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Global Social
Seguir a luz para encontrar o caminho
Por: Leda Maria Flaborea
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro para que
a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (1)
Se formos ao dicionário, encontraremos a palavra pedra como sinônimo de dureza. Entretanto, Jesus recorreu a ela, muitas vezes, para significar firmeza. Ele próprio chamou Pedro, Seu discípulo de “rocha viva de fé”. Cada um de nós admira essa firmeza de fé, não importa de onde venha. O que não podemos é repousar sobre a firmeza alheia, esquecendo de construir nossos próprios alicerces.
Tudo na vida convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação.
Dizemos a todo instante que acreditamos em Deus, no Seu poder, na Sua bondade e na Sua justiça. Mas, também, a todo instante, só temos fé quando Ele cura nossos males, alivia as dores e as aflições, ou quando estamos relativamente felizes ou em paz. No Deus que permite que as tentações nos rondem a existência; que nos convida a lutar contra elas, tendo por suporte a firmeza de nossa fé; que testa essa firmeza quando nos envia padecimentos como experiências imprescindíveis ao nosso crescimento, nesse Deus não temos fé.
Muitos possuem assim a singular disposição em matéria de fé: hoje creem, amanhã descreem. Ontem, se entregavam a firmes manifestações de fé; entretanto, porque alguém não se curou de algum mal, hoje perdeu a confiança, e se entregou ao longo caminho da negação. Ontem, iniciaram a prática do bem com fé e vontade, através do serviço e do consolo aos que sofrem; mas, alguém lhes tocou com os espinhos da ingratidão, e hoje, abandonam o serviço e os propósitos de fazer o bem.
Não compreenderam – e muitos de nós ainda não compreendem – que o exercício do amor não pode cansar o coração. Apesar de laboriosamente conquistarmos ou buscarmos conquistar os talentos da fé, do conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, nada disso nos pertence. O poder da fé, o esclarecimento através do conhecimento, a capacidade de consolar e servir na Seara do Mestre são bênçãos de Deus. É Dele o poder e não nosso. Quando compreendemos isso, entendemos também que nosso planeta não é lugar só de alegrias. Encontramos, ao contrário, lágrimas e penas amargas em todos os cantos. Entendemos, também, que os problemas da alma não estão circunscritos a dias ou a semanas terrenas, e nem podem viver acondicionados a deficiências físicas. Os problemas da alma são problemas de vida, de renovação e de eternidade. Se nos cansarmos de ter fé, de ter esperança, de praticar o bem por causa do mal que nos cerca, seja em nós mesmos ou no ambiente em que vivemos, como conseguiremos colher com nossas próprias mãos os benefícios que estão reservados para nós no futuro?
Até alcançarmos triunfo pleno sobre nossos desejos malsãos, sofreremos na vida, seja no corpo de carne ou além dele, os flagelos da tentação. Não é fácil nos desligarmos das forças que nos prendem aos círculos menos elevados da vida. Por essa razão, a vida continua semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da experiência. Se a tentação nasce de nós porque ainda estamos imersos em nossos impulsos instintivos não dominados, o chamado à educação e ao aprimoramento vem de Deus.
Devagar, o trabalho e a dor, a enfermidade e o término da vida terrena nos fazem reconsiderar os caminhos até agora percorridos, impulsionando nossas mentes para a Esfera Superior. Quando compreendemos que as aflições são um mal necessário, compreendemos, também, que o remédio que nos ajudará a suportá-lo é a firmeza de nossa fé na justiça divina e no Seu infinito amor por todos os Seus filhos.
Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos separam da Paternidade Celeste: o orgulho nos cega; o egoísmo nos tranca o coração; a vaidade nos ergue falsos tronos de favoritismo indébito, nos afastando da realidade; a ambição inferior nos lança em abismos de fantasias destruidoras; a revolta forma tempestades sobre nossas cabeças; a ansiedade nos fere a alma. E através desses sentimentos conflitantes e aflitivos, com os quais julgamos pertencer ao corpo físico, nos esquecemos de que todo patrimônio material que nos circunda representa empréstimos de forças e possibilidades para descobrirmos a nós mesmos e nos valorizarmos como filhos do Pai Criador. “É o conflito da luz e da treva em nós mesmos”, e, por essa razão, Emmanuel nos orienta a “seguirmos a luz para acertarmos o caminho”.
“Todos os talentos que conquistamos, toda a capacidade de poder servir e todo fortalecimento das virtudes, sentimentos contrários às imperfeições que são os obstáculos a nos separar da Vida Superior”, na feliz definição do Apóstolo Paulo, “transportamos no vaso de barro da nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda santificação, toda excelência e toda beleza da vida não nos pertence de modo algum, mas sim à glória de nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre.” Pela Sua infinita bondade, empresta-nos, oferece-nos todas as oportunidades, para que possamos crescer, evoluir e progredir espiritualmente em direção ao Seu amor.
Tudo que precisamos conquistar para nos tornarmos criaturas melhores está aí, às nossas vistas. Por não enxergarmos as possibilidades oferecidas, permanecemos mergulhados na amargura, na infelicidade e no desânimo, colocando-nos como vítimas e não como agentes na manutenção desse estado. Culpamos os outros, à vida e a Deus, por não nos darem oportunidades de melhoria. Quase sempre, esperamos que a solução venha do Alto, como chuva de luzes, resolvendo todos os nossos problemas, arrancando-nos dessa apatia que sentimos diante das dificuldades, aliviando nossos padecimentos, sem precisarmos nos levantar, arregaçar as mangas e partir para o trabalho.
Não temos fé na Providência Divina? Às vezes temos, mas é uma fé vacilante. Fé daquele que só crê porque consegue ajuda momentânea e transitória. Quando acaba o efeito da ajuda, termina a fé. É difícil compreender que se a aflição é proporcional à falta cometida, o benefício, também, será proporcional ao mérito do nosso trabalho.
Deus não tem dois pesos e duas medidas. A fé é um estado de graça, bênção divina, que precisa ser fortalecida a cada dia, e isso só acontece quando transformamos essa fé em obras no bem, a começar por nós mesmos.
Bibliografia:
(1) PAULO, II Coríntios, 4:7.
(2) EMMANUEL (Espírito)
Li, certa vez, um ditado: Ao pé do farol não há luz.
Mas o que dizer quando nos referimos não a uma proximidade geográfica, mas sim emocional, como a relação entre pais e filhos?
Somente hoje, distante dos meus pais, enxergo o suficiente para ver, com relativa nitidez, a luz de seu farol. Compreendo a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.
Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas águas e intempéries daquilo a que chamamos vida para vislumbrar, não somente o que me tornei, mas também para reconhecer a segurança do cais do qual parti.
Como todo jovem, clamava por liberdade. Aos pés do farol, contemplava deslumbrado o mar que à minha frente se expandia. Assim, tão cheio de possibilidades. E de perigos.
Perigos dos quais, por tantas vezes, fui alertado por meus pais que, com o farol de seu amor, iluminavam-me o caminho e a melhor rota a seguir.
Mas eu, que estava aos pés do farol, enxergava apenas a beleza do horizonte e meus olhos, teimosos e orgulhosos, não percebiam a dureza do percurso.
Hoje eu sou pai...
* * *
Meus filhos cresceram, amadureceram, ganharam mais e maiores responsabilidades e percebo que, como muitos pais, continuo a tratá-los como se tivessem a mesma idade, a mesma mentalidade, as mesmas fragilidades.
Agora compreendo que, para aprender a navegar, é necessário desafiar as tormentas e as borrascas do mar.
É chegada a hora de aceitar um dos mais difíceis e inevitáveis desafios da vida: se nossos filhos estão ao pé do farol, eles só poderão ver a luz se adentrarem ao mar.
Fala-nos o poeta Khalil Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria: pois assim como ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.
* * *
Felizes aqueles que compreendem a dinâmica da vida.
Filhos, contemplem a vida em suas infinitas possibilidades, porém o façam através da luz que, zelosos, seus pais lançam sobre ela, a fim de protegê-los dos percalços do caminho.
Pais, tomem seus rebentos pelas mãos com o intuito de conduzi-los. Porém, lembrem-se de que guiar, indicar a direção a seguir, não é sinonimo de caminhar pelo outro.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Fonte: www.Earth-Keeper.com
Tradução: Vera Corrêa - E-mail: veracorrea46@ig.com.br
http://sementesdasestrelas.blogspot.com.br/2015/03/arcanjo-metatron-o-
Princípios Redentores
Não se esqueça de que Deus é o tema central de nossos destinos.
Deseje o bem dos outros, tanto quanto deseja o próprio bem.
Concorde imediatamente com os adversários.
Respeite a opinião dos vizinhos. Evite contendas desagradáveis.
Empreste sem aguardar restituição.
Dê seu concurso às boas obras, com alegria.
Não se preocupe com os caluniadores.
Agradeça ao inimigo pelo valor que ele lhe atribui.
Ajude as crianças.
Não desampare os velhos e doentes.
Pense em você, por último, em qualquer jogo de benefícios.
Desculpe sinceramente.
Não critique a ninguém.
Repare seus defeitos, antes de corrigir os alheios.
Use a fé e a prudência.
Aprenda a semear, preparando boa ceifa.
Não peça uvas ao espinheiro.
Liberte-se do peso de excessivas convenções.
Cultive a simplicidade.
Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas.
Estimule as qualidades nobres dos companheiros.
Trabalhe no bem de todos.
Valorize o tempo.
Metodize o trabalho, sabendo que cada dia tem as suas obrigações.
Não se aflija.
Sirva a toda gente sem prender-se.
Seja alegre, justo e agradecido.
Jamais imponha seus pontos de vista.
Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.
As
ciências sociais de hoje apresentam semelhantes princípios como
novidades. No entanto, são antigos. Chegaram à Terra, com o Cristo, há
quase vinte séculos. Nós outros, porém, espíritos atrasados no
entendimento, somos ainda tardios na aplicação.
Xavier, Francisco Cândido/ Andre Luiz. Da obra: Agenda Cristã.
Todas as criaturas gozam o tempo – raras aproveitam-no.
Corre a oportunidade – espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem – estragando as dádivas recebidas.
Cada dia é um país – de vinte e quatro províncias.
Cada hora é uma província – de sessenta unidades.
O homem, contudo, é o semeador – que não despertou ainda.
Distraído cultivador, pergunta: - que farei?
E o tempo silencioso responde, com ensejos benditos:
De servir – ganhando autoridade.
De obedecer – conquistando o mundo.
De lutar – escalando os céus.
O homem, todavia, - voluntariamente cego.
Roga sempre mais tempo – para zombar a vida,
Porque se obedece – revolta-se orgulhoso,
Se sofre – injuria e blasfema,
Se chamado a conta – lavra reclamações descabidas.
Cientistas – fogem da verdadeira ciência.
Filósofos – ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos – negam a religião.
Administradores – retiram-se da responsabilidade.
Médicos – subtraem-se à medicina.
Literatos – furtam-se à divina verdade.
Estadistas – centralizam a dominação.
Servidores do povo – buscam interesses privados.
Lavradores – abandonam a terra.
Trabalhadores – escapam do serviço.
Gozadores temporários – entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho – apanham borboletas da fantasia.
Desfrutam a existência – assassinando-a em si próprios.
Possuem os bens da Terra – acabando possuídos.
Reclamam liberdade – submetendo-se à escravidão.
Mas chega, um dia – porque há sempre um dia mais claro que os outros,
Em que a morte surge – reclamando trapos velhos...
O tempo recolhe, então, apressado – as oportunidades que pareciam sem fim,
E o homem reconhece – tardiamente preocupado,
Que a Eternidade infinita – pede contas do minuto...
André Luiz
(Do livro “Coletânea do Além”, FCXavier)
Ninguém evolui num dia ou para um dia apenas.
Carecemos de tempo para entender o bem e praticá-lo diuturnamente, absorvendo-o em profundidade, na alma, para o eterno futuro.
Um só pensamento bom, um só ato digno, uma só lição assimilada, não nos bastam à melhoria.
Necessário repetir testemunhos de aprendizado e renovação.
A fraternidade há de avivar-nos o raciocínio, vincar-nos a memória, calejar-nos a mãos, modelar-nos a vida.
Eis porque o espírita, na experi6encia terrestre, precisa repisar atitudes, transpirar no dever e persistir no posto individual de trabalho, ano após ano, para só então se sentir realmente sintonizado com os Bons Espíritos e com os desígnios do Alto, mantidos a seu respeito.
No setor administrativo da instituição doutrinária, há de conhecer tão bem o seu mister, que nenhuma decepção não mais o surpreenda.
No estudo, há de desarticular tantas mesas, consumir tantas cadeiras e deformar tantos livros e material correspondente, sem perceber, que duvidará de semelhantes desgastes.
Na mediunidade, há de amar e compreender tanto os espíritos e os homens que qualquer incompreensão não mais lhe fará perder a paciência.
Na exemplificação da verdade, há de se familiarizar tanto com as necessidades das criaturas que penetrará os anseios do próximo, em muitas ocasiões, apenas por vê-lo.
Na assistência social, há de se inteirar tanto dos menores problemas que lhe dizem respeito, segundo as épocas do ano, as pessoas, os desfavorecidos e os sofrimentos, que se espantará ao perceber o quanto conhece de ciência mental e vida prática.
No culto do Evangelho, há de abordar tantos temas e lições, enfrentando tantos imprevistos e dificuldades, que o terá para si na condição de tarefa claramente imprescindível.
Na imprensa e na tribuna espíritas, há de se habituar tanto com o manejo e os efeitos das palavras que as cultivará e selecionará com devotamento espontâneo.
No campo das provas necessárias, há de exercitar tanto entendimento e tanta paciência diante da dor, que acabará sofrendo todas as humilhações e tribulações da romagem terrestre com o equilíbrio de quem atingiu inarredável serenidade.
Confronta o teu período de conhecimento espírita com o serviço que apresentas na existência humana.
Lógica disciplinando diretrizes, esperança enriquecendo ideais, entendimento clareando destinos, o Espiritismo faz o máximo por nós, sendo sempre o mínimo o esforço que fazemos por ele, nos empreendimentos que nos cabem em auxílio a nós mesmos, no seio da Humanidade.
ANDRÉ LUIZ
Senhor, neste ano que se inicia....
Não te pedimos a isenção das provas necessárias, mas apelamos para sua misericórdia, a fim de que as nossas forças consigam superá-las.
Não te rogamos a supressão dos problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o apoio do teu amor, para que lhes confiramos a devida solução com base em nosso próprio esforço.
Não te solicitamos o afastamento dos adversários que nos entravam os passos e obscurecem o caminho; todavia, contamos com o teu amparo de modo que aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes o concurso.
Não te imploramos imunidades contra as desilusões que porventura nos firam, mas exortamos o teu auxílio a fim de que lhes aceitemos sem rebeldia a função edificante e libertadora,
Não te suplicamos para que se nos livre o coração de penas e lágrimas; contudo, rogamos à tua benevolência para que venhamos a sobre estar-lhes o amargor, assimilando-lhes as lições!!..
Senhor, que saibamos agradecer a tua proteção e a tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de tua vigilância e de tua benção!..
Chico Xavier - Emmanuel
Seguir a luz para encontrar o caminho
Por: Leda Maria Flaborea
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro para que
a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (1)
Se formos ao dicionário, encontraremos a palavra pedra como sinônimo de dureza. Entretanto, Jesus recorreu a ela, muitas vezes, para significar firmeza. Ele próprio chamou Pedro, Seu discípulo de “rocha viva de fé”. Cada um de nós admira essa firmeza de fé, não importa de onde venha. O que não podemos é repousar sobre a firmeza alheia, esquecendo de construir nossos próprios alicerces.
Tudo na vida convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação.
Dizemos a todo instante que acreditamos em Deus, no Seu poder, na Sua bondade e na Sua justiça. Mas, também, a todo instante, só temos fé quando Ele cura nossos males, alivia as dores e as aflições, ou quando estamos relativamente felizes ou em paz. No Deus que permite que as tentações nos rondem a existência; que nos convida a lutar contra elas, tendo por suporte a firmeza de nossa fé; que testa essa firmeza quando nos envia padecimentos como experiências imprescindíveis ao nosso crescimento, nesse Deus não temos fé.
Muitos possuem assim a singular disposição em matéria de fé: hoje creem, amanhã descreem. Ontem, se entregavam a firmes manifestações de fé; entretanto, porque alguém não se curou de algum mal, hoje perdeu a confiança, e se entregou ao longo caminho da negação. Ontem, iniciaram a prática do bem com fé e vontade, através do serviço e do consolo aos que sofrem; mas, alguém lhes tocou com os espinhos da ingratidão, e hoje, abandonam o serviço e os propósitos de fazer o bem.
Não compreenderam – e muitos de nós ainda não compreendem – que o exercício do amor não pode cansar o coração. Apesar de laboriosamente conquistarmos ou buscarmos conquistar os talentos da fé, do conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, nada disso nos pertence. O poder da fé, o esclarecimento através do conhecimento, a capacidade de consolar e servir na Seara do Mestre são bênçãos de Deus. É Dele o poder e não nosso. Quando compreendemos isso, entendemos também que nosso planeta não é lugar só de alegrias. Encontramos, ao contrário, lágrimas e penas amargas em todos os cantos. Entendemos, também, que os problemas da alma não estão circunscritos a dias ou a semanas terrenas, e nem podem viver acondicionados a deficiências físicas. Os problemas da alma são problemas de vida, de renovação e de eternidade. Se nos cansarmos de ter fé, de ter esperança, de praticar o bem por causa do mal que nos cerca, seja em nós mesmos ou no ambiente em que vivemos, como conseguiremos colher com nossas próprias mãos os benefícios que estão reservados para nós no futuro?
Até alcançarmos triunfo pleno sobre nossos desejos malsãos, sofreremos na vida, seja no corpo de carne ou além dele, os flagelos da tentação. Não é fácil nos desligarmos das forças que nos prendem aos círculos menos elevados da vida. Por essa razão, a vida continua semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da experiência. Se a tentação nasce de nós porque ainda estamos imersos em nossos impulsos instintivos não dominados, o chamado à educação e ao aprimoramento vem de Deus.
Devagar, o trabalho e a dor, a enfermidade e o término da vida terrena nos fazem reconsiderar os caminhos até agora percorridos, impulsionando nossas mentes para a Esfera Superior. Quando compreendemos que as aflições são um mal necessário, compreendemos, também, que o remédio que nos ajudará a suportá-lo é a firmeza de nossa fé na justiça divina e no Seu infinito amor por todos os Seus filhos.
Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos separam da Paternidade Celeste: o orgulho nos cega; o egoísmo nos tranca o coração; a vaidade nos ergue falsos tronos de favoritismo indébito, nos afastando da realidade; a ambição inferior nos lança em abismos de fantasias destruidoras; a revolta forma tempestades sobre nossas cabeças; a ansiedade nos fere a alma. E através desses sentimentos conflitantes e aflitivos, com os quais julgamos pertencer ao corpo físico, nos esquecemos de que todo patrimônio material que nos circunda representa empréstimos de forças e possibilidades para descobrirmos a nós mesmos e nos valorizarmos como filhos do Pai Criador. “É o conflito da luz e da treva em nós mesmos”, e, por essa razão, Emmanuel nos orienta a “seguirmos a luz para acertarmos o caminho”.
“Todos os talentos que conquistamos, toda a capacidade de poder servir e todo fortalecimento das virtudes, sentimentos contrários às imperfeições que são os obstáculos a nos separar da Vida Superior”, na feliz definição do Apóstolo Paulo, “transportamos no vaso de barro da nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda santificação, toda excelência e toda beleza da vida não nos pertence de modo algum, mas sim à glória de nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre.” Pela Sua infinita bondade, empresta-nos, oferece-nos todas as oportunidades, para que possamos crescer, evoluir e progredir espiritualmente em direção ao Seu amor.
Tudo que precisamos conquistar para nos tornarmos criaturas melhores está aí, às nossas vistas. Por não enxergarmos as possibilidades oferecidas, permanecemos mergulhados na amargura, na infelicidade e no desânimo, colocando-nos como vítimas e não como agentes na manutenção desse estado. Culpamos os outros, à vida e a Deus, por não nos darem oportunidades de melhoria. Quase sempre, esperamos que a solução venha do Alto, como chuva de luzes, resolvendo todos os nossos problemas, arrancando-nos dessa apatia que sentimos diante das dificuldades, aliviando nossos padecimentos, sem precisarmos nos levantar, arregaçar as mangas e partir para o trabalho.
Não temos fé na Providência Divina? Às vezes temos, mas é uma fé vacilante. Fé daquele que só crê porque consegue ajuda momentânea e transitória. Quando acaba o efeito da ajuda, termina a fé. É difícil compreender que se a aflição é proporcional à falta cometida, o benefício, também, será proporcional ao mérito do nosso trabalho.
Deus não tem dois pesos e duas medidas. A fé é um estado de graça, bênção divina, que precisa ser fortalecida a cada dia, e isso só acontece quando transformamos essa fé em obras no bem, a começar por nós mesmos.
Bibliografia:
(1) PAULO, II Coríntios, 4:7.
(2) EMMANUEL (Espírito)
A obra de Amor na Espiritualidade conhecida como "Sanatório Esperança" ou "Hospital Esperança" foi erguida por Eurípedes Barsanulfo e tem como função atender os espíritos que desencarnaram necessitados de recuperarem sua saúde mental. A obra acolhe espíritos de todas as religiões cristãs ou não (católicos, evangélicos, etc.) e, principalmente, os espíritas.
O nome "Esperança" foi escolhido por causa do momento em que vivemos na Terra. Todo o sofrimento da transição do estágio de "provas e expiações" para a "regeneração" se reflete na necessidade de renovação de atitudes, da educação dos sentimentos. Dessa forma, muitos espíritos com dificuldade do auto enfrentamento adoecem e caem na desesperança, no desânimo de não conseguirem progredir. Diz Cícero Pereira (1): "Somente a esperança é capaz de acender na alma o desejo de galgar os degraus da caminhada humanizadora, ante os golpes cruéis da dor." ("Lírios de Esperança", cap. 18, pag. 182, 9ª. Ed).
Sobre o "Hospital Esperança", escreve o espírito Manoel Philomeno de Miranda (2) pela psicografia de Divaldo Pereira Franco em "Tormentos da Obsessão":
"Diante da massa imensa de desesperados que haviam conhecido as diretrizes para a felicidade, mediante o serviço dignificante e restaurador dos ensinamentos de Jesus, mas que preferiram os jogos doentios dos prazeres exorbitantes, o missionário compadecido (Eurípedes Barsanulfo), buscou o apoio de Benfeitores do mais Alto, para que conduzissem a Jesus uma proposta sua, caracterizada pelo interesse de edificação de um Nosocômio Espiritual, especializado em loucura, para aqueles que desequilíbrio apresentassem após a morte do corpo físico, e que também serviria de Escola viva, como igualmente de laboratório, para a preparação de suas reencarnações futuras em estado menos doloroso e com possibilidades mais seguras de recuperação." (cap. 2 , pág. 32, 8ª. Ed.).
Também o espírito Cícero dos Santos Pereira escreve na obra "Lírios de Esperança", do espirito Ermance Dufaux (3) e psicografada por Wanderley Soares de Oliveira:
"O Hospital Esperança é uma obra de amor, erguida no plano espiritual por Eurípedes Barsanulfo, cujo objetivo é prestar abrigo e orientação aos seguidores do Cristo que não conseguiram ou não quiseram adotar o compromisso da vivência da Sua mensagem de amor. São as almas mais facilmente aliciadas pelas furnas da maldade em razão da disputa do gênio do mal com o Cristo. Os mentores de Mais Alto que avalizaram o projeto foram Agostinho de Hipona e João Evangelista entre outros integrantes da Equipe do Espírito da Verdade. Sob convocação direta do Cristo, Eurípedes foi chamado, antecipadamente, em sua reencarnação gloriosa, para erguer este ponto de pacificação para almas atormentadas pelo arrependimento tardio ante as clarinadas do Evangelho." (cap. 18, pag. 178, 9ª. Ed.).
Na entrada do pavilhão central do "Hospital Esperança" está escrito o principio fundamental "Fora da Caridade não há salvação", lembrando sempre do Amor nas tarefas de socorro aos necessitados.
O "Hospital Esperança" tem ligações com o Brasil há muito tempo:
"A "Casa de Eurípedes", em suas origens está intimamente ligada à história do Sanatório Espírita Uberabense, fundado pela família de D. Maria Modesto Cravo. O Hospital Esperança faz parte do Planejamento de Espírito Verdade no transporte da árvore do Evangelho para o Brasil. Logo depois de lançadas as bases da doutrina em plena França positivista, o Espírito Verdade trouxe as sementes doutrinárias para esse rincão que, há esse tempo já estava predestinado, há quase 400 anos, em se tornar o celeiro da mensagem cristã à luz da imortalidade... O Sanatório Espírita Uberabense foi inaugurado em 31 de dezembro de 1933. Na erraticidade, Eurípedes lança as sementes do Hospital Esperança em plena década 30. O entrelaçamento desses núcleos de amor e redenção foi cada dia se estreitando, a ponto de tornar-se o primeiro núcleo avançado de ligação do Hospital Esperança com a Terra." (cap. 18, pag. 181, 9ª. Ed.).
Além de Eurípedes Barsanulfo, encontramos Dr. Bezerra de Menezes, Dr. Inácio Ferreira, Prof. Cícero Pereira, Dr. Odilon Fernandes, D. Maria Modesto Cravo e Ermance Dufaux dedicando-se ao trabalho nesse santuário de Amor.
(1) Cícero dos Santos Pereira: Nasceu em 14 de novembro de 1881, em Gorutuba, Minas Gerais. Exerceu o magistério, foi guarda-livros, taquigrafo e bacharel em direito. Foi presidente da União Espirita Mineira (1937-1940) e fundador de vários centros espíritas em Belo Horizonte e Montes Claros. Foi um dos fundadores do "Abrigo de Jesus", instituição espírita de amparo à criança carente, em Belo Horizonte. Foi colaborador da imprensa espírita, especialmente "O Espírita Mineiro". Desencarnou em 04 de novembro de 1948 em Belo Horizonte.
(2) Manoel Philomeno de Miranda: Nasceu em 14 de novembro de 1876, em Jangada, município do Conde, na Bahia. Foi curado pelo médium Saturnino Favila em 1914 e converteu-se ao Espiritismo. Conheceu Jose Petitinga em Salvador e exerceu vários cargos na União Espírita Baiana, sendo eleito presidente após a desencarnação de José Petitinga. Dedica-se às questões da obsessão e desobsessão.
(3) Ermance Dufaux: Ermance de La Jonchére Dufaux nasceu em 1841 na cidade de Fontainebleau, França. Colaborou na posição de médium nas atividades doutrinárias com Allan Kardec, contribuiu na elaboração da segunda edição de "O Livro dos Espíritos" (1860) e ainda, com sua mediunidade psicográfica, escreveu, junto do Espírito Joana D'arc, a obra "A História de Joana D'arc Ditada por Ela Mesma". Em vários pontos das edições da Revista Espírita, publicação mensal que Kardec iniciou em 1858 com a finalidade de divulgar mais amplamente o Espiritismo, o codificador menciona o trabalho de Ermance, muito jovem na época, como médium. Na posição de autora espiritual, Dufaux vem desde 2000 colaborando na elucidação de algumas facetas doutrinárias do Espiritismo, especialmente aquelas que dizem respeito ao relacionamento dos espíritas e à reforma íntima do ser humano.
Ana Maria Teodoro Massuci.
Projeto Cornélio Pires (Divulgando o Espiritismo no Brasil).
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