e nessa época era estudante de medicina. Desenvolveram trabalho mediúnico em conjunto na Comunhão Espírita Cristã, que resulta na publicação de diversos livros de alto nível. Tinha a psicografia tão desenvolvida que recebia sonetos em parceria com Chico, onde um escrevia uma parte e o outro complementava, sem que soubessem do que se tratava. O livro “Evolução em dois mundos” de André Luiz foi psicografado nas noites de quarta-feira e domingo com os médiuns recebendo os capítulos assim: Waldo Vieira em Uberaba e Chico Xavier em Pedro Leopoldo, em dias alternados. O livro se completa, escrito por dois médiuns 500 km distantes. E o livro é de uma profundidade tão grande que ainda não pode ser interpretado em sua totalidade. Também o livro “Mecanismos da Mediunidade”, de André Luiz, foi recebido dessa maneira pelos dois médiuns.

Como médium Espírita, psicografa sozinho as seguintes obras: Conduta Espírita, de André Luiz (FEB, 1960), Bem-Aventurados os Simples, de Valerium (FEB, 1962), Cristo Espera por Ti, de Honoré de Balzac (IDE, 1965), De Coração Para Coração, de Maria Celeste (FEB, 1962), Seareiros de Volta, de diversos espíritos (FEB, 1966), Sonetos de Vida e de Luz, também de diversos espíritos (IDE, 1966), Sol nas Almas, de André Luiz (CEC, 1964) e Técnicas de Viver, de Kelvin Van Dine (CEC, 1967).

Quando Chico Xavier e Waldo Vieira foram aos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália e França, entre os meses de junho e setembro de 1965, para divulgação do Espiritismo, foram acolhidos da melhor maneira possível. No exterior receberam mensagens espirituais em inglês e português. Quando regressaram, Waldo não quis mais trabalhar com Chico e mudou-se, depois de alguns meses, em 1966, para o Rio de Janeiro e tornou-se dissidente do Espiritismo para se dedicar à pesquisa da Experiência fora do corpo à chamada Projeção da Consciência, fenômeno que considera a chave para o desenvolvimento integral da consciência.

O que aconteceu com Waldo Vieira é o que comumente acontece com quem não está integrado plenamente com a espiritualidade superior. Isso vemos todos os dias naqueles que aparecem nas Casas Espíritas com a mediunidade explodindo e são convidados a desenvolver e educar a faculdade, mas preferem seguir mamom pelo mundo. Pensam que ser Espírita é uma dificuldade sem tamanho esquecendo que o conhecimento que se adquire, a melhoria da qualidade de vida espiritual que se atinge, a possibilidade de se conhecer o mundo em sua totalidade, com as leis divinas universais, entre outros, não tem serviço ou cansaço que faça o Espírita desistir. O Espírita sabe que com o seu esforço vai alcançar regiões de luz onde habitam os seres evoluídos que também trilharam os caminhos da Terra. Mas, em vez da libertação, milhares preferem ficar nas trevas da ignorância. É o livre arbítrio de cada um sendo exercido em plenitude.

Waldo Vieira foi cuidar de sua vida sem a preocupação de auxiliar Chico Xavier e atender milhares de pessoas que os buscavam, sem ter compromisso com o livro Espírita que liberta e ensina, sem ter que prestar contas de uma missão grandiosa que só é reservada para grandes Espíritos. Acredito que se Waldo tivesse andando junto a Chico Xavier seria hoje tão grande quanto o Chico.

04 – Waldo Vieira em outros campos de trabalho

Waldo se tornou dissidente do Espiritismo e em vídeos expõe alguns de seus preceitos atuais:

Waldo Vieira diz que foi filho de Chico Xavier em outra vida. Diz também que foi o Espírito Zéfiro, Espírito protetor da família Baudin, que auxiliou Allan Kardec na codificação do Espiritismo e quem deu essa notícia para eles foi o próprio Emmanuel. Chegou um tempo em que Zéfiro disse a Kardec que o deixaria para reencarnar. Waldo diz que Zéfiro era um espírito inferior, brincalhão.

Waldo diz que Chico já sabia que ele iria abandonar a missão no Espiritismo e Chico chorava por isso. Assim, o Waldo demorou alguns anos para tomar a decisão final e deixar o convívio com o Chico.

Waldo diz que Chico Xavier quando da ida para a Inglaterra, encontrou um povo tão fascinado que desejou ficar por lá e abandonar o Brasil. Waldo dissuadiu o Chico a voltar para o Brasil.

Penso que Chico utilizou o mesmo chavão que usamos quando viajamos para um lugar paradisíaco e parabenizamos o amigo que tem condições de ali permanecer. Comumente dizemos: - “como eu gostaria de ficar aqui para sempre”. Isso é da boca para fora porque somos cientes da missão que temos e do lugar onde fixamos bases para o trabalho. O paraíso está em qualquer lugar onde estejamos bem.

Waldo diz que Chico conseguiu alcançar o ápice, o ser existencial completo. O problema é que Waldo não aceitou que alguém passe a vida auxiliando os outros. O importante para ele é o autoconhecimento que se atinge através da projeciologia e outros estudos aos quais passou a se dedicar.

Waldo diz que Allan Kardec errou quando codificou o Espiritismo ao colocá-lo sob o manto da religião. Kardec viu que a nova ciência que estava nascendo apenas como ciência não daria certa, então colocou nela Jesus Cristo, para puxar o povo para a nova Doutrina.

Disse também que Kardec errou ao colocar santos católicos no Espiritismo. Santo Agostinho, São Paulo, Vianney (Cura D´ars), São Vicente de Paulo, Francisco Xavier, João Evangelista, São Luis e outros.

Esses Espíritos auxiliaram o Espírito de Verdade a codificar o Espiritismo e segundo os críticos isso deixou um ranço de catolicismo na Doutrina. Esquecem-se de que a evolução é inerente em todos nós.

Joana de Angelis foi a venerável Joana de Cusa, auxiliar de grande importância para Jesus e depois teve diversas reencarnações onde participou da igreja católica. Colaborou com a Codificação do Espiritismo através de mensagens, e hoje é um dos Espíritos mais atuantes dentro do Consolador Prometido. Isso se chama evolução. Ela participou do Cristianismo Apostólico, do Catolicismo e hoje divulga o Espiritismo. Todos têm o direito de evoluir.

Waldo refere-se à Kardec como um homem inteligente para o seu tempo e que aquilo que escreveu está ultrapassado. Lembro que muitos Espíritas fanáticos referem-se a Allan Kardec como sendo um Espírito perfeito, que quase se iguala a Jesus, enquanto Waldo refere-se a ele como uma pessoa muito comum, com poucos créditos. São os extremos avaliando uma mesma pessoa. Entendemos Allan Kardec como um grande Espírito, dos melhores que o mundo conheceu preparado para codificar o Consolador Prometido.

Para Waldo Vieira Allan Kardec foi um homem comum e mesmo cheio de problemas que se deixou influenciar pela Revolução Francesa, dizendo que os franceses daquela época necessitavam de religião e não de ciência e que por isso Kardec introduziu Jesus no Espiritismo. Então Kardec, quando formulou a nova doutrina, colocou nela Jesus Cristo para que o povo pudesse entender o que se propunha. Waldo faz a colocação de que Kardec foi muito imprudente na codificação e que se deixou enganar por Espíritos que foram na terra católicos praticantes. Por isso acha que o Espiritismo está cheio de erros e ranços católicos.

Waldo não respeita Jesus Cristo e refere-se, jocosamente, ao Divino Mestre como sendo J. C.

Certo dia comentei isso com um amigo e ele me disse: - “certamente o Waldo será chamado na espiritualidade de W.C”.

Waldo diz que existem Espíritos e que eles auxiliam nas viagens astrais. Fala de serenões que são seres desenvolvidíssimos, tranqüilos e despojados de dogmas religiosos, identidades nacionalistas ou doutrinações.

Segundo Waldo a projeção traz o autoconhecimento em sua totalidade, a possibilidade de viajar no tempo e no espaço sem barreiras, o acesso às diversas dimensões da realidade, o contato com entidades de todos os níveis de esclarecimento, a capacidade crescente de doação de energia para os necessitados.

Waldo expressa o que aconteceu com ele: sua formação começou com aulas de moral cristã Kardecista. Logo foi mergulhado num conflito muito grande, porque a exaltação da mediunidade é parte integrante do movimento Espírita. Waldo dizia:

- “Olha, é bom que, ao invés de mediunidade, vocês entrem no desdobramento. Sair do corpo e ir lá, ver a coisa diretamente. Se podemos eliminar o intermediário, por que ficar dependente de uma entidade que se manifesta por um médium?”.

Waldo diz que deixou o Espiritismo porque desejava aprender muito mais através da projeção da consciência e que o Espiritismo tolhia muito os seus movimentos e estava muito ligado ao auxílio ao próximo e isso não lhe interessava.

Com certeza respeitamos as colocações de Waldo Vieira e entendemos que o tempo haverá de esclarecer alguns de seus pontos de vista.

Para compreender e trabalhar com a espiritualidade superior a pessoa tem que vibrar na mesma sintonia. Por isso sempre dizemos que a pessoa que tem missão superior já vem preparada para compreender e cumprir essa missão. Não importa os conflitos que enfrenta, a espiritualidade sempre fica num plano acima dos problemas e a pessoa busca de todas as formas alcançar os objetivos traçados na espiritualidade antes da reencarnação.

05 – Os Espíritos do Senhor

Para dirimir dúvidas sobre a questão dos Espíritos comunicantes que haviam pertencido às hostes Católicas e Espíritos de outras correntes filosóficas e do porque da Codificação do Espiritismo, colocamos aos amigos o prefácio de O Evangelho Segundo o Espiritismo escrito pelo Espírito de Verdade, através da via mediúnica.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

PREFÁCIO

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.

Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.

As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.

Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

O ESPÍRITO DE VERDADE

NOTA - A instrução acima, transmitida por via mediúnica, resume a um tempo o verdadeiro caráter do Espiritismo e a finalidade desta obra; por isso foi colocada aqui como prefácio.

06 – Assumindo uma personalidade do passado

No livro Cem anos de Chico Xavier, Carlos Bacelli diz que Waldo Vieira quando voltou da viagem aos EUA e Europa com Chico, assumiu uma personalidade do passado e então foi morar no Rio de janeiro deixando o Espiritismo para assumir as funções de médico e dentista no qual tinha formação. A expectativa em torno da mediunidade de Waldo Vieira era tão grande, que, segundo Chico, alguns Espíritos o denominavam de “Cavaleiro da Esperança”.

Com a desvinculação de Waldo, deixando-o a sós, com imenso trabalho na Comunhão Espírita Cristã, Chico, alma sensível, sofreu muito. Via o trabalho crescer e o amigo a quem depositava confiança no futuro se afastar sem maiores motivos para tanto.

07 – Um pouco de história dos primórdios do Espiritismo

Waldo diz que foi o Espírito Zéfiro, que muito auxiliou Kardec no início da Codificação do Espiritismo. Conta que Emmanuel é quem revelou isso para ele e para o Chico Xavier. Waldo diz que Zéfiro era um espírito inferior, brincalhão.

Vamos comentar isso aos amigos.

A família Baudin era composta por Émile-Charles, Clémentine e as filhas Caroline e Julie e costumava fazer reuniões espíritas em seu lar quando ainda residia na Ilha da Reunião, uma colônia francesa, na costa oriental da África, pertencente à França desde 1638.

As reuniões Espíritas dessa família na Ilha passaram a ser dirigidas por um Espírito, que se apresentou como seu Guia Espiritual. Quando lhe indagaram o nome, o visitante espiritual respondeu: “Sou o Zéfiro da verdade. Chamem-me por este nome”.

Certa noite, Zéfiro previu que a família mudaria brevemente para Paris: “Lá, procurarei manter contato com um velho amigo e chefe, desde o nosso tempo de Druidas”.

Nessa época, os Baudin não vislumbravam, nem de longe, a possibilidade de morar na França. No entanto, não demorou muito, ocorreu uma crise no comércio do café e do açúcar, principais produtos das atividades agrícolas e comerciais da família, que, por essa razão, foi obrigada a mudar para a França, em 1855.

As reuniões mediúnicas continuaram em Paris. Zéfiro riscava suas respostas na lousa às perguntas da família Baudin e convidados.

Numa certa noite, o senhor Denizard Rivail e sua esposa Amelie Boudet, aceitaram o convite para participar de uma reunião Espírita na casa da família Baudin.

O Espírito Zéfiro estava presente na reunião. Rivail foi por ele saudado de uma forma que ninguém inicialmente entendera: - “Salve, caro Pontífice, três vezes salve!” Sem compreender o sentido daquela aparentemente bizarra saudação, os assistentes deliciaram-se em boas gargalhadas. “Pontífice”?!... O senhor Baudin, sentia-se constrangido, não entendia o ocorrido e tentou atribuir ao caráter espirituoso de Zéfiro aquela possível brincadeira. Mas o fato é que Rivail aceitou a descontração e devolveu: - “minha bênção apostólica, meu filho”. E o pequeno público assistente novamente caiu em boas gargalhadas.

Mas o Espírito Zéfiro logo interviria para por fim à zombaria e ao constrangimento, explicando que Rivail houvera sido um alto sacerdote Druida, com o nome de Allan Kardec, ao tempo de Julio César, na antiga Gália, hoje França, nos anos 50 antes de Cristo. E que ele, Zéfiro, fora contemporâneo de Rivail em encarnação daqueles idos tempos. (os Druidas eram juízes, filósofos, professores, com altas funções na sociedade Celta, um povo guerreiro que acabou dominado pelo Imperador romano Julio César, depois de uma bárbara invasão do território celta).

Iniciou-se, ali naquela reunião descontraída da família Baudin, um novo tempo de conhecimento para a Humanidade, o nascimento de uma Doutrina inovadora e reveladora, firmada num tripé inédito: a Religião, a Filosofia e a Ciência.

Essa revelação fez com que o professor Rivail adotasse o nome Allan Kardec para assinar os livros da Doutrina Espírita, que ele codificaria.

A partir daquele encontro de Zéfiro com Rivail, seriam fornecidas as primeiras respostas de "O Livro dos Espíritos". E as personagens mediúnicas escolhidas para a psicografia seriam justamente as jovens meninas, filhas do casal Baudin, Caroline com 18 anos e Julie com apenas 15 anos.

O "roc" era um lápis de pedra amarrado a uma tupia, ou seja, uma cestinha de vime, pelos quais os escritos iam surgindo numa lâmina de pedra portátil (ardósia). Por esse meio absolutamente rudimentar advieram as primeiras escritas psicográficas com que o Espírito Zéfiro começou a ditar "O Livro dos Espíritos", que viria a ser revisto e complementado pela mediunidade da jovem Ermance Dufaux de 16 anos e Ruth Celine Japhet, de 20 anos, sendo certo que toda a obra, no fundo e na forma, foi revista e corrigida pelos próprios Espíritos que a inspiraram.

Depois de Zéfiro, compareceram na seqüência psicográfica desse primeiro livro vários Espíritos Superiores, sendo que Zéfiro já anunciara o comparecimento de alguns deles nas primeiras reuniões com o professor Rivail: Santo Agostinho, João Evangelista, Vicente de Paulo, Sócrates, Fénelon, Swedenborg e Hahnemann.

Waldo diz que Zéfiro era um Espírito de baixo nível espiritual, um brincalhão. Na verdade ele foi escolhido para provocar a apresentação dos Espíritos que completariam a Revelação a Allan Kardec. Sabemos então que ele se encontrava com todos os Espíritos que formaram a Codificação: Sócrates, Paulo de Tarso, Erasto, Fénelon, São João Evangelista, São Luis e outros expoentes do mundo. Como diria um amigo meu, em trocadilho: - “Estava mal acompanhado”.

Analisando a qualidade superior dos Espíritos que acompanhavam Zéfiro, podemos afirmar que ele não era um Espírito de baixo nível. Não há como dissociar a Codificação com o trabalho de Espíritos de alta qualidade que realizaram o trabalho. Esses Espíritos superiores é que formaram a falange do Senhor para a Codificação. Tanto isso é verdade que Kardec colocou no prefácio de O Evangelho Segundo o Espiritismo a mensagem do Espírito da Verdade que diz no início:

“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos”.

Waldo diz que Zéfiro era brincalhão com as pessoas, mas isso não quer dizer que não pode ser evoluído, pois sabemos que os Espíritos de luz são os mais felizes que conhecemos. Estão sempre com um sorriso nos lábios e não fazem cara feia para ninguém. Só o fato de andar junto e apresentar a Kardec essa plêiade de Espíritos de Escol, dá para ver que Zéfiro era de bom nível espiritual.

Com certeza, Jesus não deixaria que um Espírito de baixo nível gerasse as apresentações dos Espíritos superiores a Allan Kardec, o que determinou a Codificação.

08 – Chico Xavier quando criança e o Espírito do menino

O médico cirurgião plástico paulista Dr. Oswaldo de Castro conta que conheceu e conviveu com Chico Xavier durante muitos anos. Chico contou-lhe a história dele e de Waldo Vieira. Não foi por acaso que Waldo apareceu na vida de Chico.

Todos conhecemos a história do Chico que via a mãe em Espírito, no fundo do quintal, assim que ela desencarnou. Certa vez, Chico confidenciou ao Dr. Oswaldo que não era só sua mãe que aparecia, mas outras entidades. Via Waldo Vieira também, sob a forma de menino. Quando Chico ia brincar com algum menino no primário, Waldo aparecia para o Chico e avisava - “Não brinca com esse menino, que ele não te serve”.

Em uma de suas encarnações, na Espanha, Waldo Vieira foi filho de Chico Xavier e foi levado por um circo que percorria o país, quando tinha uns seis anos. Chico disse que chorou muito, mas era muito pobre e tinha dificuldades para procurá-lo.

- “Fiquei vinte anos procurando o menino; quando eu consegui localizar o circo, me disseram: seu menino foi morto a doze anos”, confidenciou Chico Xavier.

Certa vez, o menino que depois se chamaria Waldo se apresentou e disse: - “Chico, eu vou me despedir porque preciso reencarnar. Não saia de perto de Pedro Leopoldo que um dia eu venho te buscar”. Emmanuel nunca disse ao Chico onde Waldo havia reencarnado.

Nascido em Monte Carmelo – MG, Waldo Vieira, quando adolescente, foi orientado por uma médium extraordinária para que fosse estudar em Uberaba, que lá muita coisa iria se desencadear. Acolhido pelo professor Mário Palmério, teve estudo e moradia de graça. Ele era inteligente e estudioso. Fez o ginásio, o científico, conhecia a Doutrina Espírita, mas ainda não havia tido contato com Chico que era perseguido em Pedro Leopoldo nessa época.

Ao encontrar pela primeira vez Waldo, Chico ficou emocionado, mas não disse nada. Passado um ano, Waldo Vieira foi visitar o médium em Pedro Leopoldo, encontrando-o em sofrimento, com repercussões na saúde. Chico não podia continuar mais ali. Disse, então: “Chico, eu vim te buscar. Você vai para Uberaba”. Quando ele falou isso, os dois choraram emocionados!

Chico nunca comentou porque Waldo Vieira não continuou com sua tarefa no mandato mediúnico. Dizia apenas que Waldo, quando foi para os Estados Unidos, caiu numa personalidade do passado e deixou completamente a Doutrina. Sua mediunidade era extraordinária.

Certa vez, diante da fila que se formava em frente à Comunhão Espírita Cristã para recebimento das cestas de alimento, Waldo disse que tinha tido um sonho. - “Eu vi todo esse pessoal aqui na fila, mas nós estávamos fardados”. O entendimento desse sonho vem através da explicação do Dr. Bezerra de Menezes, que havia lhe dito que lá pelos anos 60, 70 d.C., Eurípedes Barsanulfo era general e perseguidor do Cristianismo e o Waldo também. Eurípedes se converteu ao Cristianismo, chegou para as tropas e disse: - “Em nome de Jesus Cristo, deponham suas armas.” O Waldo foi o primeiro. Eurípedes, através de reencarnações, foi reunindo aquelas vítimas, que acabaram por reencarnar em Sacramento – MG, onde ele nasceu e desencarnou cuidando de todos até o fim, vitimados pela gripe espanhola. Bezerra diz que Eurípedes Barsanulfo, para ser um Eurípedes Barsanulfo demorou mil e oitocentos e tantos anos. Chico disse que Eurípedes é tão humilde que não deixa aparecer. - “Eu sei que ele nos ajuda”, comentou o Chico.

O entendimento da espiritualidade é algo inerente a cada ser. Quanto mais simples a pessoa, mais facilmente compreende as leis do universo, Deus e Jesus.

09 – Dona Maria Daminelli Marini

Minha mãe, dona Maria D. Marini, trabalhou espiritualmente por mais de quarenta anos, sem nunca esmorecer. Trabalhou com o Dr. Bezerra e outras entidades de luz enquanto estava na Terra. Com o desencarne, continuou o seu trabalho junto a esses mentores e encontra no trabalho espiritual a sua plenitude. Muita gente não sabe, mas a dona Maria também tinha a possibilidade de sair do corpo em projeção astral. Viajava espiritualmente até Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades da Terra e do mundo espiritual para auxiliar no tratamento de irmãos necessitados. E ela nunca falou em deixar o Espiritismo para seguir projeciologia ou outra doutrina qualquer. Ela entendia Jesus como ninguém e só quem entende o Divino Mestre trabalha incansavelmente por Ele, dentro do Espiritismo, por ser uma Doutrina libertadora.

10 – Yvonne do Amaral Pereira

A Yvonne Pereira foi uma das maiores médiuns Espíritas de todos os tempos, tendo escrito livros de altíssima qualidade através da psicografia e também contando os seus desdobramentos espirituais junto com seus Guias. Esses desdobramentos eram realizados com tal perfeição que ela se sentia como se estivesse em vigília. Ensinamentos fantásticos foram ministrados através das narrativas dessa médium e que estão expostos em seus livros. Todo Espírita que se preze já leu os seus livros e podemos dizer sem medo de errar que ela foi médium Espírita por excelência. E Yvonne Pereira nunca falou em abandonar o Espiritismo para seguir outras doutrinas filosóficas. O Espiritismo foi para ela a nave segura que a conduziu por todos os momentos da vida.

11 – Conclusão

Waldo deixou o Espiritismo por que não desejava cumprir o mesmo tipo de trabalho que Chico Xavier realizava. Pretendia alçar vôo em outros rumos, o que o livre arbítrio lhe conferiu como possibilidade. Ele teve o direito de discordar de Kardec, do Espiritismo e de Jesus Cristo. Convém lembrar que a sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória. Enquanto fez de sua vida o que bem entendeu quanto à projeciologia, Chico trabalhou incansavelmente por Jesus dentro da Doutrina Espírita.

Waldo Vieira era um médium com a mesma capacidade técnica de receber mensagens que Chico Xavier. Se tivesse seguido com o Chico por certo alcançaria o mesmo patamar espiritual do grande médium. Teria feito nesta encarnação o montante de trabalho que valeria por séculos. Preferiu seguir por outros rumos e não passa de um mero desconhecido, só seguido por seus adeptos. Chico conseguiu atingir o Nirvana. Será que Waldo conseguiu isso? Chico esclareceu milhares de pessoas. Quantas Waldo conseguiu esclarecer?

A pergunta fica ao amigo: será que Waldo terá a mesma recepção na espiritualidade, quando desencarnar, que teve o grande médium Chico Xavier?

Chico Xavier quando desencarnou, segundo mensagem de Joana de Angelis através de Divaldo Pereira Franco e Dr. Inácio Ferreira em livro através de Carlos Bacelli, teve o amparo dos Espíritos que o guiaram na missão na Terra e por fim, foi recebido pelo Mestre Jesus que o conduziu às regiões de luz imorredoura.

Chico compreendeu e amou tanto Jesus que sempre que pronunciava o Seu nome o fazia com a maior reverência possível, pois conseguia compreender a grandiosidade do Mestre Divino. E sempre compreendeu que a melhor forma de homenagear Jesus é seguindo e difundindo o Seu evangelho rigorosamente. Milhares de Espíritos e de pessoas foram pelo Chico auxiliados, confortados, aquecidos, alimentados, educados na Doutrina do bem. Ao contrário de Waldo, Chico Xavier sempre entendeu a resplandecência de Jesus Cristo e fez de sua vida um tributo à caridade e o amor ao próximo.

Chico compreendeu a mensagem de Jesus quando disse: - “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Chico Xavier seguiu a recomendação do Espiritismo que diz que “Fora da caridade não há salvação” e do Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso que assim definiu a caridade:

Caridade segundo São Paulo

Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine. E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até a ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada. E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar às profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade. (Paulo, I Coríntios, XIII: 1-7 e 13).

Luiz Marini - 01 de junho de 2010

Chico Xavier o grande seareiro de Jesus

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