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Minha mãe, uma senhora simpática prestes a completar seus 67 anos, está morando comigo. Em meio a todas as informações que chegam, diariamente, sobre o cenário de pandemia que o mundo atravessa, ela vem aprendendo a, cada vez mais, checar as correntes, áudios e vídeos que apitam, quase que de minuto a minuto, em seu smartphone (pedi muito para que não ajudasse a propagar fake news e ela vem me ouvindo).

Outro dia, enquanto assistíamos ao noticiário, ela me questionou sobre este texto que você lê agora, quando perguntou o que eu escreveria sobre esses últimos dias.

Respondo, agora, que estamos aprendendo (e acredito que aprenderemos ainda muito mais) sobre a fusão de dois prefixos gregos, que originaram aquela tal palavra "empatia", sabe? Diz o dicionário informal que o significado disso é "a mais complexa capacidade que uma pessoa pode desenvolver durante a vida, pois consiste em fazer uma viagem para fora de si, na tentativa de enxergar as situações da vida de uma outra pessoa sob o ponto de vista dela; e, ao mesmo tempo, procurar estar isento de seus pontos".

Pois bem, quem sabe seja esse um enorme exercício para a humanidade sair um pouco de suas bolhas para enxergar as dores e necessidades do outro, principalmente, dos mais esquecidos e negligenciados.

E, não sejamos hipócritas, isso tem força porque atinge diretamente a todos nós e pode ser fatal para parentes e amigos próximos. Já para os que pensam além, bate à porta a consciência de que precisamos nos unir pelos mais fracos nesta luta, que ainda está começando por aqui, para que não tenhamos um resultado pior do que os números que vemos no exterior.

E, como comentei ao iniciar essa reflexão, enquanto há quem veja o cenário como "histeria, fantasia e neurose", quis a vida que a pessoa mais importante para mim estivesse próxima neste momento de tantos cuidados e incertezas. Talvez seja esse o momento de aproveitar esse tempo - de ficar em casa e não de férias -, para dar mais atenção a quem mora com você, para mandar uma mensagem para um amigo distante ou surpreender alguém especial com uma ligação sem pressa para terminar.

Quem sabe seja essa aproximação - não física, mas empática - que irá nos salvar. E, talvez, seja o amor que temos pelos nossos que fará com que enxerguemos melhor o egoísmo, os privilégios e a nossa responsabilidade no cuidado com o que temos de mais importante (e frágil): nossas vidas.

Que nosso afastamento sirva de reflexão para nos unirmos mais, quando pudermos nos abraçar.

Ana Beatriz Garcia Santos
Fonte jcnet.com.br/opiniao/articulistas/2020/03/718644-amor-em-tempos-de-...

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